Ministro afirma que organização extremista de direita defende criação de Estado nazista. Mesmo pequeno, grupo é estruturado e perigoso, dizem autoridades.
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O governo da Alemanha proibiu a organização de extrema direita Sturmbrigade 44, acusada de incitação ao ódio, anunciou nesta terça-feira (01/12) o ministro do Interior, Horst Seehofer.
O grupo, que também era conhecido como Wolfsbrigade 44, semeava o ódio e defendia o estabelecimento de um Estado nazista, afirmou o ministro.
A polícia executou ações de busca e apreensão em residências de 13 integrantes da organização nos estados de Hessen, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Renânia do Norte-Vestfália e apreendeu celulares, computadores, uma baioneta, uma balesta, facas e artigos devocionais e de propaganda.
Membros do grupo reiteradamente se declararam adeptos das ideias de Adolf Hitler e almejaram a criação de um Estado nazista na Alemanha, com a abolição do Estado democrático de direito, disseram as autoridades.
Elas acrescentaram que, apesar de se tratar de um grupo reduzido de algumas dezenas de pessoas, não se pode subestimar o perigo representado por militantes neonazistas que são ativos nas redes sociais.
O número 44 é uma referência à sigla DD, de Divisão Dirlewanger, em referência ao criminoso nazista Oskar Dirlewanger. O logotipo do grupo (uma caveira atravessada por facas) e outros símbolos também foram proibidos.
As autoridades alemãs disseram que o grupo, criado em 2016, tinha estatutos próprios, com uma clara hierarquia, divisão de tarefas e código de conduta, e seus membros usavam termos e conceitos do nazismo.
AS/dpa/epd/efe
Os nazistas no banco dos réus
Há 75 anos, a cúpula do regime de Hitler teve que responder perante um tribunal internacional. O julgamento revelou toda extensão do terror do Reich.
Eles eram funcionários do partido, militares, servidores administrativos, diplomatas ou industriais. Todos serviram ao regime de Hitler. Em 20 de novembro de 1945, iniciou-se o julgamento de 21 réus perante o Tribunal dos Aliados, criado especialmente para tratar dos crimes do nazismo.
Segundo a União Soviética, os julgamentos deveriam ocorrer em Berlim. Contudo, ao contrário dos edifícios da capital do Reich, o Palácio da Justiça de Nurembergue só fora levemente destruído durante a guerra, oferecendo espaço amplo, além de dispor de uma prisão própria. O fato de a cidade na Baviera ter servido de palco para os comícios do partido nazista também tinha um peso simbólico.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Kalker
Franz von Papen: preparando o caminho para Hitler
O vice-chanceler do Reich tentou manter Hitler em xeque, um governo de coalizão com forças conservadoras nacionais, mas logo foi relegado a um posto de diplomata. Absolvido em Nurembergue, num processo posterior de desnazificação ele foi apontado como o principal réu. Condenado a oito anos em campo de trabalhos forçados, Von Papen acabou sendo libertado em 1949.
Foto: picture-alliance/dpa
Hermann Göring: o "marechal do Reich"
Göring era o nacional-socialista mais graduado no banco dos réus, tendo acumulado diversos cargos sob Hitler. Sua responsabilidade era proporcionalmente grande. Ainda assim, alegava nada saber sobre os campos de concentração. Göring foi considerado culpado de todas as acusações e, por fim, condenado à morte. Na véspera da execução, porém, pôs fim à vida com uma cápsula de cianeto.
Foto: dpa
Rudolf Hess: o vice do Führer
Fiel seguidor de Hitler, Hess foi nomeado vice na liderança do partido. Em 1941, embarcou num voo para a Escócia, aparentemente por conta própria, e tentou em vão fechar um acordo de paz com o governo britânico. Em Nurembergue, foi condenado à prisão perpétua. Em 1987, aos 93 anos, Hess suicidou-se na prisão militar dos Aliados, em Spandau.
Foto: Getty Images/Central Press
Hans Frank: o "açougueiro da Polônia"
Como governador-geral na Polônia ocupada, Frank investiu na exploração desenfreada do país. Ele foi responsável pelo assassinato de centenas de milhares de poloneses e judeus. Sobre estes últimos, disse em 1939: "Quanto mais [judeus] morrerem, melhor." Diante da condenação, Frank acabou se voltando para o catolicismo. Sobre a pena de morte, disse: "Eu a mereço e aguardo por ela."
Foto: Wikipedia/Bundesarchiv
Joachim von Ribbentrop: ministro do Exterior
Ribbentrop deixou claro que o Ministério das Relações Exteriores não era "puro", mas sim profundamente envolvido nos crimes do regime nazista. As missões diplomáticas no exterior, por exemplo, trabalharam em estreita colaboração com a SS e outras organizações no genocídio de judeus. Ribbentrop não demonstrou nenhum remorso em Nurembergue, e foi o primeiro dos condenados à morte a ser executado.
Foto: akg-images/picture alliance
Albert Speer: o arquiteto favorito de Hitler
Speer (2º à esq.) foi o principal arquiteto do nazismo. Hitler era grande fã de seus edifícios monumentais. O tribunal, por outro lado, estava mais interessado no papel de Speer como ministro de Armamentos e Munições. Ele se apresentou como idealista equivocado e conseguiu encobrir parte de suas ações, como a expansão dos campos de concentração. Escapou por pouco à pena de morte.
Foto: Getty Images/Hulton Archive
Gustav Krupp: o magnata dos armamentos
O diplomata Gustav Krupp von Bohlen und Halbach (dir.) se tornou grande industrial através do casamento com Bertha Krupp, herdeira da gigante siderúrgica alemã. Inicialmente se distanciou de Hitler, mas, com o crescente papel da empresa no setor de armamentos, logo cedeu. Devido à saúde precária de Gustav von Krupp, seu processo foi arquivado.
Foto: picture-alliance/dpa
Karl Dönitz: o último "presidente do Reich"
Como comandante da Marinha, Dönitz (c., entre Mussolini e Hitler) foi responsável por emitir slogans de perseverança suicida às tripulações dos submarinos. Pouco antes de cometer suicídio, Hitler o nomeou "presidente do Reich". Após dez anos de prisão, Dönitz permaneceu um ferrenho nacional-socialista até o fim da vida