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Merkel: Alemanha precisa fazer mais pela igualdade de gênero

7 de março de 2020

Embora a luta feminina acumule avanços importantes no país, chanceler federal afirma que ainda há muito trabalho pela frente. E faz um apelo aos homens: "Se envolvam mais nas tarefas domésticas e no cuidado dos filhos."

Angela Merkel, chanceler federal da Alemanha
Segundo a chefe de governo, a luta pela igualdade de gênero não é somente feminina, mas depende muito dos homensFoto: picture-alliance/dpa/B. von Jutrczenka

Apesar de avanços importantes na Alemanha em relação ao equilíbrio de gênero, o país ainda tem muito a fazer para diminuir a desigualdade entre homens e mulheres, disse a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, neste sábado (07/03), véspera do Dia Internacional da Mulher.

A chefe de governo também defendeu que essa não deve ser uma batalha somente feminina, mas uma luta que depende muito dos homens, e pediu a participação masculina.

"Porque só poderemos alcançar igual participação das mulheres no mundo profissional se os homens se envolverem mais nas tarefas domésticas, no apoio, no cuidado e também na educação dos filhos", afirmou Merkel em seu podcast de vídeo semanal.

A chanceler federal frisou que implementar a igualdade de gênero continua sendo uma prioridade na Alemanha, chamando a atenção, por exemplo, para a ainda existente lacuna entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

Como é ser mulher na Alemanha?

06:17

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"Hoje, 76% das mulheres em idade ativa estão empregadas. Esse número é significativamente maior do que alguns anos atrás, mas ainda menor do que a porcentagem de homens [que trabalham]: 84%", disse ela.

Quando se trata de violência contra a mulher e de mulheres ocupando cargos de liderança na política e nos negócios, a Alemanha também ainda tem muito a fazer, acrescentou Merkel.

Segundo a líder alemã, embora as grandes empresas do país agora sejam obrigadas por lei a ocupar pelo menos um terço de seus conselhos administrativos com mulheres, pequenas e médias empresas ainda precisam se atualizar.

Nesse sentido, o governo federal quer ser um modelo a ser seguido, afirmou Merkel. Sob a chamada lei da segunda posição de liderança, companhias estatais ou majoritariamente estatais deverão ter em seus conselhos um número igual de homens e mulheres até 2025.

A chanceler federal lembrou que a Alemanha fez alguns avanços significativos no combate à desigualdade de gênero: "Avançamos, por exemplo, em termos de equilíbrio entre vida profissional e pessoal", afirmou, citando o direito a vaga em creches e a licenças parentais.

Segundo ela, atualmente uma proporção maior de homens tem usufruído da licença-paternidade do que alguns anos atrás. Em 2018, 36% dos pais reivindicaram o chamado Elterngeld (dinheiro parental), um subsídio para mães e pais que deixam de trabalhar para cuidar dos filhos nos primeiros meses. Dez anos antes, apenas 21% pediram o auxílio, afirmou Merkel.

"E eu só posso incentivar todos os pais a participarem dessa fase de suas vidas e a se dedicarem à educação dos filhos", reiterou a chefe de governo.

A Alemanha ocupa a 10ª posição entre 153 países no Índice de Diferenças Globais entre Gêneros, mas possui uma das maiores disparidades salariais na Europa.

EK/dpa/kna/epd

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