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Petróleo alemão

27 de maio de 2009

Para muitos geólogos, a Alemanha é um país de recursos naturais esgotados. Excetuando linhita e carvão mineral, não há matérias-primas relevantes. Mesmo assim, a cada ano são extraídos milhões de toneladas de petróleo.

Plataforma no Mar do NorteFoto: DW-TV

Embora a Alemanha seja considerada pobre em matérias-primas, em 2008 foram extraídas no país 3,5 milhões de toneladas de petróleo, o que corresponde a cerca de 24 milhões de barris. A título de comparação: o maior campo de petróleo da Arábia Saudita produz essa quantidade em apenas uma semana.

O setor de energia, no entanto, nem cogita deixar as reservas alemãs inexploradas, pois os especialistas preveem que em breve os preços possam voltar a subir.

"Por isso grupos como o RWE Dea insistem na exploração de campos alemães", explica o porta-voz da empresa, Derek Möscher. Isso acontece, por exemplo, no campo de Mittelplate, no Mar do Norte. Segundo ele, mesmo que seja dispendioso, a médio prazo vale a pena explorar campos menores.

Alemanha tem 44 poços

Atualmente, são explorados na Alemanha 44 poços de petróleo. Na Baviera, por exemplo, foram extraídas no ano passado 33 mil toneladas. A produção não é feita apenas por empresas alemãs. A francesa Gaz de France, por exemplo, recolhe amostras ao sul de Berlim, a fim de verificar a viabilidade da exploração de uma jazida na região.

Mar do Norte: região alemã mais rica em petróleoFoto: dpa

As jazidas mais ricas da Alemanha, no entanto, ficam no norte do país. Na Baixa Saxônia, a quantidade extraída é de 1,2 milhão de toneladas e, em Schleswig-Holstein, de 2,2 milhões de toneladas ao ano. Quase dois terços do petróleo são explorados pela RWE Dea no campo de Mittelplate, localizado no Mar de Baixio (Wattenmeer), na costa ocidental de Schleswig-Holstein. Neste que é o maior campo alemão, são explorados a cada ano 2 milhões de toneladas de petróleo, explica Möscher.

A exploração em Mittelplate foi iniciada em 1980. O petróleo extraído a 2 mil metros de profundidade ainda está longe de se esgotar no local. A RWE Dea acredita, diz Möscher, que nos próximos anos ainda sejam explorados entre 30 e 35 milhões de toneladas do produto na região.

Próximo ao local calcula-se haver campos menores, com um potencial de até 14 milhões de toneladas. No momento, estão sendo feitas cinco novas perfurações em busca de petróleo na área.

"Ouro negro" em terra firme

Também em terra firme buscam-se novas jazidas. Como por exemplo numa área de 150 quilômetros quadrados ao norte de Giffhorn, na Baixa Saxônia, assim como em 400 quilômetros quadrados na região de Plön, em Schleswig-Holstein. Trata-se de buscas dispendiosas e incertas, pois a margem de êxito dessas explorações na Alemanha é de 40%.

E os procedimentos requerem altos investimentos. Somente os custos das perfurações podem atingir 30 milhões de euros. A eles somam-se as despesas com os estudos sísmicos, ou seja, com o reconhecimento de áreas propensas a terremotos, que custam também milhões de euros.

Expectativa é de aumento do preço do barrilFoto: AP

Mas o estímulo das empresas é a expectativa de que o preço da tonelada de petróleo bruto possa rapidamente voltar aos 100 dólares por barril. "Apesar dos altos investimentos, a médio prazo não há prejuízos, mesmo quando os preços estão baixos no mercado internacional", explica Möscher.

Apesar da queda do preço do barril nos últimos meses, as empresas não reduziram seu empenho na Alemanha. E como já existem novas técnicas de exploração, capazes de espremer quase como uma esponja os restos de petróleo das camadas mais profundas do solo, já se cogita uma reavaliação das reservas conhecidas. Segundo as estimativas, ainda há pelo menos 560 milhões de toneladas de petróleo abaixo do solo no país. O petróleo explorado na Alemanha supre 4% da demanda nacional anual.

Autor: Klaus Deuse

Revisão: Soraia Vilela

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