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Alemanha recomenda quarentena contra varíola dos macacos

24 de maio de 2022

Infectados e os que tiveram contato próximo com eles devem ficar 21 dias em isolamento. Países também começam a vacinar quem teve contato com pacientes. OMS registra 237 casos no mês e afirma que surto pode ser contido.

Ilustração do vírus da varíola
Ilustração do vírus da varíolaFoto: Science Photo Library/IMAGO

Autoridades sanitárias alemãs recomendaram nesta terça-feira (24/05) um período de isolamento de pelo menos 21 dias para as pessoas que se infectarem com a varíola dos macacos ou que tiveram contato com os infectados.

O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, afirmou que "nos estágios iniciais de uma epidemia, é necessário que haja uma resposta dura e rápida". Ele ressaltou que não se trata do "início de uma nova pandemia" e que o patógeno e os métodos para combatê-lo são conhecidos.

Diversos estados na Alemanha já registraram indícios de infecções pela varíola dos macacos e o rastreamento dos contatos está em andamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) contabiliza desde o início de maio 237 casos confirmados e suspeitos da doença em 19 países. O número deve subir nos próximos dias, mas a maioria das infecções até o momento não evoluiu para casos severos.

A Eslovênia e a República Tcheca relataram nesta terça-feira seus primeiros casos confirmados de varíola dos macacos. O mesmo ocorreu nos Emirados Árabes Unidos, onde o vírus foi detectado em uma mulher de 29 anos que chegou da África Ocidental.

Na Alemanha, o primeiro caso de varíola dos macacos foi identificado em um brasileiro de 26 anos, que chegou ao país após viagem com origem em Portugal, passando pela Espanha. Na segunda-feira, o hospital em Munique onde ele está internado informou que ele passa bem e tem poucos sintomas.

Vacinação em anel

Uma das formas de conter a disseminação da varíola dos macacos é a vacinação de pessoas que tiveram contato direto com os infectados, uma técnica conhecida como vacinação em anel.

Uma vacina usada no atual surto é a Imvanex, produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic. Nos Estados Unidos, onde leva o nome Jynneos, ela é aprovada para uso tanto contra a varíola comum como contra a varíola dos macacos. Na União Europeia, seu uso é aprovado apenas contra a varíola comum, mas ela também tem sido usada na resposta ao atual surto de varíola dos macacos.

Exemplos de erupções na pele causadas por varíola dos macacosFoto: UKHSA/dpa/picture alliance

A vacinação já começou no Reino Unido, que informou nesta terça-feira ter aplicado mais de mil doses da Imvanex em pessoas que tiveram contato com infectados. Autoridades britânicas já registraram 70 casos da doença desde o dia 7 de maio, dos quais 14 nesta terça-feira.

A Dinamarca, que registou dois casos de varíola dos macacos, também já está vacinando pessoas que tiveram contato com infectados.

A Alemanha já encomendou 40 mil doses da Imvanex, e a França também recomendou a vacinação dos adultos e trabalhadores do setor da saúde que tiveram contato com infectados.

OMS: Surto "pode ser contido"

Sylvie Briand, diretora da OMS, disse em Genebra nesta terça-feira que o surto atual "não é normal", mas "pode ser contido", e ressaltou que há vacinas e tratamentos disponíveis. "Não vamos fazer uma tempestade em copo d'água", afirmou.

A maioria das infecções registradas até o momento afetou homens que tiveram relações sexuais com outros homens, e a transmissão via partículas transportadas pelo ar é considerada não significante.

Até o momento, a OMS julga ser improvável que o vírus tenha sofrido mutações. A organização estima que o atual surto possa ter relação com mudança de comportamentos e o retorno à socialização após as restrições da pandemia de covid-19.

A varíola dos macacos em geral causa sintomas leves, como febre, dor de cabeça, dor muscular e erupção cutânea, e é endêmica em partes da África. Entretanto, a doença também pode evoluir para casos graves e causar a morte. O atual surto é o primeiro a surgir em vários lugares ao mesmo tempo e a não estar associado a viagens para a África.

bl/cn(dpa, Reuters)

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