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Bônus de sucateamento

25 de agosto de 2009

Devido aos altos custos do programa, o governo alemão anunciou que não irá prorrogar o bônus de desmantelamento de carros velhos. Com a ampliação do programa, também haviam aumentado seus riscos e efeitos colaterais.

Programa prevê bônus de 2.500 euros para aposentar carro velhoFoto: AP

Na Alemanha, um bônus estatal para incentivar a compra de carros novos tornou-se um verdadeiro sucesso em tempos de crise, chegando a inspirar outros países, como os Estados Unidos, a fazer o mesmo. Nesta segunda-feira (24/08), no entanto, o governo alemão anunciou que não irá prorrogar o subsídio.

Através do programa de sucateamento, quem entregar seu carro com mais de nove anos para o ferro-velho e comprar um novo, menos poluente, recebe do governo um bônus de 2.500 euros.

A procura foi tão grande que o ministro das Finanças teve que praticamente triplicar a quantia disponibilizada inicialmente de 1,5 bilhão de euros, acumulando para isso novas dívidas.

Agora, o governo em Berlim nega a exigência de políticos de que o programa de sucateamento, que teve início em janeiro de 2009 como parte do segundo pacote de incentivo à conjuntura, seja prorrogado para além de 31 de dezembro.

Governo investiga acusações de venda ilegal dos carros tirados de circulação para o exteriorFoto: AP

Exigências de prorrogação

O programa teve também efeitos colaterais indesejados: montadoras estrangeiras lucram mais que as alemãs, o mercado de carros usados praticamente estancou e outros setores sentiram a falta do dinheiro empregado na compra do carro novo.

O medo de que o boom do mercado automotivo acabe após o fim do programa fez com que alguns políticos, como o governador do estado de Baden-Württemberg, o conservador Günther Oettinger, exigissem novas vantagens fiscais para ajudar o setor automotivo. O estado de Oettinger é sede de grandes montadoras alemãs, como a Daimler e a Porsche.

No entanto, o porta-voz do governo de coalizão em Berlim, Ulrich Wilhelm, anunciou que o prêmio de sucateamento não será prorrogado nem haverá um substituto em curto prazo.

Presente eleitoral

Steinbrück critica 'presente eleitoral'Foto: picture alliance / dpa

À edição desta terça-feira (25/08) do jornal Handelsblatt, o ministro alemão das Finanças, Peer Steinbrück, declarou que "não é correto fazer promessas de benefícios à população pouco antes das eleições. Isso fica evidente". Para Steinbrück, a reivindicação do governador Oettinger cheira a "presente eleitoral".

Mesmo as lideranças dos partidos conservadores se distanciaram de sua pretensão inicial de introduzir vantagens fiscais para trabalhadores do setor automotivo na compra de carros novos.

Déficit orçamentário

Nesta terça-feira, o Departamento Federal de Estatísticas alemão anunciou que, devido à queda das arrecadações tributárias e aos altos gastos públicos, o orçamento alemão registrou um déficit de 17,3 bilhões de euros no primeiro semestre deste ano. É o maior valor dos últimos três anos.

Segundo o departamento, trata-se dos primeiros vestígios deixados pelos pacotes estatais de incentivo à economia, que incluem o programa de sucateamento de carros, e a verba investida no resgate de bancos. Para o segundo semestre, o departamento prevê que os efeitos sobre o orçamento sejam ainda maiores.

CA/ots/dpa/ap/dw

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