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Alemanha deixará de importar petróleo russo até o fim do ano

20 de abril de 2022

Em viagem à Letônia, a ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, detalhou o cronograma de Berlim para eliminar as importações de energia russa. Ela também prometeu apoio militar aos países bálticos.

Baerbock de máscara desce de um avião
Baerbock faz viagem de três dias pelos países bálticosFoto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

A Alemanha deixará de importar petróleo da Rússia até o final do ano, disse nesta quarta-feira (20/04) a ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, após uma reunião com ministros dos países bálticos, em Riga, na Letônia.

"Vamos reduzir pela metade o petróleo até o verão e estaremos em zero até o final do ano. Então será a vez do gás, em um roteiro conjunto europeu, porque nossa saída conjunta, a saída completa da União Europeia, é nossa força comum", disse Baerbock, em referência ao fim das importações de combustíveis da Rússia pelo bloco europeu.

Baerbock reconheceu erros cometidos pela Alemanha no passado ao lidar com o fornecimento de energia da Rússia. "O que precisamos fazer mais do que nunca é acabar com nossas importações de energia da Rússia de uma vez por todas", disse. "Cometemos erros nessa área, mas não podemos voltar no tempo agora, não podemos desfazê-los."

O ministro da Economia, Robert Habeck, também acredita ser possível se tornar "praticamente independente" do petróleo russo até o fim do ano. No caso do gás, o governo só considera isso viável "em meados de 2024".

O governo alemão vem sendo amplamente criticado, interna e externamente, por barrar sanções conjuntas da União Europeia a combustíveis russos, devido à sua forte dependência de Moscou.

O país também vem sendo questionado por não mandar armas o suficiente e de forma ágil para a Ucrânia, sobretudo armamento pesado. Sobre esse tema, Baerbock afirmou que o governo alemão mandou mais armas a Kiev do que tornou público. "Entregamos mísseis antitanque, Stingers e outras coisas sobre as quais nunca falamos publicamente, para que essas entregas pudessem ser feitas rapidamente", disse.

Assistência militar aos países bálticos

Na reunião, a ministra também prometeu assistência aos países bálticos contra uma possível ameaça de Moscou no contexto da guerra russa contra a Ucrânia. Segundo ela, a Otan defenderá seu território de aliança e "protegerá todos os cantos".

"A Alemanha dará a contribuição necessária aqui em terra", garantiu Baerbock, afirmando que, como membros da Otan, Letônia, Estônia e Lituânia podem "confiar 100% na Alemanha". "A segurança da Europa, a segurança de todos nós, está ligada de forma indissociável à segurança dos Estados bálticos", disse Baerbock. 

A ministra também afirmou que considera possível, em princípio, a entrega de veículos blindados da Alemanha para a Ucrânia. "Não é tabu", disse. No curto prazo, no entanto, as Forças Armadas da Alemanha (Bundeswehr) não estão em condições de fornecer equipamentos desse tipo, segundo ela.

A viagem de Baerbock pelos países bálticos segue nesta quinta-feira com visita à Estônia e, na sexta-feira, à Lituânia. 

Mais apoio à Ucrânia

Na sexta-feira, o ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, confirmou que o governo alemão aumentará os gastos com assistência militar para 2 bilhões de euros em 2022. "Os fundos beneficiarão em grande parte a Ucrânia", escreveu Lindner, no Twitter.

A confirmação veio após a rede de televisão pública ARD revelar a informação. Segundo a emissora, mais de 1 bilhão de euros seriam destinados diretamente à Ucrânia, que poderá, se assim desejar, usar o valor para comprar armas.

Outros 400 milhões de euros iriam para o Mecanismo Europeu de Paz, um fundo extraorçamentário da União Europeia destinado ao financiamento de ações no âmbito da política externa e de segurança comum que visem preservar a paz, prevenir conflitos e reforçar a segurança internacional – dessa forma, indiretamente, o valor também poderia acabar indo para a Ucrânia.  

De acordo com a ARD, os dois bilhões de euros não fazem parte da verba extra especial de 100 bilhões de euros destinada recentemente à Bundeswehr.

Embora pressionada a fornecer mais armas, o simples fato da Alemanha enviar armamento à Ucrânia já significa uma mudança de postura brusca do seu governo, que historicamente vinha se negando a enviar armas para regiões em conflito.

Até agora, a Alemanha forneceu à Ucrânia suprimentos militares, incluindo granadas, mísseis antiaéreos, metralhadoras e munições, mas não armas pesadas, como tanques, helicópteros e aviões de combate.

le/bl (Reuters, dpa, ots)