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Alemanha prepara time para além da Copa de 2006

mw26 de dezembro de 2003

Federação Alemã de Futebol investe pesado para renovar quadro de jogadores nacionais. Primeiros resultados já são visíveis, mas a nova geração só deverá dominar a Seleção profissional após o mundial na Alemanha.

Para Hinkel, do Stuttgart, a Seleção já é realidadeFoto: AP

Os alemães sonham com a conquista do tetracampeonato mundial de futebol em 2006. Ainda mais depois do segundo lugar em 2002. Para levantar a copa, contam com a vantagem de jogar em casa. Mas isto não basta. A derrota por 3 a 0 para a França no estádio Auf Schalke, em Gelsenkirchen, no último amistoso do ano, em novembro, mostrou que ainda falta muito. Enquanto isso, a equipe sub-21 brilhou naquela mesma semana ao conseguir a primeira classificação alemã desde 1988 para a Eurocopa da categoria.

A Federação Alemã de Futebol aposta na renovação do quadro de jogadores para recuperar o prestígio mundial da Alemanha. Desde os vexames nacionais na Copa do Mundo de 1998 e na Eurocopa de 2000, a DFB vem investindo dez milhões de euros por ano no fomento de novos talentos. A classificação da seleção sub-21 não é o único sinal de que a política está dando resultado. No amistoso contra a França, o lateral Andreas Hinkel e o atacante Kevin Kuranyi (nascido no Rio de Janeiro) foram dos poucos que receberam elogios. Com 21 anos, os dois jogadores do Stuttgart foram também os mais jovens a vestir a camisa alemã na partida.

O que está sendo feito para renovar

As medidas para atrair a meninada e desenvolvê-la vão desde iniciativas próprias da federação a imposições aos clubes. A DFB mantém pontos de apoio para novos talentos treinarem. Os melhores são chamados pelos grandes clubes, nos quais chegam a cumprir programas de treinamento de até cinco dias na semana.

Já os clubes com times nas duas divisões profissionais da Bundesliga têm de possuir centro de treinamento para a nova geração, com no mínimo três campos gramados, três treinadores, um fisioterapeuta e um acordo de cooperação com uma escola. Fora isto, foi criado este ano um campeonato nacional de juniores. Até agora eles só participavam das competições regionais dos times amadores e acabavam sendo subexigidos.

O chamado Team 2006

O teuto-carioca Kevin Kuranyi, de apenas 21 anos, já está entrosado com as grandes estrelas da Seleção Alemã, como Michael BallackFoto: AP

Além das várias seleções de juniores (sub-21, sub-20 etc.), a DFB instituiu ainda o Team 2006, um selecionado que reúne jogadores que devido à sua idade não podem mais participar das equipes inferiores, mas por outro lado não têm ainda chance de convocação para a principal seleção nacional devido à concorrência dos veteranos. No entanto, até o próximo mundial muitos destes podem vir a ser substituídos por causa da idade – dos 15 alemães que entraram em campo contra a França, oito terão mais de 30 anos na Copa da Alemanha.

Através do Team 2006, a federação oferece aos pré-candidatos a uma convocação pelo técnico Rudi Völler a oportunidade de obterem experiência internacional num selecionado. A iniciativa, entretanto, é polêmica, pois o time inclui, por exemplo, jogadores como Markus Schroth, que com 31 anos é mais velho que a grande maioria da atual Seleção Alemã.

Cofres vazios ajudam a prata da casa

A crise econômica no futebol alemão igualmente dá sua contribuição para o rejuvenescimento. Não é à toa que Hinkel e Kuranyi vêm do Stuttgart. Afundado em dívidas, o clube do sul da Alemanha optou por aliviar sua folha de pagamento e promover seus juniores a profissionais. A mudança não só rende novos talentos para a Seleção, como recolocou a equipe na disputa dos títulos nacionais. Após o inesperado vice-campeonato alemão na última temporada, o Stuttgart lidera o atual e surpreende na Liga dos Campeões da Europa.

O Bayer Leverkusen também segue agora o mesmo caminho. "Quando havia muito dinheiro, contratou-se à beça", diz Michael Reschke, chefe do Departamento de Juniores. O clube, entretanto, constatou que, na desastrosa temporada 2002/2003, os jogadores com números 21 a 26 só foram escalados em 2,4% do total de tempo que o time jogou. Segundo Reschke, o Leverkusen avaliou então que valia mais a pena dispensar estrangeiros apenas medianos e deixar para empregar algum júnior em caso de necessidade.

Melhores perspectivas para além de 2006

"Os franceses e os espanhóis possuem a melhor nova geração e ainda manterão este status nos próximos anos. Mas o nível entre os juniores alemães também aumentou enormemente", assegura o dirigente do Leverkusen. O técnico da Seleção Alemã, Rudi Völler, está feliz por dispor de novas opções para o time que levará à Eurocopa de 2004 em Portugal e escalará sobretudo no mundial de 2006 em casa. No entanto, Völler acredita que o ponto alto da política de incentivo a novos talentos ocorrerá somente mais tarde. "Os efeitos mais fortes só virão após 2006, quando os jovens, entusiasmados pela Copa, correrão para os clubes."

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