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História

Alemanha lembra libertação de campos de concentração

19 de abril de 2020

Eventos cancelados devido à pandemia são substituídos por cerimônia virtual. Ministro do Exterior diz que alemães não podem se calar diante da difamação da memória do Holocausto e condena negacionismo histórico.

Flores em placa no campo de concentração de Bergen-Belsen
Flores foram colocadas em cerimônia no campo de concentração de Bergen-BelsenFoto: picture-alliance/dpa/P. Schulze

A Alemanha lembrou neste domingo (19/04) os 75 anos da libertação dos campos de concentração. Devido à pandemia do novo coronavírus, todos os eventos programados para marcar a data foram cancelados e substituído por cerimônia virtual e atos não abertos ao público que reuniram poucos convidados.

Em vídeo divulgado na cerimônia virtual, o ministro do Exterior alemão, Heiko Maas, lembrou da libertação do campo de concentração de Sachsenhausen, localizado nos arredores de Berlim, e prometeu combater o negacionismo do Holocausto.

"Mais de 20 mil pessoas perderam suas vidas em Sachsenhausen. Se fizéssemos um minuto de silêncio para cada um deles, haveria um silêncio de duas semanas", disse Maas. "A luta contra o esquecimento, porém, não pode ser silenciosa", ressaltou.

O ministro afirmou que o "veneno do ódio e do antissemitismo" ainda estão vivos. "Quando a memória é difamada como culto de culpa, quando vítimas são transformadas em agressores, seja na Alemanha ou no exterior, nós, alemães, não podemos ficar calados", destacou. 

No mês passado, a Alemanha assumiu a presidência rotativa da Aliança Internacional de Recordação do Holocausto. Maas afirmou que usará esse ano para combater aqueles que negam ou distorcem a história.

Sachsenhausen é um dos diversos campos de concentração cuja libertação pelas forças Aliadas completou 75 anos nesta semana. O memorial havia planejado uma série de eventos para marcar a data que foram cancelados devido às medidas restritivas impostas pela Alemanha para conter o avanço da pandemia de coronavírus no país.

A cerimônia virtual lembrou também da libertação do campo de concentração de Ravensbrück, localizado ao norte de Berlim. A ministra alemã da Cultura, Monika Grütters, lamentou o fechamento dos memoriais e ressaltou a importância de, mesmo assim, realizar os atos virtualmente para relembrar as atrocidades cometidas pelos nazistas.

Memoriais de campos de concentração, como em Sachsenhausen, estão fechados devido à pandemiaFoto: Getty Images/AFP/T. schwarz

Além de discursos de políticos, a cerimônia virtual contou com mensagens de sobreviventes do Holocausto, cerca de 60 deles tinham planejado comparecer ao ato que seria realizado em Sachsenhausen, que foi libertado em 22 de abril de 1945 por soldados russos e poloneses. Já Ravensbrück foi libertado em 30 de abril de 1945, também pelo Exército Vermelho, cerca de 28 mil prisioneiros morreram no local.

No campo de concentração de Bergen-Belsen, na Baixa Saxônia, funcionários do memorial colocaram coroas de flores no local e fizeram um minuto de silêncio para marcar a libertação por soldados britânicos que ocorreu em 15 de abril de 1945. Mais de 52 mil pessoas morreram no campo, incluindo Anne Frank, cujos relatos se tornaram um símbolo do sofrimento infligido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

A cerimônia em Bergen-Belsen contou ainda com a presença do governador da Baixa Saxônia, Stephan Weil, e de representantes da comunidade judaica. "Bergen-Belsen é e continuará sendo uma ferida aberta na nossa história. Com profunda tristeza e profunda vergonha, nós recordamos das vítimas", disse Weil em seu discurso.

Devido à pandemia de covid-19, os eventos comemorativos planejados para este domingo, que contariam com a presença de dezenas de sobreviventes, foram adiados para abril do ano que vem. Alguns discursos planejados, no entanto, foram divulgados em cerimônias virtuais.

CN/dpa/afp/kna

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