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Alemanha inaugura quartel naval da Otan no Mar Báltico

21 de outubro de 2024

Com novos membros na região, aliança militar quer garantir controle das rotas marítimas em caso de conflito com a Rússia.

Soldado do quartel-general da Otan no Mar Báltico
Otan aumenta presença no Mar Báltico sob temor de avanço russoFoto: Marc Stinger/IMAGO

A Alemanha inaugurou nesta segunda-feira (21/10) um quartel-general tático para o Mar Báltico na cidade costeira de Rostock, no norte do país.

O quartel-general da Força-Tarefa de Comando (CTF) do Báltico vai coordenar as atividades navais de todos os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na região.

Liderada pela Alemanha, a CTF estará "pronta para dirigir operações navais em tempos de paz, crise e guerra", disse o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius.

"Nossa mensagem para nossos parceiros e para aqueles que ameaçam nossa paz é simples: A Alemanha mantém-se firme em seus compromissos", afirmou Pistorius durante um discurso em Rostock.

"Estamos comprometidos em garantir a segurança da região do Báltico, a força da Otan e a defesa de nossos valores compartilhados", acrescentou.

Segundo o ministério alemão da Defesa, uma equipe de comando naval já atua em Rostock em parceria com outros países, mas agora deve assumir tarefas adicionais para a Otan.

O centro será liderado por um almirante alemão e terá equipes de 11 países signatários do tratado: Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Holanda, Itália, Letônia, Lituânia, Polônia, Reino Unido e Suécia. A Alemanha possui a maior frota marítima dos membros da aliança na região.

Alemanha vai assumir liderança de quartel-general da Otan no Mar BálticoFoto: Kristina Kolodin/Bundeswehr/dpa/picture alliance

A importância regional da sede

A nova instalação naval mostra a importância estratégica que o Mar Báltico ganhou para a Otan depois que as relações do bloco com a Rússia pioraram e o presidente russo, Vladimir Putin, encampou uma ofensiva militar contra a Ucrânia.

Além da Alemanha, o Báltico alcança territórios da Dinamarca, Suécia, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Rússia e Kaliningrado.

Kaliningrado é um exclave russo isolado do resto do Rússia, que fica cercado por países membros da União Europeia (UE).

Com o endurecimento da guerra na Ucrânia, a UE avalia que o exclave pode ser um novo ponto de tensão com a Rússia, que possui portos voltados ao Báltico tanto em Kaliningrado quanto na região de São Petersburgo.

Em 2022, por exemplo, a Lituânia impediu a passagem de mercadorias russas com destino a Kaliningrado em razão das sanções impostas pelo bloco.

Otan quer garantir rotas marítimas

Manter as rotas marítimas abertas no Báltico se tornou mais vital à medida que a aliança militar se expandiu para o leste europeu com a queda da chamada Cortina de Ferro.

A Polônia, ex-signatária do Pacto de Varsóvia, e outros antigos estados soviéticos como Lituânia, Letônia e Estônia aderiram à Otan após o fim da Guerra Fria.

A invasão da Ucrânia pela Rússia também levou a Finlândia e a Suécia — vizinhos nórdicos banhados pelo Báltico — a assinarem o tratado.

Ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, vê importância estratégica do Mar Báltico com avanço da Rússia sobre a UcrâniaFoto: Bernd Wüstneck/dpa/picture alliance

Anteriormente, a principal preocupação da Otan na região era bloquear a entrada ocidental do Mar Báltico e impedir que a frota da antiga União Soviética chegasse ao Mar do Norte por meio da passagem marítima entre a Dinamarca e a Suécia.

A intenção era impedir que os navios de guerra de Moscou atacassem as frotas de suprimentos que chegavam dos EUA.

Mas desde a adesão dos novos países banhados pelo Báltico, a Otan passou a se preocupar em garantir que as rotas marítimas permaneçam abertas, caso um possível conflito com a Rússia interrompa rotas terrestres.

Além disso, a Otan identificou tentativas russas de espionar sua infraestrutura no Báltico. As rotas marítimas são frequentemente usadas para abastecer a aliança militar.

O ministro da Defesa alemão reforçou que Putin não direciona sua guerra somente contra a Ucrânia.

"Seu verdadeiro inimigo é nosso modo de vida livre, independente e democrático", afirmou. "A segurança na região do Báltico está intrinsecamente ligada à segurança da Europa como um todo", afirmou.

gq/ra (dw, reuters, dpa)

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