Alemanha supera 7 mil casos diários de covid pela 1ª vez
16 de outubro de 2020
País registra 7.334 novas infecções pelo coronavírus em 24 horas e tem o segundo dia consecutivo de recorde de casos. Número de internados em UTIs também aumenta.
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Pela primeira vez desde o começo da pandemia, a Alemanha ultrapassou a marca de 7.000 casos diários de coronavírus. Nesta sexta-feira (16/10), o Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental responsável pelo controle e prevenção de doenças infecciosas, reportou 7.334 infecções em 24 horas. Foi o segundo dia consecutivo de recorde de casos diários.
No entanto, as autoridades alertam que os valores atuais não podem ser comparados com os do começo do ano, pois agora estão sendo realizados significativamente mais testes – e, portanto, mais infecções são descobertas.
Desde meados de agosto, o número de testes para detectar o coronavírus tem variado entre 1,1 milhão e 1,2 milhão por semana. Vários laboratórios estão registrando atrasos nos resultados. Alguns relataram problemas na entrega de reagentes.
Segundo o RKI, o número de pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs) com covid-19 também aumentou no país. Atualmente, 655 pessoas estão sendo tratadas em UTIs, 329 delas com ventilação mecânica.
O número é bem superior ao registrado há uma semana, quando havia 487 pessoas em UTIs (239 com ventilação mecânica), e quase o dobro do registrado em 1º de outubro, quando eram 362 pacientes (193 com ventilação mecânica). Apesar disso, cerca de 8.700 leitos de terapia intensiva seguem disponíveis na Alemanha.
O RKI estima que o valor R, fator que indica a capacidade de propagação da doença, era de 1,08 nesta quinta-feira. Isso significa que 100 pessoas infectadas contaminam, em média, outras 108 pessoas.
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Lockdown descartado por ora
Nesta sexta-feira, Helge Braun, chefe de gabinete da chanceler federal Angela Merkel, disse que vê a Alemanha "no início de uma segunda onda realmente grande". Segundo ele, a situação é "significativamente mais séria" do que durante a primavera europeia, auge da pandemia no continente.
"Não esperamos que os números diminuam amanhã, mas, sim, que continuem a aumentar", afirmou.
Sob o lema "cuidado imediatamente", Braun pediu aos políticos locais e estaduais que reajam rapidamente ao aumento no número de casos. Ele explicou que, se as infecções aumentarem significativamente em uma região, medidas imediatas devem ser tomadas, antes que o valor ultrapasse o limite de 50 novas infecções por 100.000 habitantes em sete dias, nível definido pelo governo alemão para uma área ser considerada de risco.
Para o chefe de gabinete de Merkel, atualmente não há necessidade de um novo lockdown. Ele também destacou que o lazer é geralmente o motor da infecção. No topo de transmissão, segundo ele, estão as festas e, em seguida, as viagens.
De acordo com o RKI, ao todo a Alemanha registra 348.557 casos confirmados de coronavírus e 9.734 mortes. Cerca de 287.600 dos infectados já estão recuperados.
Apesar do crescimento de casos na Alemanha, os números são inferiores aos de países vizinhos. A França ultrapassou nesta quinta-feira a marca de 30.000 novoscasos de covid-19 em 24 horas. Na Espanha, foram mais de 13.000, e na Itália, mais de 8.000.
Medidas mais duras
Na quarta-feira, Merkel chegou a um acordo com os governadores dos 16 estados alemães para introduzir medidas mais duras para tentar frear o número de infecções.
Pelas novas regras, se uma área registrar mais de 35 novas infecções por 100.000 habitantes em sete dias, as máscaras se tornam obrigatórias em todos os lugares onde pessoas têm contato próximo por um período prolongado – máscaras já são exigidas no transporte público e em lojas.
O número de pessoas autorizadas a se reunir também foi limitado a 25 em espaços públicos e 15 em espaços privados.
Uma vez que o limite de 50 novas infecções por 100.000 for excedido, restrições ainda mais severas serão aplicadas. Isso inclui limitar as reuniões privadas a dez pessoas ou a moradores de duas residências, além do fechamento de bares e restaurantes após as 23h.
No momento, cidades como Berlim, que ultrapassaram a marca de 50 casos, já vêm impondo essas medidas, que incluem ainda a proibição da venda de álcool depois das 23h.
LE/ots
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.