Spahn: "Alemanha parece ter contido terceira onda"
7 de maio de 2021
Ministro da Saúde alemão relata ligeira queda no número de infecções, mas adverte contra flexibilização precipitada das medidas de contenção da pandemia. "Isso só ajudaria o vírus”, disse.
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A Alemanha parece ter contido a terceira onda da pandemia de coronavírus, disse nesta sexta-feira (07/05) o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, ao relatar uma ligeira queda no número de casos. Ele alertou, porém, para os riscos de um relaxamento precipitado das medidas de restrição.
"A tendência das últimas semanas se confirmou. A terceira onda parece ter sido contida", avaliou o ministro conservador numa coletiva de imprensa em Berlim.
Ele ressaltou, porém, que o número de infeções ainda permanece "num nível alto", advertindo que reduzir as restrições "apenas ajudaria o vírus". "Nesta fase da pandemia, é realmente uma questão de não jogarmos fora o que foi alcançado", disse ele.
Tendência de queda
"Desde o final de abril, os números diminuíram ligeiramente", confirmou o presidente do Instituto Robert Koch (RKI), Lothar Wieler, durante a mesma coletiva de imprensa.
Os índices de contaminação "não estão caindo na mesma velocidade em todos os lugares, mas estão caindo", destacou Wieler. Ele atribuiu a melhora também ao comportamento dos alemães, sobretudo ao reduzirem consideravelmente seus contatos.
Desde o início da pandemia, a Alemanha já contabilizou 3.491.988 casos de covid-19. Destes, 18.485 foram registrados nas últimas 24 horas – uma queda de mais de 9 mil em comparação com os 27.543 casos confirmados há exatas duas semanas.
Com a redução, o número de novas infecções por 100 mil habitantes nos últimos sete dias está em 125,7 – ainda acima, portanto, do limite de 100 para que algumas restrições possam começar a ser atenuadas, conforme as medidas nacionais introduzidas em abril.
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Companha de vacinação ganha impulso
Wieler elogiou ainda a aceleração da campanha de vacinação. Cerca de 7,3 milhões de pessoas já receberam ambas as doses da vacina no país, enquanto mais de 26 milhões (quase um terço da população) obtiveram pelo menos a primeira dose.
Contudo, para que as restrições de contenção do coronavírus sejam totalmente levantadas, "bem mais de 80%" da população teria que ser imunizada, salientou Wieler.
De acordo com o RKI, desde o início da pandemia já morreram cerca de 85 mil pessoas devido ao coronavírus na Alemanha. No mundo, o número de óbitos já passou dos 3,2 milhões, segundo um balanço feito pela agência AFP.
O lockdown na Alemanha
Duramente atingida pela terceira onda da pandemia, a Alemanha precisou adotar medidas drásticas para tentar impedir o aumento das contaminações, como instituir o toque de recolher obrigatório a partir das 22h.
E embora vários países europeus tenham optado por reabrir gradualmente suas lojas, restaurantes e cafés, a maioria dos estabelecimentos comerciais permanece fechada no país, alguns há mais de seis meses.
Vírus por toda parte! Talvez no tomate, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o Sars-Cov-2.
Foto: picture-alliance/Kontrolab/IPA/S. Laporta
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Como todas as infecções por gotículas, o Sars-Cov-2 se propaga por mãos e superfícies tocadas com frequência. Embora seja ainda relativamente desconhecido, os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus.
Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho – se ainda estiver funcionando. Em princípio, coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-Cov-2 por esse meio de transmissão".
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Medo de importados?
Ainda segundo o BfR, os pais não precisam temer um contágio através de brinquedos importados. Até o momento não pôde ser comprovado nenhum caso desses. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta umidade atmosférica.
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Vírus pelo correio?
Em geral, coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e umidade, o BfR considera "antes improvável" um contágio por pacotes de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-Cov-2.
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Pingue-pongue entre cão e dono?
Meu cachorro pode me contagiar e eu a ele? Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excreções.
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Verduras assassinas?
Igualmente improvável é a transmissão do Sars-Cov-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR, não sendo conhecidos casos comprovados. Lavar cuidadosamente as mãos antes do preparar da refeição continua sendo mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
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Longa vida no gelo
Embora os coronavírus Sars e Mers conhecidos até o presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-Cov-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
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Animais silvestres são tabu
Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens. Há fortes indícios de o novo coronavírus ter sido transmitido aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria, certamente contra a própria vontade. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"...