Alemanha recebeu mais de 40 mil menores refugiados em 2015
2 de agosto de 2016
Número é o maior registrado pelo Departamento Federal de Estatísticas alemão desde início da série histórica, em 1995. Apenas 53% das crianças e adolescentes, desacompanhados, entraram com pedido de asilo.
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O Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) divulgou nesta terça-feira (02/08) que 42.300 menores desacompanhados chegaram à Alemanha como refugiados em 2015. O número é o maior registrado pelo órgão desde que iniciou a série histórica, em 1995.
A quantidade de menores que ingressou no país no ano passado foi 263% maior que em 2014, o que equivale a 370 mil refugiados. De acordo com o Destatis, 91% das crianças e adolescentes desacompanhados são do sexo masculino. Apenas 3.600 eram meninas.
Apenas 53% do total entraram com pedido de asilo. O motivo seriam gargalos enfrentados pelas autoridades alemãs.
A Associação Federal para Refugiados Menores Desacompanhados (BumF) afirma, no entanto, que o número de menores refugiados que ingressaram no país deve ser menor, já que muitos são registrados múltiplas vezes. O BumF também ressalta que o número de registros tem caído desde novembro.
Dos 14.429 menores que pediram asilo na Alemanha no ano passado, 71,3% têm entre 16 e 17 anos, enquanto 28,7% têm menos do que 16 anos. Boa parte deles sofre de estresse pós-traumático.
Segundo dados do governo federal, em 2015, 5.835 refugiados menores de idade desapareceram na Alemanha, a maioria do Afeganistão, Síria, Eritreia, Marrocos e Argélia.
No final de março, vários deputados alemães assinaram um documento salientando que refugiados menores de idade desaparecidos seriam potenciais alvos de gangue paneuropeias, sendo abusados sexualmente e forçados à escravidão e ao tráfico de drogas.
KG/afp/dpa
Viagem à Europa da perspectiva de refugiados
Exposição em Hamburgo mostra longa jornada do ponto de vista dos migrantes, resultado do projeto #RefugeeCameras. Risco, desamparo e raros momentos de alegria permeiam as imagens.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Partida sem volta?
Em dezembro de 2015, o alemão Kevin McElvaney entregou 15 câmeras descartáveis e envelopes pré-selados a migrantes em Izmir, Lesbos, Atenas e Idomeni. Sete retornaram ao jovem fotógrafo e fazem parte do projeto #RefugeeCameras. Zakaria recebeu sua câmera em Izmir. O sírio fugiu do "Estado Islâmico" e do regime Assad. Em seu diário de fuga, ele escreve que só Deus sabe se ele voltará à Síria.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Travessia de bote
Zakaria documentou sua viagem marítima da Turquia até a ilha grega de Chios. Ele ficou sentado na parte de trás do bote. Na exposição em Hamburgo, as imagens feitas por refugiados são complementadas por uma seleção de fotos tiradas por profissionais, que ajudaram a montar a representação das rotas de fuga. Todos eles doaram suas obras para apoiar o projeto.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Chegada perigosa
Hamza e Abdulmonem, ambos da Síria, fotografaram a perigosa chegada de seu barco a uma ilha grega. Não havia voluntários para recebê-los. Foi justamente isso que McElvaney tinha em mente quando lançou a #RefugeeCameras. Segundo o jovem fotógrafo, até agora a mídia proporcionou somente um "vazio visual" a esse respeito.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Sobrevivendo ao mar
Após o desembarque, vê-se um menino com roupas molhadas e colete salva-vidas numa praia. A imagem faz recordar Aylan Kurdi, o pequeno garoto sírio cujo corpo sem vida foi encontrado no litoral turco em setembro de 2015. A criança nesta foto conseguiu chegar viva à Europa. O seu destino é desconhecido.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Sete câmeras
Hamza e Abdulmonem também tiraram esta foto instantânea levemente desfocada de um grupo de refugiados fazendo uma pausa. Das 15 câmeras que McElvaney entregou, sete retornaram, uma foi perdida, duas foram confiscadas, e duas permaneceram em Izmir, onde seus donos ainda estão retidos. As três câmeras restantes estão desaparecidas – assim como seus proprietários.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Família em foco
Dyab, um professor de Matemática sírio, tentou registrar alguns dos melhores momentos de sua viagem até a Alemanha. Na foto, veem-se sua esposa e seu filho pequeno, Kerim, que nos mostra um pacote de biscoito que recebeu num campo de refugiados macedônio. A imagem revela a profunda afeição de Dyab por seu filho, diz McElvaney: "Ele quer cuidar dele, mesmo na árdua viagem que foi forçado a seguir."
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Do Irã à Alemanha
A história de Said, do Irã, é diferente. O jovem teve de deixar seu país, depois de ter se convertido ao cristianismo. Ele poderia ter sido preso ou morto. Para ser aceito como refugiado, ele fingiu ser afegão. Após a sua chegada à Alemanha, ele explicou sua situação, para a satisfação das autoridades. Ele vive agora – como iraniano – em Hanau, no estado de Hessen.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Não apenas selfies
Said tirou esta foto de um pai sírio e seu filho num ônibus de Atenas a Idomeni.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Momento de alegria
Em outro registro feito por Said, um voluntário que trabalha num campo de refugiados em algum lugar entre a Croácia e a Eslovênia brinca com um grupo de crianças, que tentam imitar seus truques.