Propagandas em que mulheres ou homens são reduzidos a objetos sexuais ou com mensagens discriminatórias estão com dias contados no país. Placares e outdoors de cigarro também devem ser banidos de locais públicos.
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Uma propaganda de uma loja de eletrônicos com mulher de decote insinuante ou um homem bebendo cerveja em uma banheira de hidromassagem com várias mulheres seminuas ao seu redor – o sexismo está presente em muitas propagandas na Alemanha. Isso pode mudar em breve. De acordo com uma reportagem divulgada neste sábado (09/04) pela revista Der Spiegel, o ministro da Justiça da Alemanha, Heiko Maas, planeja proibir a publicidade considerada sexista. Uma porta-voz do ministério confirmou à agência de imprensa alemã DPA que a proposta está em estudo.
De acordo com os planos do governo, cartazes ou anúncios em que mulheres ou homens são reduzidos a objetos sexuais podem vir a ser proibidos. Em caso de litígio, um tribunal tomaria a decisão. Atualmente, os órgãos alemães de controle de publicidade só podem intervir contra peças de conteúdo considerado fortemente desumano.
A ideia do projeto de lei seria da liderança do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD), a que Maas pertence, em resposta às agressões sexuais ocorridas de véspera de Ano Novo em Colônia. A meta seria estabelecer uma "imagem moderna de gênero" na Alemanha.
Também outros setores da indústria de publicidade devem sofrer restrições. Depois de muita discussão, pode ser definida uma proibição de cartazes sobre cigarro. A Alemanha é o único país da UE onde não há restrições para a publicidade de cigarro em público. O ministro alemão da Alimentação, Christian Schmidt, anunciou que deseja proibir a publicidade de tabaco em outdoors e em cinemas.
"Acima de tudo, crianças e os jovens não devem ter a impressão de que tabagismo é uma diversão inofensiva", afirma o político. A proibição da publicidade de produtos de tabaco deve entrar em vigor em 2020. Ela deve abranger placares e outdoors em áreas públicas. No cinema, a proibição da publicidade deve ser aplicada em sessões de filmes indicados para menores de 18 anos.
MD/afp/dpa
Os fumantes mais famosos das telas
De James Dean a Uma Turman, eles são cercados de fumaça. O tabagismo tem sido coadjuvante frequente nas telas. Principalmente nas décadas passadas, quando cigarro ainda era sinônimo de charme e sofisticação.
Foto: picture alliance/United Archives/IFTN
Rebelde sem filtro
James Dean foi o ídolo de uma geração. Em "Juventude transviada", seu cigarro era sinal de rebeldia contra os costumes dos anos 50. Ele se tornou o primeiro "bad boy" de Hollywood, eternizando também o conjunto calça jeans e camiseta como um símbolo da rebeldia.
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O detetive blasé
Ninguém conseguia fumar de forma mais relaxada que Humphrey Bogart. Como investigador Philip Marlowe, no filme "À beira do abismo", ele encantou fãs e críticos nos anos 40. Seu cigarro era uma das poucas coisas que emitiam luz nessa película sombria, uma autêntica representante do cinema noir.
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Bonequinha fumante
Até hoje, o clássico "Bonequinha de luxo", com Audrey Hepburn, é sinônimo do glamour dos anos 60. Nele, a piteira esfumaçante é um acessório elegante que acompanha o chapéu e a luva. Na época, o fumo fazia parte dos bons modos da classe alta e não podia faltar nas festas.
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Um atrás do outro
Fosse lendo jornal, dirigindo, flertando ou mesmo fugindo da polícia, o cigarro era companhia inseparável de Jean-Paul Belmondo em seus filmes, como em "Acossado", de Jean-Luc Godard, seu primeiro grande sucesso. Na película, ele acendia um cigarro na brasa do que acabara de fumar.
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Um gentleman
James Bond tinha a arma em uma mão, o cigarro na outra e uma bondgirl sempre por perto. Nesta cena, o agente secreto é interpretado por Sean Connery. Em 2002 houve um grande debate se os filmes de 007 incluíam comerciais disfarçados de cigarros.
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O gênio inquieto
O grande detetive Sherlock Holmes desvenda crimes no cinema desde 1939. E o cachimbo é um de seus acessórios inseparáveis. Aqui, ele é interpretado por Roger Moore. Numa série recente da BBC para a televisão, Holmes não fuma mais, optando pelos adesivos de nicotina.
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A esposa do chefão
Em "Pulp Fiction", Uma Thurman interpreta a drogada Mia Wallace, mulher do líder do tráfico Marcellus Wallace. Entre uma baforada e outra, ela filosofa sobre o sentido da vida e tece diálogos espirituosos que contribuíram para tornar o filme um clássico.
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O publicitário esfumaçante
A séria televisiva "Mad Men" trouxe de volta o estilo de vida dos anos 60, tematizando o cigarro e as propagandas para promover o produto. Durante as filmagens, os atores tinham que tragar cigarros de ervas devido à lei trabalhista americana. Sem o cigarro, não teria sido possível reconstruir o espírito da época.
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O cowboy intrépido
O herói do velho oeste Lucky Luke atira mais rápido que sua sombra. E depois do trabalho cumprido, ele gosta de apreciar um cigarrinho. Desde o começo dos anos 80, entretanto, o acessório é substituído por uma palha. A mudança rendeu ao ilustrador Morris uma medalha de reconhecimento da Organização Mundial da Saúde.