Alemanha ganha novo patrimônio mundial
5 de julho de 2015A Unesco aprovou neste sábado (05/07) a inclusão mais um lugar na Alemanha na lista de Patrimônio Mundial, durante a conferência anual de seu Comitê de Patrimônio Mundial, realizada este ano em Bonn, na Alemanha.
O Speicherstadt, em Hamburgo, se tornou o primeiro local da cidade no norte da Alemanha a entrar na lista e o 40º para o país. O lugar é um complexo de antigos armazéns de fachadas de tijolos, em estilo neogótico, construído entre 1885 e 1927 em um grupo de ilhas no rio Elba e conectados por canais, pontes e ruas.
A distinção também inclui o distrito vizinho Kontorhaus. Construído entre 1920 e 1940, é o primeiro bairro de escritórios da Europa e inclui edifícios como o Chilehaus e o Messberghof. "O título é uma grande oportunidade para incrementarmos o perfil cultural de Hamburgo a nível internacional", concluiu a secretária de Cultura da cidade alemã, Barbara Kisseler.
Uma segunda candidata alemã não foi incluída na lista, mas poderá voltar a se candidatar, que é a Catedral de Naumburg, cidade do leste da Alemanha, considerada um excelente exemplo de transição entre as arquiteturas românica e gótica.
A 39ª reunião do Comitê de Patrimônio Mundial, realizada entre 28 de junho a 8 de julho, incluiu nos últimos dias na lista de patrimônio lugares em Israel, Escócia, EUA, Jordânia, Jamaica, França, Iêmen, Dinamarca, China e Irã, entre outros.
MD/dpa/lusa/afp
Patrimônios da Humanidade na Alemanha
A Bauhaus e seus prédios em Weimar e Dessau (1996)
Quem quer conhecer um pouco da herança deixada pela Bauhaus, a primeira escola de design do mundo, deve visitar Dessau. A cidade, que entre 1924 e 1932 serviu de sede para a escola, enfrenta hoje um problema comum no Leste europeu e alemão: o êxodo da população. Desde a reunificação alemã, Dessau perdeu cerca de 25% de seus habitantes. A antiga sede da Bauhaus em Dessau foi construída a partir de um projeto de Walter Gropius (1883-1969) em 1925. A edificação é considerada um 'ícone do modernismo', bem como um manifesto das idéias veiculadas pela Bauhaus na Alemanha dos anos 20.
Centro Histórico de Regensburg com Stadtamhof (2006)
A maior cidade medieval da Alemanha está localizada às margens do mais longo rio da Europa Central, o Danúbio, e teve papel muito importante na rota do comércio medieval. A história de Regensburg remonta ao ano 179, quando o imperador Marco Aurélio construiu ali um acampamento para legionários com o nome de Castra Regina. Em 739, um missionário fundou o bispado de Regensburg, elevado à categoria de cidade em 1245. Hoje, a localidade que já foi uma das mais ricas e poderosas em toda a Alemanha, mantém viva uma história de quase 2 mil anos. O centro histórico ainda preserva os edifícios construídos nos séculos 13 e 14.
Complexo industrial da mina de carvão de Zollverein em Essen (2001)
Dentre as preciosidades nomeadas, destacam-se a mina desativada Zollverein em Essen, oeste da Alemanha. Considerada o símbolo do desenvolvimento da indústria pesada na Europa, a Zollverein foi uma rica fonte de carvão durante anos. O projeto no estilo Bauhaus influenciou durante décadas a construção de centros industriais na Europa. Desativada em 1986, a mina transformou-se na década de 90 em centro de arte, cultura e design, atraindo anualmente meio milhão de visitantes.
Vale do rio Elba em Dresden (2004)
Os 20 quilômetros do vale do rio Elba se encontram na capital da Saxônia, Dresden. No leste alemão, os campos ao longo das margens, vilas, parques, palácios e vinhedos criam um ambiente harmonioso entre a arquitetura urbana e paisagens naturais. No entanto, em fevereiro de 2005, os habitantes da cidade decidiram construir uma ponte moderna sobre o Elba. O Comitê do Patrimônio Mundial anunciou que esse projeto poderia causar sérios impactos à integridade da paisagem, que pode passar a não fazer mais jus ao título que detém. Se a ponte for construída, a região perde o título da Unesco, um fato inédito na história da organização.
