Alemanha premia iniciativas contra desperdício de alimentos
6 de abril de 2017
Ministério da Alimentação e Agricultura destaca projetos inovadores, como um restaurante de Berlim que reaproveita comida descartada. Governo pretende reduzir desperdício pela metade até 2030.
Cada alemão descarta em média 82 quilos de comida por anoFoto: picture alliance/dpa/P. Pleul
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Como parte de uma campanha para reduzir o desperdício de alimentos entre os consumidores e ao longo de toda a cadeia de distribuição, o Ministério da Alimentação e Agricultura alemão premiou nesta quarta-feira (05/04), em Berlim, iniciativas inovadoras no setor, de um supermercado e um restaurante a uma associação sem fins lucrativos.
A premiação faz parte da iniciativa "Bom demais para o lixo", criada pelo ministério em 2012 e que visa estimular cidadãos, empresas e organizações a pensarem em novas maneiras de evitar o desperdício.
O objetivo é cortar pela metade a quantidade de alimentos desperdiçados no país até 2030. Cada alemão descarta em média 82 quilos de comida por ano. A maior parte desse lixo pode ser evitada, diminuindo os impactos ambiental e econômico.
O ministro da Alimentação e Agricultura, Christian Schmidt, premiou os participantes de quatro categorias entre os 180 inscritos.
Na categoria produção, uma start-up que faz bolinhos tradicionais alemães, a Knödelkult, criou uma receita que leva pães que não foram vendidos em padarias locais. Os três fundadores da Knödelkult compram os pães a preços promocionais e transformam o alimento que teria sido jogado fora em um produto não perecível, vendido em potes de vidro.
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Para cada 3 mil potes vendidos, a Knödelkult consegue evitar que mais do que uma tonelada de pão vá para o lixo. Aberta em 2016, a empresa levantou seu capital inicial por meio de uma campanha de crowdfunding e agora está trabalhando para expandir seu processo logístico e de produção.
Uso inteligente de sobras
O restaurante berlinense Restlos Glücklich (Felizes sem restos, em tradução livre) levou o prêmio de gastronomia. Eles aproveitam alimentos descartadas de mercados, supermercados e agricultores para preparar refeições. Moradores e turistas aprovam a comida.
Uma divisão da cadeia de supermercados Edeka reivindicou o prêmio da categoria comércio pelo desenvolvimento de um site interno que vende alimentos selecionados que teriam sido jogados fora. Na bolsa de mercadorias online da empresa são oferecidos com desconto produtos como frutas perecíveis estocadas em excesso, legumes e leite. A comida é enviada de cinco centros para mercados ou compradores individuais.
A associação sem fins lucrativos Lecker Tafeln, que ajuda a distribuir alimentos descartados a pessoas de baixa renda, ganhou o prêmio Sociedade e Educação pelo projeto Delicious Table.
O projeto piloto foca em educar grupos socialmente desfavorecidos sobre nutrição, higiene e desperdício de comida. Eles ensinam as a preparar o que há de disponível em cada estação ou ainda como usar bananas maduras demais, por exemplo.
Também foram destacados na cerimônia de premiação o projeto Dörrwerk, de Berlim, pelos seus snacks feitos de frutas, e o Frankfurt Kitchen ShoutOutLoud, que prepara comida de rua com uma variedade de ingredientes excedentes.
Doze alimentos caros e raros
Caviar e trufas pertencem certamente à cozinha dos ricos, mas quem tiver dinheiro de sobra também poderá pagar milhares de reais por um melão. Veja uma seleção de alimentos para quem não economiza na hora de comer.
Foto: Imago/Westend61
Caviar de esturjão albino
Chamado de caviar Almas (diamante, em russo), a cor dessa ova de peixe é mais clara, e o leve sabor de nozes proporciona uma combinação única de paladar. Encontrar um beluga branco é um golpe de sorte para um pescador, mas hoje eles também são criados numa fazenda próxima de Salzburg. O preço do produto varia de 55 mil a 235 mil reais. Anualmente, só são produzidos oito quilos em todo o mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Gabbert
Chá de Panda
O empresário chinês An Yanshi produz o chá mais caro do mundo, usando fezes de panda para o crescimento de um tipo especial de folhas. Supostamente, o excremento do urso chinês é mais nutritivo do que qualquer outro fertilizante, e a bebida ajuda a emagrecer e protege até de radiações nocivas. Uma xícara pode custar mais de 350 reais, e um quilo do produto sai pela bagatela de 130 mil reais.
