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Alemanha prorroga lockdown, mas flexibiliza restrições

4 de março de 2021

Merkel e governadores estabelecem plano de reabertura gradual do comércio em regiões com infecções em queda. Chanceler federal adota otimismo cauteloso. "A vacinação é a saída para a pandemia", diz. 

Chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel
Foto: John MacDougall/REUTERS

O governo da Alemanha anunciou nesta quarta-feira (03/03) a prorrogação até 28 de março do lockdown que está em vigor no país desde 16 de dezembro, mas também estabeleceu um plano de flexibilização das restrições em cinco etapas.

Após uma reunião que se estendeu por nove horas, a chanceler federal Angela Merkel e os governadores dos 16 estados do país chegaram a um acordo para tentar equilibrar a necessidade de conter a disseminação de variantes mais contagiosas do coronavírus e a impaciência crescente da população com as medidas de restrição em vigor há mais de dois meses.

Uma das principais medidas de flexibilização envolve a reabertura de parte do comércio não essencial, que poderá ocorrer de maneira mais sistemática em regiões que registraram uma média inferior a 50 novos casos de covid-19 por 100 mil habitantes nos últimos sete dias. Merkel defendia um número mais rígido, de incidência de 35 por 100 mil habitantes, mas teve que ceder diante da pressão dos governadores, que pela estrutura federativa do país têm poder para impôr ou levantar restrições.

As primeiras medidas de flexibilização do pacote anunciado nesta quarta vão passar a valer a partir de segunda-feira. Numa primeira etapa, floriculturas, livrarias e lojas de jardinagem poderão reabrir, desde que observadas medidas rígidas de higiene. Já a abertura do comércio varejista dependerá da situação epidemiológica numa segunda etapa. 

Regiões com incidência inferior a 50 casos vão poder reabrir museus, zoológicos e galerias. Lojas vão poder permitir um certo número de clientes dependendo da área do estabelecimento. Regiões com incidência entre 50 e 100 poderão reabrir esses espaços, mas com hora marcada.

Se os números continuarem em queda, será permitida a reabertura de restaurantes com áreas externas, museus e instalações esportivas. Cada nova etapa da flexibilização ocorrerá a cada 14 dias, se os números permanecerem em baixa. Uma nova reunião deve ocorrer em três semanas para discutir questões como a reabertura de hotéis e viagens.

Também foram acertadas nesta quarta questões envolvendo as restrições de contato. Atualmente, os encontros privados são permitidos apenas para os moradores de uma mesma residência com no máximo uma pessoa de fora. A partir de 8 de março será permitido o encontro de moradores de duas residências, porém, com um máximo de cinco pessoas presentes.

As primeira medidas de flexibilização do atual lockdown já começaram a ser aplicadas na última segunda-feira, com a volta às aulas para estudantes do ensino fundamental e a reabertura de barbearias e salões de beleza após uma pausa forçada de dois meses e meio.

Merkel salientou que o plano prevê um "mecanismo de emergência", que a reabertura poderá ser revertida, e que a Alemanha voltará ao lockdown total caso os números voltem a sair de controle, com uma incidência superior a 100 casos por 100 mil habitantes em um intervalo de três dias. "Estamos no limiar de uma nova fase da pandemia em que não podemos ser descuidados, mas que apresenta esperança", disse a chanceler.

Outras medidas incluem oferecer testes rápidos e gratuitos para todos os residentes na Alemanha a partir de 8 de março. Cada pessoa deverá ter direito a um teste por semana. Também ficou acertado no final de março ou início de abril médicos em consultórios particulares poderão ser totalmente envolvidos na campanha de vacinação com o objetivo de acelerar os esforços.

Merkel se mostrou cautelosamente otimista. "A primavera de 2021 será diferente da primavera de um ano atrás", disse, citando as vacinas. "A vacinação é a saída para a pandemia." 

Meses de lockdown

Um lockdown mais rígido foi imposto na Alemanha em 16 de dezembro, após uma tentativa de bloqueio parcial no início de novembro não ter sido capaz de conter a explosão de casos no país. Na ocasião, o comércio e as escolas permaneceram abertos, enquanto foram impostas severas restrições a shows, hotéis e academias de ginástica.

Mas nem as medidas mais rígidas adotadas a partir da segunda metade de dezembro surtiram o efeito esperado. Naquele mês, a Alemanha chegou a registrar recordes de mais de mil óbitos por dia, além de um forte aumento no número de infecções. A situação levou várias lideranças políticas a pedirem a ampliação das medidas de contenção.

Inicialmente previsto para terminar em 10 de janeiro, o lockdown foi então estendido até o fim de janeiro e, em seguida, prorrogado novamente até 14 de fevereiro, e depois até 8 de março. Por fim, nesta quarta, o governo determinou a quarta prorrogação consecutiva do confinamento.

Em meados de fevereiro, porém, foram iniciadas algumas medidas de flexibilização, como a reabertura de escolas e jardins de infância em diversos estados. Já salões de beleza reabriram em 1° de março.

As medidas restritivas em vigor ajudaram a reduzir consideravelmente o número de novas infecções. No entanto, com a circulação de novas variantes do coronavírus no país, os casos voltaram a subir nos últimos dias.

Nesta quarta-feira, a Alemanha registrou mais 418 mortes associadas à covid-19, elevando o total para 70.881 desde o início da pandemia. O país contabilizou 9.019 infecções em 24 horas, o que fez o número de casos acumulados passar de 2,46 milhões.

A Alemanha iniciou no fim de dezembro sua campanha nacional de vacinação. Até o momento, mais de 4,23 milhões dos 83 milhões de habitantes do país receberam pelo menos a primeira dose da vacina, o que equivale a 5,1% da população total.

cn/jps (Reuters, AP, dpa DW, ots)

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