Alemanha registra maior número de nascimentos em 15 anos
30 de junho de 2016
Cerca de 738 mil crianças nasceram no país em 2015, segundo o Departamento Federal de Estatísticas. Mortes também cresceram, atingindo o maior número em trinta anos.
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O número de crianças nascidas na Alemanha em 2015 atingiu a cifra mais alta em 15 anos, informou o Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) nesta quinta-feira (30/06). Cerca de 738 mil crianças nasceram no país no ano passado, o que representa um aumento de 3,2% ante o ano anterior.
Essa tendência progressiva vem sendo observada nos últimos cinco anos, e é encarada como um sinal de esperança num país que lida com uma população composta cada vez mais por idosos.
Economistas chegaram a alertar para uma significativa escassez de trabalhadores qualificados nas próximas duas décadas por conta do declínio demográfico.
A última vez que o país registrou um número tão alto de nascimentos foi em 2000, com um total de 767 mil bebês. Em 2014, a Alemanha viu nascer 715 mil crianças.
O número de mortes em 2015 também foi elevado: 925 mil pessoas morreram no país no ano passado, uma cifra 6,5% maior que em 2014 e a mais alta dos últimos trinta anos.
Em 2015, a diferença entre o número de mortes e nascimentos foi de 188 mil, ante 153 mil no ano anterior. Segundo o Destatis, há mais mortes do que nascimentos na Alemanha desde 1972.
Além disso, a Alemanha possui a segunda mais baixa taxa de natalidade do mundo, abaixo apenas do Japão, que ultrapassou o país europeu no início do mês. A média é de 8,6 crianças nascidas por mil habitantes na Alemanha, e de 8 crianças no Japão, segundo um instituto de Hamburgo.
A população alemã também continua a crescer – chegando a um total de 81,9 milhões de pessoas –, muito por conta da crise migratória. O país recebeu 1,1 milhão de refugiados em 2015.
EK/dpa/efe
Dez clássicos da literatura infanto-juvenil alemã
Emocionantes, reflexivos, engraçados ou didáticos: as crianças e adolescentes da Alemanha têm naturalmente seus livros preferidos. Quem quer entender a alma nacional precisa conhecer pelo menos estes dez.
Foto: Karikaturmuseum Wilhelm Busch
Simpáticos seres fantásticos
Os livros de Michael Ende foram traduzidos em dezenas de idiomas, lidos por milhões e premiados. E não podem faltar em nenhuma estante da Alemanha, onde toda criança conhece "Jim Knopf e Lucas, o maquinista". E as aventuras do jovem Bastian no país Phantásien, que ganharam projeção internacional desde que "A história sem fim" chegou aos cinemas, em 1984.
Foto: picture-alliance/dpa
De bruxas, bandidos e feiticeiros
"Era uma vez uma bruxinha...": ela tem 127 anos e gostaria de praticar boas ações. Assim começa um dos apreciados livros de Otfried Preussler. Já a trama de "O ladrão Catabrum" gira em torno do roubo da moedora de café da avó de Gasparzinho e do malvado feiticeiro Petrosilius Zwackelmann. Depois de encantar gerações, ao completar 50 anos, em 2012, a obra entrou na era digital, ganhando um app.
Foto: Thienemann Verlag
Vamos para o Panamá!
O Urso e o Tigre vivem juntos numa casa, felizes e satisfeitos. Até que, um dia, encontram uma caixa em que está escrito "Panamá". Ela cheira a banana. Ambos põem o pé na estrada para encontrar essa sua terra dos sonhos. Faz sentido? Não, mas as crianças adoram essa lógica de fantasia. E ela é o charme que distingue os livros do autor alemão de origem polonesa Janosch, de 85 anos.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Weihrauch
Monstrinhos de língua presa
Os livros de Max Kruse fervilham de criaturas estranhas: Wutz, Seele-Fant, Wawa, Pinguin Ping e Professor Habakuk Tibatong encontram um ovo gigante. De dentro dele sai... o Urmel. A série de fantoches apresentada na TV também é uma favorita das crianças da Alemanha. Tornando-as ainda mais simpáticas, quase todas as personagens têm alguma falha de dicção: o Urmel, por exemplo, cicia como um dragão.
Foto: picture alliance/dpa/S. Puchner
Hitler e o coelhinho cor-de-rosa
Em "Quando Hitler roubou o coelhinho rosa", Judith Kerr conta a fuga da menina judia Anna, de 9 anos, e de sua família dos nazistas, em 1933. O sensível romance da escritora inglesa nascida dez anos antes, em Berlim, recebeu o Prêmio Alemão de Literatura Juvenil em 1974.
Foto: Ravensburger
Bondade humana
Sem "Emil e os detetives", "Cachos e tranças" e "A sala de aula voadora", nenhuma lista dos clássicos infanto-juvenis alemães estaria completa. Bem humoradas e perspicazes, as obras de Erich Kästner foram traduzidas em mais de cem línguas, e algumas foram também filmadas. Uma frase famosa do autor é: "Não existe nada de bom, a não ser que a pessoa o faça."
Publicadas em 1865, as histórias dos moleques Max e Moritz (Juca e Chico, na tradução de Olavo Bilac) também são um clássico. Seu autor e desenhista Wilhelm Busch é uma espécie de tataravô das histórias em quadrinhos. Porém hoje seus métodos pedagógicos estão um tanto ultrapassados. Como, por exemplo, punir a dupla de travessos moendo-os e dando-os como ração para as galinhas...
Foto: Karikaturmuseum Wilhelm Busch
Os perigos de ser criança
Batizado "João Felpudo" no Brasil, "Struwwelpeter", do médico e psiquiatra Heinrich Hoffmann, é ainda mais antigo, de 1845. E pedagogicamente ainda menos correto: delitos infantis, como falta de higiene, chupar o dedo, hiperatividade ou inapetência são "corrigidos" com humilhações, ferimentos e até mutilações e a morte. Em 1970 foi lançada sua contraparte antiautoritária, o "Anti-Struwwelpeter".
Foto: gemeinfrei
Realidade e ficção se confundem
Em plena "Harry Potter-mania" na Alemanha, Cornelia Funke lançou "Coração de tinta", primeiro volume de sua trilogia do Mundo de Tinta – com milhões vendidos e numerosas distinções. O romance conta as aventuras de Meggie, de 12 anos, que possui o dom de trazer o mundo dos livros para a realidade, ao lê-los em voz alta. A versão filmada foi sucesso de bilheteria.
Humor intraduzível
Cabelos vermelhos, nariz de porquinho, barriga estufada, pintas no rosto: assim é o travesso Sams, figura principal dos livros infantis de Paul Maar. Cheia de jogos de palavras, a série é de difícil tradução, mas várias partes já foram filmadas. O pequeno Sams vive com o senhor Taschenbier, come de tudo e se entende bem com as crianças.