Conflito na Ossétia do Sul
8 de agosto de 2008O governo alemão exortou as partes conflitantes na Ossétia do Sul à prudência e à moderação. A chanceler federal Angela Merkel pediu a suspensão imediata de toda violência, declarou o vice-porta-voz da Chancelaria, Thomas Steg. A chefe de governo, que está de férias, pediu para ser constantemente informada a respeito do conflito, acrescentou Steg.
Comunciado de Steinmeier
Já o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, interrompeu suas férias e regressou a Berlim. Em comunicado divulgado na capital alemã, o ministro acentua a necessidade de romper a espiral de ameaças recíprocas e de violência.
"Apelo às partes para empreender imediatamente um diálogo direto", consta do comunicado. Todos os envolvidos precisam abdicar de agravar ainda mais as tensões por meio da retórica e de acusações mútuas, acrescentou.
A escalada da situação na Ossétia do Sul confirma os empenhos do governo alemão em prol de uma reativação das negociações para a solução do conflito na Abkházia, declarou Steinmeier. Também neste caso, acrescentou, a continuada falta de diálogo implica "um risco incalculável de que a situação extrapole".
O ministro alemão esteve há apenas três semanas na região, onde apresentou um plano em três passos para a solução pacífica do conflito da Abkházia que, da mesma forma que a Ossétia do Sul, pretende se tornar independente da Geórgia.
Consenso suprapartidário
Representantes de todos os partidos políticos manifestaram em Berlim igualmente preocupação com o conflito e exigiram um fim dos combates. O vice-líder da bancada social-democrata no Bundestag (câmara baixa do Parlamento), Walter Kobow, apelou pela interrupção da nefasta espiral de violência e por uma solução não militar do conflito.
O especialista em política externa da União Social Cristã (CSU), Karl-Theodor zu Guttenberg, disse ser preciso ter a esperança de que o presidente russo Dimitri Medvedev aja de forma mais prudente que seu antecessor, Vladimir Putin. A retórica de guerra do atual primeiro-ministro da Rússia é insuportável, acrescentou.
Michael Link, especialista em Cáucaso do Partido Liberal, declarou que todos os envolvidos, com sua obstinação, têm culpa na escalada da situação: russos, georgianos e sul-ossetianos.
Rainder Steenblock, do Partido Verde, pediu um cessar-fogo imediato e a intervenção do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Uma reconquista da região por meio da violência pelas tropas georgianas é inaceitável. Tampouco a Rússia pode intervir militarmente em apoio aos separatistas sul-ossetianos, acrescentou. É preciso evitar uma guerra por todos os meios, enfatizou o político verde.