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Afeganistão

12 de janeiro de 2011

Governo alemão decide prorrogar o mandato da missão militar no Afeganistão por mais um ano e pela primeira vez define uma data para iniciar a retirada das tropas, mas apenas "caso as condições de segurança permitam".

Soldados alemães devem estar de volta até o final de 2014Foto: AP

O governo da Alemanha aprovou um novo mandato para prolongar por mais um ano a missão do Exército alemão no Afeganistão. O texto aprovado nesta quarta-feira (12/1) pelo gabinete de governo da chanceler federal Angela Merkel não estabelece uma data exata para a retirada dos primeiros soldados alemães estacionados no Afeganistão, embora mencione a intenção de iniciar a retirada ainda no final de 2011.

A decisão será submetida à votação no Bundestag (câmara baixa do Parlamento) no dia 28 de janeiro, onde uma aprovação é tida como certa. Os social-democratas, principal força da oposição, já anunciaram que irão votar a favor. A intenção do governo é que, até 2014, todas as tropas de combate alemãs tenham deixado o país asiático.

Número dos primeiros a retornar ficou em aberto

O documento deixa em aberto com quantos soldados deverá ser iniciada a retirada alemã. O mandato só prevê uma "redução gradual". O atual contingente alemão no Afeganistão é de cerca de 4,6 mil soldados.

A discussão abordando a fixação ou não de um prazo para o começo da retirada das tropas gerou tensões entre o ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, contrário à fixação de uma data, e o ministro do Exterior, Guido Westerwelle, que pressionou por um calendário concreto para pôr um fim na controversa missão militar no Afeganistão.

Guttenberg condena uma "retirada precipitada"Foto: AP

Após negociações entre ambos, o documento final assinala que o governo "espera poder reduzir a presença das forças alemãs a partir do final de 2011". No entanto, o prazo está sujeito a certas condições preliminares.

Solução de consenso

Segundo o documento, a retirada será iniciada "caso as condições locais de segurança a permitam". A formulação foi uma solução de consenso encontrada entre Westerwelle e Guttenberg.

Enquanto Westerwelle queria a menção de uma data, Guttenberg insistia na menção de condições específicas para a retirada das tropas. Nos últimos dias, o ministro da Defesa alertou diversas vezes para os perigos do que chamou de uma "retirada precipitada".

O ministro do Exterior negou que haja um conflito entre ele e seu colega da pasta da Defesa e defendeu seu ponto de vista. "Se não planejamos como prosseguir na construção do futuro do Afeganistão, então corremos o risco de não criarmos a pressão, por exemplo, para que o governo afegão faça de tudo para melhorar a situação", ressaltou Westerwelle em entrevista à TV alemã.

Em 2010 morreram no Afeganistão mais soldados estrangeiros do que em qualquer outro ano desde a queda do regime talibã, em 2001. Até agora, 45 soldados alemães foram mortos no Afeganistão. Ao todo, cerca de 150 mil soldados de forças internacionais ainda estão no país.

MD/dpa/rtrs
Revisão: Alexandre Schossler

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