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Alemanha quer manter diálogo no Oriente Médio

lk21 de julho de 2004

Berlim aprovou resolução da ONU contra muro na Cisjordânia, mas insiste no diálogo e vai receber Sharon ainda este ano. Políticos pensam em congelar ajuda financeira à Palestina; governo ainda aposta em Arafat.

Israel quer continuar construção do muroFoto: AP

Em regra, a Alemanha se abstém em votações da ONU, quando está em jogo uma resolução crítica em relação a Israel. Uma das raras exceções ocorreu na noite de terça-feira (20/07), quando a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou com grande maioria de votos uma resolução exigindo a demolição do muro que Israel está construindo na Cisjordânia.

A votação foi adiada várias vezes a pedido da União Européia, até que os países-membros do bloco de 25 chegassem a um consenso quanto ao conteúdo. A UE aprovou finalmente o documento, depois que foi incluída explicitamente a condenação de atentados terroristas na região, bem como o compromisso de ambas as partes em se aterem ao plano internacional de paz conhecido como road map. O governo alemão deu seu sim à resolução, por considerar o texto em sua versão final "equilibrado", declarou o porta-voz Thomas Steg.

Sharon bem-vindo na Alemanha

Israel criticou o apoio da União Européia à resolução, que o embaixador israelense junto à ONU, Dan Gillerman, qualificou de "terrivelmente unilateral". Mas o país, que já anunciou a intenção de levar a construção do muro adiante, continua interessado no diálogo com Berlim.

O primeiro-ministro Ariel Sharon anunciou uma viagem para a Alemanha "num prazo previsível". Ainda não foi agendada uma data, esclareceu Steg, adiantando que ainda não seria no começo de setembro. Ao contrário da França, que declarou o chefe de governo de Israel persona non grata, na Alemanha ele seria um "hóspede bem-vindo", garantiu o porta-voz do governo alemão. Berlim teria grande interesse em dar prosseguimento ao diálogo com Israel.

Arafat na mira de políticos alemães

Inquietações na Faixa de Gaza preocupam BerlimFoto: AP

No mesmo contexto, o porta-voz do governo alemão ressaltou a importância de Yasser Arafat como parceiro de negociações. Apesar de preocupado com as atuais inquietações na Faixa de Gaza, Berlim aceita os representantes eleitos e não pretende se intrometer nas questões internas dos palestinos.

A declaração de Thomas Steg seguiu-se à reivindicação de políticos alemães de diferentes partidos de que a ajuda financeira à Autoridade Palestina fosse examinada e eventualmente congelada. Para o porta-voz de política externa da bancada social-democrata no parlamento, Gert Weisskirchen, este seria "um instrumento sensato para apoiar as forças construtivas na Palestina".

Quanto às denúncias de que Arafat teria desviado para contas privadas na Europa verbas européias destinados à Autoridade Palestina, Steg lembrou que a União Européia já realizou sindicâncias neste sentido, não existindo nenhuma prova de desfalque.

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