Centros históricos de Stralsund e Wismar (2002)
Situadas na costa do Mar Báltico, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, norte alemão, as cidades de Stralsund e Wismar tiveram seus centros históricos reconhecidos pela Unesco por terem mantido o caráter típico das cidades hanseáticas do século 14. A riqueza alcançada pelas cidades mercantis que compunham a Liga da Hansa (1161-1669) espelha-se nos edifícios dos dois centros históricos, que vêm sendo restaurados desde 1990. As cidades possuem ainda seis igrejas monumentais de tijolos expostos que compõem um corte transversal sem igual pela arquitetura sacral hanseática.
Parque de Muskau / Parque Muzakowski (2004)
Um dos maiores parques ajardinados da Europa, na região de Bad Muskau, cidade de Görlitz, estende-se para além da fronteira com a Polônia. O jardim de 750 hectares encanta pela variedade de seu paisagismo. Dividido em conseqüência da derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, o parque conseguiu manter sua unidade ao longo das décadas, tendo se transformado, desde 90, num modelo de cooperação entre alemães e poloneses empenhados em sua manutenção. Até recentemente, visitantes que quisessem passar de uma margem à outra precisavam enfrentar as filas de carros na única passagem fronteiriça. Uma ponte para pedestres inaugurada em 2003 permite agora passear a pé e sem interrupções pelos dois lados do parque.
Cidade Hanseática de Lübeck (1987)
Depois de ser arrasada na Segunda Guerra Mundial, Lübeck foi totalmente reconstruída. O centro histórico, com suas residências aristocráticas dos séculos 15 e 16, monumentos públicos, igrejas e depósitos de sal podem ser vistos da torre da Peterskirche. Além das atrações e de vários museus, vale a pena caminhar pelos inúmeros becos da cidade. Mas, cuidado: algumas entradas são tão apertadas que é preciso se encolher.
Residência de Würzburg (1981)
O excepcional castelo barroco que serviu de residência aos Würzburger é considerado um dos palácios barrocos mais extraordinários do país. Ele fica situado na cidade de Würzburg, sul da Alemanha.
Catedral de Aachen, estréia da Alemanha na lista da Unesco (1978)
Declarada pela Unesco como primeiro patrimônio da humanidade na Alemanha, a catedral exibe inúmeros tesouros de interesse arquitetônico e histórico: afinal, durante 600 anos foi local de coroação dos reis alemães. Com pouco menos de 250 mil habitantes, Aachen, cidade no extremo oeste da Alemanha, é um paraíso para os amantes da história e da arte.
Castelo de Wartburg (1999)
Próximo a Eisenach, na Turíngia, este é um dos castelos medievais mais conservados, com 800 anos de história. Foi classificado pela Unesco como 'monumento extraordinário do feudalismo na Europa Central'. Martinho Lutero traduziu aqui o Novo Testamento. O castelo foi também residência de Santa Isabel e cenário da batalha dos cantores e da festa dos estudantes, 300 anos após a Reforma.
Sítio de fósseis de Messel (1995)
Considerado o maior leito de fósseis do período geológico do eoceno, o sítio de fósseis de Messel registra as primeiras etapas da evolução dos mamíferos.
Convento, castelo e centro histórico de Quedlinburg (1994)
A cidade de Quedlinburg, leste da Alemanha, é por inteiro uma atração turística – 1.300 casas de enxaimel de oito séculos, fachadas ricamente decoradas, vielas estreitas e um emaranhado de telhados pontiagudos e torres. Na época da Alemanha Oriental, as fachadas decorativas de Quedlinburg começaram a ruir. Chegou-se a planejar até mesmo a sua demolição. Mas desde 1990, a cidade está sendo saneada. O maior problema é representado pela colina Schlossberg. A íngreme rocha de arenito, sobre a qual está a igreja de São Servatius com o seu tesouro milenar e o castelo renascentista, pode desabar, pois foi escavada por veios subterrâneos de água.
Monumentos romanos, Catedral de São Pedro e Igreja de Nossa Senhora em Trier (1986)
A Porta Nigra, portão negro que os romanos construíram como entrada da cidade no ano 180 d.C., é o cartão de visita de Trier. Ela pertence ao patrimônio cultural da humanidade, juntamente com as outras ruínas romanas: o anfiteatro, as termas do imperador e de Santa Bárbara e a imensa basílica que Constantino mandou construir no século 3º. Cidade mais antiga e ocidental da Alemanha, Trier foi fundada no ano 16 antes de Cristo e chegou a ser considerada a 'segunda Roma'.
Igreja da Peregrinação de Wies (1983)
A 'Wieskirche', situada ao pé dos Alpes, sul do país, é uma das obras de arte mais completas do rococó bávaro. Sua arquitetura barroca está em perfeita harmonia com importantes temas teológicos.