Foto: picture-alliance/Imaginechina/Gu Dao Cd
Trufas brancas
Encontradas na região do Piemonte, na Itália, um quilo de trufas brancas pode custar até 32 mil reais, no Japão, até 55 mil reais. Elas são colhidas em novembro e dezembro. Seu preço pode variar bastante, dependendo da qualidade e do tamanho. Para encontrá-las, são utilizados cães e porcos treinados. Bastante conhecida por sua produção de trufas brancas é a cidade italiana de Alba.
Foto: picture-alliance/dpa/XAMAX
Atum de barbatana azul
Apesar de estar ameaçado de extinção, o atum de barbatana azul é muito apreciado como sushi no Japão. Normalmente, esse peixe chega a três metros de comprimento e, aos 15 anos, pesa cerca de 300 quilos. Sua carne vermelha escura tem baixo teor de gordura, é rica em proteínas, iodo, ômega 3 e vitamina B12. O quilo desse peixe gira hoje em torno de 22,5 mil reais.
Foto: picture-alliance/dpa
Melão Yubari King
Inventado a partir do cruzamento de dois tipos de melões, ele é cultivado na cidade de Yubari, na ilha japonesa de Hokkaido, por algumas centenas de agricultores. Eles massageiam as frutas e seguem um rigoroso método de irrigação. Este melão é bastante doce e suculento e custa em média por volta de 350 reais, mas em leilões, unidades seletas do produto podem chegar a mais de 30 mil reais.
Foto: picture-alliance/Kyodo
Açafrão
Produzido principalmente no Irã, Afeganistão, na região de Caxemira e do Mediterrâneo, o açafrão é um dos temperos mais caros do mundo. Ele é extraído dos pistilos das flores de "Crocus sativus", que florescem somente uma vez por ano. Para se extrair um quilo do produto, é necessário colher cerca de 150 mil flores. O preço da especiaria, usada em risotos e paellas, chega a 14 mil reais.
Foto: MIZAN
Cogumelos matsutake
Os cogumelos matsutake são apreciados há pelo menos mil anos na culinária japonesa. Mas eles são muito difíceis de encontrar. No Japão, a produção anual não passa de mil toneladas. Eles podem ser achados também na China, Coreia, EUA, Finlândia e Suécia. Um quilo do matsutake original custa por volta de 7 mil reais, já os importados são bem mais baratos, custando o quilo somente 330 reais.
Foto: imago/Kyodo News
Queijo Pule
Feito do leite de uma espécie de burros da Sérvia, este é o queijo mais caro do mundo. Por volta de 25 litros de leite são necessários para fazer um quilo de queijo Pule. O problema é que uma jumenta não produz mais que 0,2l de leite por dia. O processo de fabricação também é complexo. Isso explica o preço de 3,5 mil reais por um quilo do produto. O queijo Pule tem baixíssimo teor de gordura.
Foto: picture-alliance/PIXSELL
Café de civeta
O café de civeta ou Kopi Luwak é extraído das fezes de um animal conhecido por civeta, uma espécie de gato-almiscarado, encontrado principalmente na Indonésia. Depois de passarem por um difícil processo de digestão, os grãos de café são expelidos nos excrementos do civeta. Eles são então limpos e vendidos por cerca de 3 mil reais cada quilo. O café tem um gosto suave e levemente adocicado.
Foto: picture-alliance/Arco Images GmbH/P. Wegner
Bife de Kobe
Essa raça de gado deve seu nome à cidade japonesa de Kobe, onde foram estabelecidos os padrões para a produção da carne de luxo. Além de dieta exclusiva e massagens, o animal só é abatido aos cinco anos de idade. Anualmente, somente cerca de 4 mil cabeças cumprem os requisitos. Rico em ômega 3 e com uma mistura ideal de carne e gordura, o quilo do produto sai por volta de 2 mil reais.
Foto: Imago/F. Abraham
Batata La Bonnote
Custando a bagatela de 2 mil reais o quilo, esta é a batata mais cara do mundo. Ela é cultivada em Noirmoutier, uma ilha na costa atlântica da França que produz a cada ano somente 100 toneladas do produto. Adubadas com algas marinhas, elas são colhidas a mão e possuem um sabor único.
Foto: Imago/imagebroker
Óleo de Argan
Também chamado de "ouro fluído do Marrocos", um litro de óleo de Argan custa cerca de 400 reais. Ele é extraído da semente de uma árvore que cresce somente no Marrocos. A colheita da fruta semelhante a uma oliva é bastante trabalhosa: é preciso esperar que elas caiam das árvores para ser colhidas. Além de saboroso, o óleo é excelente para o tratamento de cabelos.