Ministério do Interior reduz total de requerentes de refúgio de 1,1 milhão para 890 mil e explica que contagem anterior incluía duplicidades e migrantes que estavam de passagem. "Número ainda é muito alto", diz ministro.
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A Alemanha acolheu 890 mil requerentes de refúgio em 2015, número inferior à estimativa anterior de 1,1 milhão, afirmou o ministro do Interior, Thomas de Maizière, nesta sexta-feira (30/09), em Berlim.
De Maizière explicou que o valor inicial de 1,1 milhão estava inflado porque muitos requerentes se registraram em vários lugares ou seguiram viagem para outros países europeus. "Porém, o número ainda é muito alto", disse De Maizière, acrescentando que, no geral, a Alemanha lidou bem com os desafios da crise migratória.
"O enorme e exclusivo esforço daqueles responsáveis na administração e na política e especialmente o generoso apoio de voluntários têm nos permitido gerenciar bem os desafios globais. Mas todos nós concordamos que não podemos permitir que se repita a situação ocorrida no ano passado", disse.
Segundo os dados atualizados, 820 mil pessoas concluíram o processo de refúgio, 50 mil iniciaram o processo, mas acabaram optando por deixar a Alemanha, e 20 mil são menores de idade desacompanhados que ainda não formalizaram um pedido, precisou De Maizière.
O sistema de registro para requerentes de refúgio da Alemanha tem sido duramente criticado por não registrar de forma correta o grande número de migrantes que chegam ao país, vindos principalmente da Síria, do Afeganistão e do Iraque. O próprio De Maizière já havia alertado anteriormente que o total corrigido certamente seria bem abaixo do inicialmente divulgado.
O ministro disse ainda que, segundo números atualizados em 21 de setembro, cerca de 210 mil migrantes entraram com pedido de refúgio desde o início de 2016, e que todos esses pedidos já foram devidamente registrados. Segundo o ministro alemão, a diminuição em relação aos números de 2015 mostra que as medidas implementadas para reduzir o fluxo – incluindo o polêmico acordo com a Turquia – têm se mostrado eficazes.
PV/lusa/rtr/dpa
Uma prisão como abrigo para refugiados
Shazia Lutfi, de 19 anos, não praticou nenhum crime. Ela somente fugiu. Seu alojamento agora é um antigo prédio de prisão na Holanda. Fotógrafo Muhammed Muheisen registra vida dos moradores na velha cadeia de Haarlem.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma cama, duas cadeiras, um teclado
Eles vêm do Afeganistão: Hamed Karmi (27) e sua esposa Farishta Morahami (25) se instalaram em "sua cela" na cidade holandesa de Haarlem. Enquanto ele faz música no teclado, ela escuta. Nenhuma guerra. Será que eles poderão permanecer na Europa?
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Pouca luz natural
Aqui se tem uma visão geral da prisão De Koepel em Haarlem. Ali estão abrigados centenas de refugiados. Um deles é Reda Ehsan (25), do Irã. Ele faz uma pausa sobre uma mesa no pátio – e pode ver seu novo lar a partir de outra perspectiva.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma prisão permanece uma prisão
Mesmo que o edifício seja tombado e as pessoas recebam bons cuidados: uma prisão continua a ser uma prisão. Isso é o que esta imagem documenta. A foto mostra ainda Mohammed Ben Salem (36, esq.) da Argélia e Amine Oshi (22) da Líbia numa pausa para fumar.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Chá no corredor
Em frente à porta de sua cela, Siratullah Hayatullah, do Afeganistão, prefere o chá ao café. Podem-se imaginar cantos mais acolhedores, mas ao menos pela expressão de seu rosto, o jovem de 23 anos parece estar contente com o lugar que escolheu para tomar uma xícara da bebida.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alojamento para solteiras
Mulheres solteiras estão alojadas numa ala separada. Por essa janela, o fotógrafo Muheisen descobriu uma mulher da Somália. Ijaawa Mohamed tem 41 anos e está diante, como muitos outros, de um futuro incerto. Ela deixou para trás a violência em seu país.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Microcosmo da crise
A antiga prisão na Holanda é um microcosmo do que na Europa se chama "crise migratória". Ali estão alojadas pessoas de regiões de crise em todo o mundo. Yassir Hajji (24) e sua esposa Gerbia (18) vêm do Iraque. Gerbia não vai ao cabeleireiro nem ao salão de beleza. Suas sobrancelhas são tratadas por seu marido.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma espécie de lavanderia
Os refugiados vivenciam aqui novamente um mundo em ordem. Sem guerra, sem caos, sem confusão, mas justamente o contrário: muitos nunca puderam usar uma lavanderia como essa em seus países.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alívio e medo
Este jovem não quer dizer seu nome nem mostrar seu rosto. A razão poderia estar na sua homossexualidade. Mas sabemos que ele vem do Marrocos.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Rezar ajuda
Fatima Hussein, de 65 anos, é uma das refugiadas mais idosas que o fotógrafo Muhammed Muheisen conheceu em Haarlem. Hussein permitiu que ele desse uma olhada em sua cela e até mesmo a fotografasse enquanto rezava. Ela também vem do Iraque.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Passe livre
Naaran Baatar (40), da Mongólia, também veio para Haarlem. Ele joga basquetebol no pátio externo. Os gestores e administradores de abrigos como esse tentam fazer com que as pessoas se acostumem com uma vida em liberdade. Isso se elas puderem ficar e não forem deportadas.