Alemanha registra novo recorde de casos diários de covid-19
10 de março de 2022
País contabiliza mais de 260 mil infecções em 24 horas. Autoridades renovam pedido para que a população se vacine, em meio a alertas de uma sexta onda da doença.
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Após semanas de queda nos números da pandemia na Alemanha, o país registrou nesta quinta-feira (10/03) um novo recorde da contagem de casos diários de covid-19.
Segundo o Instituto Roberto Koch (RKI), a agência de controle e prevenção de doenças do país, foram registradas 262.752 infecções em 24 horas, além de 259 mortes. Há uma semana, o país havia contabilizado 210.673 casos em 24 horas, bem abaixo do patamar atual.
A taxa de incidência em 100 mil pessoas durante um período de sete dias – que serve como referência para a adoção de medidas preventivas por parte do governo – aumentou para 1.388,5. No dia anterior, esse índice era de 1.319,0, e há uma semana, 1.174,1.
Os dados revelam um novo aumento das infecções pela variante ômicron, provavelmente impulsionadas pela subvariante BA.2. Autoridades alertam que se a situação não for controlada, o país poderá registrar durante várias semanas entre 200 e 300 mortes diárias.
Desde meados de fevereiro, a Alemanha vinha registrando uma tendência de queda nas infecções, o que acabou se revertendo na semana passada. O aumento dos números da doença já começa a gerar alertas de uma sexta onda de covid-19 no país, e levou as autoridades a renovarem os pedidos para que as pessoas se vacinem.
Vacinação a passos lentos
O ministro alemão da Saúde, Karl Lauterbach, alertou que o número de pessoas não vacinadas no país ainda é muito alto e que "sem um aumento significativo nos índices de vacinação, teremos novamente problemas consideráveis" no outono no hemisfério norte, que se inicia em meados de setembro.
Até o momento, 75,7% da população está vacinada com as duas primeiras doses dos imunizantes, e 57,6% com a dose de reforço.
Muitos já contavam com um aumento das infecções após o verão, na metade do ano, mas já surgem alertas de que a situação poderá se complicar ainda mais cedo. Os especialistas presumem que os números reais da doença sejam mais altos, em razão das dificuldades de obter dados sobre pessoas infectadas e rastrear seus contatos.
A Alemanha está prestes a iniciar a terceira fase do relaxamento das restrições para conter a doença, com a eliminação de quase todas as medidas no dia 20 de março.
rc/ek (DPA)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
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Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
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Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
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Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
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A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
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Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
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Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
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Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine