Além de verba emergencial, país anuncia envio de equipe de especialistas ao museu, destruído por um incêndio. Colônia, cidade-irmã do Rio, também oferece assistência após tragédia.
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Após o incêndio que devastou o Museu Nacional no Rio de Janeiro, a Alemanha foi um dos países e organizações que se prontificaram ajudar na reconstrução do edifício na Quinta da Boa Vista.
Nesta quinta-feira (06/09), o Ministério alemão do Exterior informou que coordenará esforços nacionais para fornecer apoio à limpeza e recuperação do Museu Nacional no Rio de Janeiro, prometendo o envio imediato de uma verba emergencial no valor de até 1 milhão de euros.
A secretária de Cultura do Ministério do Exterior alemão, Michelle Müntefering, se reunirá com autoridades do governo, estados e da sociedade civil para discutir a ajuda emergencial.
Segundo Müntefering, especialistas alemães participarão de uma missão da Unesco no Museu Nacional no Rio, na tentativa de recuperar itens que podem ter sido poupados pelas chamas.
Colônia, cidade-irmã do Rio, também demonstrou solidariedade. A prefeita Henriette Reker disse que oferecerá o trabalho de arquivistas que poderão prestar assistência e consultoria.
"Após o colapso do Arquivo Histórico de Colônia em 2009, podemos compreender o que essa perda significa para o Rio de Janeiro, o Brasil e a para memória de toda a população", afirmou.
“É uma perda irrecuperável para a ciência mundial”
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O Museu Nacional abrigava 20 milhões de peças e documentos. Um levantamento preliminar indica que a maior parte foi incinerada. Autoridades do museu afirmam que ainda não foi possível avaliar as dimensões das perdas do acervo do museu, uma vez que os bombeiros ainda trabalham no local.
"Bombeiros encontraram fragmentos de ossos numa sala onde o museu guardava diversos itens, incluindo crânios", disse a vice-diretora do museu Cristiana Serejo. "Ainda temos que coletá-los e leva-los ao laboratório para saber exatamente o que são."
Até agora não foi possível determinar as causas do incêndio. "Todos os esforços da Polícia Federal estão voltados para lá", afirmou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.
Por enquanto, circulam na imprensa algumas hipóteses sobre o que teria iniciado as chamas, como a de um curto circuito ou a de que um balão teria caído sobre o edifício.
RC/ap/dpa/efe
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Incêndio que destruiu Museu Nacional no Rio chama atenção para outras instituições culturais e científicas em prédios históricos. Devido a riscos, alguns se encontram fechados.
Foto: Imago/M. A. Rummen
Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro
Construída em 1603 na antiga Ponta do Calabouço, no centro do Rio de Janeiro, a Fortaleza de Santiago deu origem ao conjunto arquitetônico que abriga o Museu Histórico Nacional, o mais importante museu de história do país. Seu acervo inclui 258 mil itens e uma biblioteca especializada em história do Brasil, história da arte, museologia e moda.
Foto: public domain
Museu do Ipiranga, São Paulo
Localizado no Parque da Independência, em São Paulo, o Museu do Ipiranga foi inaugurado em 1895, como museu de história natural e marco da independência. Seu acervo abrange 450 mil itens, do século 17 até o século 20, referentes à história da sociedade brasileira. O museu se encontra fechado desde 2013, quando um laudo apontou risco de desabamento do forro. O prédio aguarda obras de restauração.
Foto: Imago/M. A. Rummen
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro
O prédio da antiga Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, abriga hoje a maior e mais importante coleção de arte brasileira do século 19, além de documentos e livros. O acervo do Museu Nacional de Belas Artes teve origem nas pinturas trazidas e produzidas pela Missão Artística Francesa, que chegou ao Rio em 1816, como também nas peças da coleção de D. João 6° deixadas no Brasil.
Foto: Imago/imagebroker/K. Kozlowski
Museu Emílio Goeldi, Belém
A criação do Museu Emílio Goeldi, em Belém, remonta a 1866. Atualmente, a instituição possui três bases físicas. A mais antiga foi instalada em 1895 numa área de 5,2 hectares, atualmente conhecida como Parque Zoobotânico, na capital paraense. Desde sua fundação, suas atividades se concentram no estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia.
Foto: Divulgação Portal Brasil
Museu da Inconfidência, Ouro Preto
O museu dedicado a preservar a memória da Inconfidência Mineira ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica, hoje Ouro Preto, construída no fim do século 18. Além do Panteão com os restos mortais dos inconfidentes, o acervo da instituição abriga mais de quatro mil peças do cotidiano mineiro nos séculos 18 e 19, além de importantes obras, por exemplo, de Aleijadinho e Mestre Ataíde.
Foto: picture-alliance/imageBROKER/G. Barbier
Museu Imperial, Petrópolis
O antigo palácio de verão da família imperial brasileira em Petrópolis abriga hoje o principal acervo relativo ao império brasileiro, que cobre sobretudo o período governado por D. Pedro 2°, que também mandou construir o prédio neoclássico. Entre os cerca de 300 mil itens estão a coroa imperial brasileira e a pena de ouro usada pela princesa Isabel para assinar a Lei Áurea.
Inaugurado em 2006 no prédio histórico da Estação da Luz, aberto em 1901, em São Paulo, o moderno museu em homenagem à diversidade da língua portuguesa recebeu quase 4 milhões de visitantes até um incêndio destruir dois andares de sua estrutura, em dezembro de 2015. Por ser virtual, seu acervo, no entanto, não se perdeu. O prédio está sendo restaurado e sua reinauguração está prevista para 2019.
Foto: Imago/Fotoarena/B. Rocha
Museu de Arte de São Paulo (Masp), São Paulo
O Masp abriga a maior coleção de arte europeia do Hemisfério Sul. Idealizado por Assis Chateaubriand, o museu foi fundado em 1947. No entanto, o prédio icônico que ocupa na Avenida Paulista, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi e que se tornou marco da arquitetura do século 20, foi inaugurado em 1968, com a presença da rainha Elizabeth 2ª. Seu acervo abrange hoje mais de 10 mil obras.
Foto: picture-alliance/Demotix/A. M. Chang
Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro
Além de um dos principais acervos de arte moderna brasileira, o prédio icônico do arquiteto modernista Affonso Eduardo Reidy e os jardins de Burle Marx, na praia do Flamengo, são atrações do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), fundado há sete décadas. Em 1978, um incêndio destruiu quase por completo as obras de sua coleção, entre elas, pinturas de Picasso e Salvador Dalí.
Foto: picture-alliance/dpa/Campus & Davis
Museu Nacional, Rio de Janeiro
Boa parte do prédio e do acervo de 20 milhões de itens do Museu Nacional – o maior de história natural do país – foi destruída no incêndio na noite de 2 de setembro de 2018. O museu era a mais antiga instituição científica do Brasil. Fundado como Museu Real, ele ocupava a antiga residência oficial dos imperadores do Brasil, na Quinta da Boa Vista, desde 1892.