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Alemanha poderá ter ministra da Educação de origem turca

Wolfgang Dick (sv)19 de setembro de 2013

Yasemin Karakasoglu é a candidata ao posto pelo Partido Social Democrata. Ela é especialista em estratégias educacionais que visam a dar mais oportunidades a crianças descendentes de imigrantes na Alemanha.

Foto: picture-alliance/dpa

Yasemin Karakasoglu, 48 anos, é professora de Educação Intercultural e membro da equipe do candidato social-democrata a chefe de governo, Peer Steinbrück, nas eleições parlamentares alemãs. Karakasoglu, que será a titular da pasta da Educação caso o SPD vença o pleito, é especialista em estratégias educacionais para dar mais oportunidades a crianças descendentes de imigrantes.

Karakasoglu, que não passa a impressão de uma política no sentido clássico do termo, é filha de um casal turco-alemão e mãe de uma menina de 11 anos e de um menino de cinco.

Educação multicultural

Caso assuma o Ministério alemão da Educação, ela pretende incentivar aulas dos principais idiomas de origem dos filhos de imigrantes que vivem no país. "A educação precisa ser intercultural desde a mais tenra infância", defende, ao acentuar que teve sorte com a própria família neste sentido. Seu pai, que se mudou da Turquia para a Alemanha para estudar, ensinou-a desde cedo a transitar entre as duas culturas.

Educadora Yasemin Karakasoglu em campanha eleitoralFoto: DW/W. Dick

Essa transição é algo que Karakasoglu espera que aconteça também no ambiente universitário. Segundo ela, o reconhecimento mútuo de diplomas universitários ainda não funciona como deveria e como havia sido acertado no chamado Processo de Bologna. "É preciso, neste sentido, incentivar as universidades e equipá-las melhor quando querem receber estudantes estrangeiros", fala a educadora, que tem firmes propósitos de diminuir os obstáculos de reconhecimento de diplomas.

Candidata não é filiada a partidos

Karakasoglu nunca teve intenções de entrar para a política. Até hoje ela não é membro de nenhum partido – nem mesmo do SPD, para o qual faz campanha eleitoral. Ela se tornou conhecida com seu parecer sobre o uso do véu muçulmano durante um processo julgado pelo Supremo Tribunal Constitucional alemão.

Tratava-se do caso de uma jovem muçulmana de origem turca, que se candidatou ao posto de professora e queria usar o véu muçulmano em sala de aula. Na Alemanha, no entanto, as escolas são orientadas a se manterem neutras no que diz respeito a símbolos religiosos. Com esse argumento, o estado de Baden-Württemberg rejeitou a candidata ao posto de professora. As autoridades defenderam a opinião de que o uso do véu muçulmano simbolizaria a falta de vontade de se integrar à sociedade local.

Karakasoglu conseguiu provar, com suas pesquisas, que a integração se dá de maneira tão mais fluida quando a própria identidade do migrante pode ser preservada. Ou seja, sob esse ponto de vista, o véu muçulmano seria símbolo de pertencimento a uma comunidade religiosa ou de manutenção de uma tradição familiar e de forma alguma um obstáculo para a integração na sociedade local.

O Supremo Tribunal Constitucional resolveu, por fim, em 2003, aceitar que a professora usasse o véu em sala de aula, vendo sua posição como seu direito fundamental.

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