Catedral de Santa Maria e Igreja de São Miguel em Hildesheim (1985)
Das cinco igrejas românicas que aqui existiram, a Igreja de São Miguel (Michaeliskirche, 1010 a 1030 d.C.) e a Catedral de Hildesheim (872 d.C.), no norte da Alemanha, são alguns dos testemunhos que sobraram da arte 'bernardina'. O bispo Bernardo mandou erigir, com dinheiro de seu próprio bolso, a Igreja de São Miguel, onde se pode hoje admirar as preciosas pinturas no teto.
Prédio da prefeitura e estátua de Roland em Bremen (2004)
O governo, na antiga prefeitura, e o parlamento, num moderno prédio ao seu lado, são responsáveis pelos destinos tomados pelo menor Estado federado da Alemanha e têm sempre diante dos olhos a imponente estátua de Roland, símbolo histórico da liberdade de Bremen. O gigante de 9,61 metros de altura e o prédio histórico da prefeitura, construído em 1405 com a sua fachada renascentista, são as atracões dessa cidade do norte do país.
Usina siderúrgica de Völklingen (1994)
A cidade de Völklingen, no oeste alemão, está marcada pela siderurgia fundada em 1873. E já era, por volta de 1890, um dos mais importantes produtores de ferro do Império Alemão. A usina Völklinger Hütte foi desativada em 1986 e transformada em museu industrial.
Rota Limes (2005)
O Limes é um caminho de fronteiras criado pelos romanos após vários confrontos com tribos germânicas. Ao seu longo – 5 mil quilômetros, e o trecho alemão com mais de 500 quilômetros – existem, além dos limites naturais, construções como muralhas, torres de madeira, 120 grandes e pequenos alojamentos de tropas e uma média de 900 postos de vigilância. A rota panorâmica do Limes começa na região do rio Reno, passando pelas dos rios Meno e Lahn, terminando na região do Danúbio. Aventureiros em boa forma podem percorrer todo o percurso numa ciclovia.
Castelos de Augustusburg e de Falkenlust em Brühl (1984)
O Augustusburg é um dos mais belos exemplos da arquitetura de palácios do século 18. Assim como o castelo de Falkenlust, representa o surgimento de criações relevantes do estilo rococó e durante muitos anos foi modelo para diversas residências reais alemãs.
Minas de Rammelsberg e centro histórico de Goslar (1992)
De longe já é possível enxergar o grupo de edificações construídas na década de 30 que formam o centro histórico de Goslar. Na mesma cidade, as minas de chumbo e zinco de Rammelsberg fazem parte da história da exploração de minérios na região. A primeira extração de minério aconteceu no local há cerca de mil anos. Desde 1989, as minas foram transformadas em museu e estão abertas ao público.
Palácios e parques de Potsdam e Berlim (1990)
O Palácio de Sanssouci, construído em 1745-1747 por desejo de Frederico, o Grande, o rei da Prússia, é uma das principais construções de Potsdam. Próxima de Berlim, a cidade reúne a modernidade e o esplendor da arquitetura prussiana, e contrariando a tendência de cidades do leste alemão, se desenvolve. Ao ser severamente atingida por bombas em 14 de abril de 1945, não somente o militarismo prussiano foi vencido, mas também a arquitetura. Anos depois, a reunificação alemã trouxe para a região a possibilidade de renovação. E Potsdam se tornou capital do Estado de Brandemburgo.
Monumentos em memória a Lutero em Eisleben e Wittenberg (1996)
Na região que foi palco da Reforma Protestante, inúmeros testemunhos relembram ainda hoje a atuação de Martinho Lutero e de Philipp Melanchthon, especialmente nas cidades luteranas de Eisleben e Wittenberg. Martinho Lutero (1483-1546) nasceu em Eisleben e lá também faleceu. Na igreja do palácio de Wittenberg, em cujas portas afixou em 1517 as suas 95 teses, encontra-se o seu túmulo.
Cidade de Bamberg (1993)
O conjunto urbano de Bamberg é muito peculiar, destacando-se a prefeitura, a catedral, a Casa Böttinger, o edifício Alte Hofhaltung, ou ainda a seqüência de casas Pequena Veneza (Klein Venedig). O centro histórico de Bamberg possui em grande parte seu aspecto original, com mais de mil casas tombadas pelo patrimônio histórico.
