Alemanha impõe novas restrições, inclusive para vacinados
21 de dezembro de 2021
Após o Natal, pela primeira vez, imunizados e recuperados da covid-19 deverão respeitar limite de 10 pessoas em reuniões. Em caso de não vacinados, encontros são possíveis somente com duas pessoas de uma outra casa.
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Pela primeira vez, a Alemanha vai impor restrições também a vacinados e recuperados da covid-19. Após reunião entre o chanceler federal, Olaf Scholz, e os governadores dos 16 estados alemães nesta terça-feira (21/12), o governo decidiu endurecer as medidas anticovid após o Natal.
Como antecipado pela DW, a partir de 28 de dezembro as reuniões, tanto em ambientes fechados quanto abertos, estarão limitadas a um máximo de 10 pessoas para vacinadas e recuperadas. Crianças com 14 anos ou menos estão isentas das regras.
Caso uma pessoa não vacinada participe de um encontro, as restrições se tornam mais rígidas, com membros de uma família limitados a se reunir com no máximo duas pessoas de uma outra casa.
Clubes e casas noturnas devem fechar temporariamente e grandes eventos culturais e esportivos devem ocorrer sem púbico. Possivelmente, os primeiros jogos da Bundesliga devem ser afetados pela decisão.
"Eu gostaria de ter dado notícias mais positivas pouco antes do feriado de Natal", disse Scholz em Berlim. "Esta pandemia está incomodando a todos nós. Estamos todos desmoronando e cansados da pandemia. Mas isso não ajuda. Temos que ficar juntos novamente e, em muitos casos, manter distância", completou o chanceler.
Uma nova reunião entre Scholz e os governadores deve ocorrer em 7 de janeiro.
Fase "muito crítica"
Na decisão desta terça-feira, os governos federal e estaduais referem-se a uma "taxa de disseminação sem precedentes" da nova variante. Os governantes reforçam que a ômicrom também prejudica a proteção já existente contra infecções, ou seja de vacinados com duas doses ou recuperados. "Isso pode levar a uma propagação explosiva", afirmam. Para eles, a Alemanha está "atualmente em uma fase muito crítica da pandemia".
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Reuniões no Natal
As reuniões entram em vigor apenas depois do Natal. Segundo Scholz, isso se deve ao fato de a festa, assim como a Páscoa, não seria um fator agravamente da pandemia, conforme observado. Mesmo assim, o governo alerta para que os cuidados de higiene e distanciamento sejam mantidos. "As medidas de higiene usuais, uso de máscara e ventilação regular devem ser uma coisa natural. O aplicativo de alerta Corona deve ser usado," diz o documento.
No ano Ano Novo, quando as medidas já estarão valendo, estão proibidas grandes festas.
“As comemorações da virada com grande número de pessoas são irresponsáveis na situação atual", afirmam os governantes. A venda de fogos de artifício também esá proibida.
Mesmo nas festas familiares, o governo aconselha que sejam feitos testes rápidos de coronavírus, que na Alemanha podem ser adquiridos com facilidade em supermercados e farmácias e feitos em casa.
Campanha de vacinação
A campanha de vacinação, seja para ainda não imunizados, seja para as doses de reforço, continuará mesmo durante os feriados de fim de ano. A meta é aplicar 30 milhões de doses até o fim de janeiro e ampliar a vacinação de crianças.
O governo federal tem como meta atingir 80% de imunização em um futuro próximo. "Quando o conseguirmos, temos de nos concentrar no próximo objetivo", anunciou Scholz.
De acordo com o site Our World in Data, da Universidade de Oxford, 69,7% dos alemães estão completamente vacinados contra a covid-19, e 32,3% já receberam a dose de reforço.
O governo estuda a possibilidade de vacinação obrigatória a partir de fevereiro.
Diante da ameaça da rápida disseminação da variante ômicron do coronavírus, a Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha (Stiko, na sigla em alemão) ajustou nesta terça-feira sua recomendação para a aplicação da dose de reforço de imunizantes contra a covid-19.
A entrada em locais públicos, como restaurantes e cinemas, permanecerá limitada àqueles que forem vacinados ou recuperados, conhecida na Alemanha como regra "2G" (geimpf oder genesen).
Scholz alertou para um aumento acentuado nas infecções devido à variante ômicrom em breve. Segundo ele, o país ainda está em um período intermediário, já que a medidas recentes contra a pandemia surtiram efeito e a quarta onda está aos poucos sendo controlada. No entanto, de acordo com Scholz, a quinta já está se aproximando.
"Não vai acabar tão logo quanto esperávamos", avisou.
le (dpa, sid, afp, ots)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine