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Alemanha pode perder apoio da França para Nord Stream 2

7 de fevereiro de 2019

Jornal afirma que Paris vai votar a favor de revisão de diretrizes de gás da UE, o que dificulta construção de gasoduto para transporte de gás russo para a Europa e contraria interesses de Berlim. Merkel defende projeto.

Construção do gasoduto Nord Stream 2, que passará pelo Mar Báltico
Construção do gasoduto Nord Stream 2, que passará pelo Mar BálticoFoto: picture-alliance/dpa/S. Sauer

A França deverá votar contra o projeto do gasoduto Nord Stream 2, apoiado pela Alemanha, numa votação da União Europeia (UE) marcada para esta sexta-feira (08/02) em Bruxelas, informou o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, que cita pessoas ligadas ao governo francês.

"Não queremos elevar a dependência da Rússia e, com isso, prejudicar os interesses de países da UE, como Polônia e Eslováquia", declarou um membro do governo francês ao jornal alemão, sob anonimato.

Nesta quinta-feira, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, rechaçou preocupações com uma dependência demasiado grande de Moscou. "Não queremos, sob nenhuma circunstância, nos tornar dependentes apenas da Rússia", disse.

Merkel argumentou que já durante a Guerra Fria a Rússia era um fornecedor de gás confiável para a Europa e assim permanecerá sendo, "sem que nos coloquemos numa dependência unilateral". Ela não comentou a suposta oposição ao projeto por parte da França.

A votação desta sexta-feira decidirá sobre uma reavaliação das diretrizes europeias para o gás, proposta pela Comissão Europeia em novembro de 2017 e posta em pauta pela Romênia, que ocupa a presidência rotativa do bloco.

A reavaliação prevê endurecer as regras para gasodutos vindos de fora da UE, o que teria efeitos sobre o projeto teuto-russo Nord Stream 2. Na prática, o endurecimento das regras impediria a empresa russa Gazprom de ter o controle tanto do gasoduto como do fornecimento.

O gasoduto deverá transportar gás da Rússia pelo Mar Báltico para a Alemanha, que se tornaria a principal distribuidora de gás russo na Europa Ocidental. Ucrânia e Polônia perderiam ainda mais importância – e recursos – como países intermediários no fornecimento de gás para a Europa.

Nord Stream 2 é praticamente paralelo ao Nord Stream 1, que já existe

Até o momento não havia maioria para levar adiante a proposta da Comissão Europeia. Com o apoio da França e de outros países, a Alemanha conseguira impedir uma posição consensual dos 28 países-membros. Se a França mudar de posição, os adversários do gasoduto estarão em vantagem.

A Comissão Europeia é crítica em relação ao Nord Stream 2 por avaliar que ele contradiz a estratégia de tornar a União Europeia menos dependente – e assim menos suscetível a pressões – da Rússia.

Os países do Báltico e a Polônia consideram a nova rota um perigo para a sua segurança. A Ucrânia e também a Polônia temem perder os recursos que obtêm como países de trânsito do gás russo com destino à Europa.

Também o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é contra a construção do Nord Stream 2, argumentando que ele eleva a dependência que a Europa já tem da Rússia no fornecimento de energia. Mas críticos afirmam que a real intenção de Trump é vender mais gás americano para os europeus.

O governo americano sublinhou sua posição num artigo publicado na DW e assinado pelos embaixadores em Berlim, Copenhague e na UE.

Quando concluído, o Nord Stream 2 deverá transportar 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano da Rússia para a Alemanha. Sua trajetória é praticamente paralela à do Nord Stream 1. Cerca de 600 km dos 2.400 km (dois dutos paralelos de 1.200 km cada) já foram construídos. A previsão é de que a obra esteja pronta até o fim de 2019.

AS/dpa/afp/rtr/dw

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