Vale do Alto Reno (2002)
O trecho de 65 quilômetros do Vale do Reno entre Bingen, Rüdesheim e Koblenz entrou para a lista em reconhecimento à sua 'grande variedade e beleza'. Mais de 40 castelos e fortalezas, dezenas de igrejas e mosteiros, penhascos selvagens e vinhedos íngremes compõem o charme de um vale fluvial que, em fins do século 18 e no 19, tornou-se o símbolo perfeito do romantismo alemão. O Vale do Reno funciona, além disso, há 2000 anos como elo entre o Mediterrâneo e o Norte da Europa, sendo, portanto, um símbolo do intercâmbio entre culturas diversas.
Catedral de Speyer (1981)
A paisagem urbana de Speyer é dominada pela gigantesca catedral (Kaiserdom), construída entre 1030–1061 sob a ordem do rei Conrado 2º, o Sálico. Com 134m de comprimento e torres alcançando 71m de altura, a construção não é somente monumental, mas o mais bem conservado exemplo de arquitetura românica no país.
Jardins reais de Dessau-Wörlitz (2000)
Situados no leste alemão, os Jardins Reais de Wörlitz são um exemplo interessantíssimo de paisagismo planejado durante o Iluminismo no século 18. Em estilo inglês, o complexo foi construído com os propósitos de unir beleza e utilidade. No projeto paisagístico dos jardins foram levados em consideração aspectos não apenas econômicos ou estéticos, mas também e principalmente os ideais de formação que guiaram o 'século das luzes'.
Abadia e Altenmünster de Lorsch (1991)
Entre as mais importantes relíquias da arquitetura pré-românica está o portão carolíngio da cidade de Lorsch, no oeste alemão. Ele foi incluído na lista de patrimônios históricos junto com os restos arqueológicos do mosteiro Altenmünster.
Weimar clássica (1998)
A cidade que é o berço do Classicismo alemão conta com um total de 14 prédios tombados pela Unesco, entre eles a histórica Biblioteca Anna Amalia, em estilo barroco e uma das bibliotecas mais bonitas da Alemanha, que quase foi consumida por um incêndio, em 2004. Weimar, no Estado da Turíngia, leste alemão, foi a cidade onde o poeta Johann Wolfgang von Goethe morou e onde Johann Sebastian Bach compôs e tocou órgão entre 1708 e 1717. Sua instituição cultural mais importante é a Fundação dos Clássicos de Weimar, que mantém, além do Museu Nacional Goethe, os arquivos de Goethe, Schiller e Nietzsche, a Casa de Lizst e a Bauhaus.
Ilha monástica de Reichenau (2000)
No sul da Alemanha, a Ilha de Reichenau abriga a arquitetura medieval mais antiga da Europa Central. Exemplo disso são as três igrejas romanas da ilha, dos séculos 9º ao 11.
Catedral de Colônia (1996)
Às margens do rio Reno, a Catedral – ou Dom – de Colônia é o prédio sacro mais famoso da Alemanha. A 'rainha das catedrais' tem 157 metros de altura e foi inaugurada em 1880, 632 anos após o início da construção. As duas naves principais, com 43 metros de altura, estão dispostas em forma de cruz. Após sobreviver a duas guerras mundiais, o Dom tem que ser continuamente restaurado. A poluição atmosférica ameaça os 50 tipos de pedra de sua construção, além dos danos causados pela chuva ácida da região industrial.
Monastério de Maulbronn (1993)
Em Baden-Württemberg, sudoeste da Alemanha, um mosteiro enfrenta os séculos desde 1147. Há meio milênio não há mais monges católicos em Maulbronn. Em 1504, o mosteiro caiu sob o domínio dos Württemberg. O duque Ulrich lançou uma bala de canhão contra a igreja, para expulsar os religiosos. Com o advento da Reforma feita por Martinho Lutero na Alemanha, a igreja tornou-se protestante. Em 1556, o duque Christoph instalou uma escola no mosteiro: neste seminário os jovens podem, ainda hoje, concluir o curso de nível médio.
Ilha dos Museus em Berlim (1999)
A 'Museumsinsel' de Berlim é e não é uma ilha, como o nome leva a crer. No sentido geográfico, seria mais uma península em meio ao rio Spree, surgida no século 17 por meio da drenagem e aterro de um pântano ao sul do rio. No entanto, é uma ilha de sossego em meio ao agitado centro da capital alemã. Seus edifícios neoclássicos, construídos entre 1830 e 1930 – o Altes Museum, a Alte Nationalgalerie, o Pergamonmuseum e o Bode-Museum – dão a ilusão de que a ilha foi poupada dos bombardeios, ao contrário do resto da cidade. O que não é verdade, pois foi destruída em 70% durante a Segunda Guerra Mundial, sendo reconstruída e restaurada a partir da década de 50.