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Alemanha passa de 4.500 novas infecções diárias

9 de outubro de 2020

Pelo segundo dia consecutivo país ultrapassa marca de 4.000, que não era registrada desde início de abril. Especialmente as grandes cidades estão enfrentando um aumento acelerado de infecções.

Pessoas usam máscara facial na estação central de Colônia, na Renânia do Norte-VestfáliaFoto: Christoph Hardt/Geisler-Fotopress/picture-alliance

A Alemanha voltou a registrar, pelo segundo dia consecutivo, mais de 4 mil novos casos de covid-19, uma marca que não era ultrapassada desde o início de abril.

O Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental de controle e prevenção de doenças infecciosas, anunciou na manhã desta sexta-feira (09/10) que contabilizou 4.516 novas infecções e 11 óbitos nas últimas 24 horas no país. Ao todo, a Alemanha registra 314.660 casos e 9.589 mortes na pandemia de covid-19.

A maioria das novas infecções – mais de mil casos – foi registrada no estado da Renânia do Norte-Vestfália, no oeste. Outras 650 foram contabilizadas no estado sulista de Baden-Württemberg e o mesmo número na vizinha Baviera.

Todos os estados alemães estão enfrentando um aumento acentuado no número de casos, principalmente nas grandes cidades. Na quinta-feira, Berlim, Frankfurt e Bremen passaram da marca de 50 infecções por 100 mil habitantes em um período de sete dias, que é o limite para que uma região seja considerada área de risco. Isso poderá levar as autoridades locais a reforçar as medidas para conter a disseminação do coronavírus.

A associação das cidades advertiu nesta sexta-feira sobre o aumento dos casos e afirmou que não é possível descartar que outras grandes cidades se tornem área de risco e de propagação descontrolada da doença. "Se não conseguirmos mais rastrear os contatos, não teremos mais a pandemia sob controle", disse o presidente da associação, Gerd Landesberg, em entrevista à emissora de televisão ZDF.

Landesberg também afirmou que as autoridades devem evitar que Berlim se torne uma "nova Ischgl", em referência à estância de esqui no Tirol austríaco que acabou se tornando um epicentro da doença, contaminando turistas do mundo todo durante a fase inicial da pandemia. Estes, por sua vez, acabaram infectando outras pessoas em seus países de origem.

O aumento repentino dos casos da doença levou as autoridades alemães de saúde a alertarem que a segunda onda da covid-19 poderá ser ainda mais grave do que a primeira, ocorrida no primeiro semestre deste ano.

A chanceler federal, Angela Merkel, disse na quinta-feira que deseja evitar a imposição de medidas de confinamento mais duras no país, como as adotadas no mês de março, durante o início da pandemia. "Não quero que uma situação como aquela se repita", disse.

A decisão de então levou a uma queda acentuada da atividade econômica e abriu caminho para o que a chanceler descreveu como uma "recessão historicamente grave". Merkel realizará nesta sexta-feira uma videoconferência com os prefeitos das 11 maiores cidades alemãs – Hamburgo, Munique, Colônia, Düsseldorf, Essen, Dortmund, Leipzig, Stuttgart, além de Berlim, Frankfurt e Bremen – para discutir a situação.

O governo alemão admitiu na quarta-feira que teme a propagação descontrolada na doença com a explosão no número de casos. "Com o aumento de casos, é fácil temer que as autoridades sanitárias cheguem à beira do abismo ou além de suas capacidades ", afirmou o porta-voz do governo, Steffen Seibert. Ele destacou que a única maneira de conter a pandemia é "identificar e quebrar as cadeias de infecção".

O presidente do RKI, Lothar Wieler, também alertou contra a expansão descontrolada do coronavírus na Alemanha. "É possível que tenhamos mais de 10 mil novos casos por dia e que o vírus se espalhe sem controle. A atual situação me preocupa muito, e não está claro como ela evoluirá nas próximas semanas", destacou.

CN/rtr/afp/ots

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