Maior parte das crianças e adolescentes com registro de casamento no país é oriunda da Síria, e meninas são ampla maioria. Jovens do Leste Europeu também aparecem na estatística do Ministério do Interior.
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Quase 1.500 menores de idade estrangeiros, a maioria meninas, que vivem na Alemanha estão registrados com o estado civil casado, segundo informações do órgão central de registro de estrangeiros divulgadas nesta sexta-feira (09/09) pelos jornais do grupo de comunicação Funke.
A informação consta de um questionamento feito pelo Partido Verde, de oposição, ao Ministério do Interior. O número se refere aos dados disponíveis em 31 de julho de 2016. Autoridades alemãs afirmaram que o total pode ser ainda maior.
Segundo os jornais do Funke, a recente chegada de um grande número de refugiados elevou a cifra. A maior parte dos 1.475 menores com estado civil casado na Alemanha é oriunda da Síria, com 664 pessoas. A lista continua com Afeganistão (157), Iraque (100), Bulgária (65), Polônia (41), Romênia (33) e Grécia (32).
As meninas formam o maior grupo, com 1.152 indivíduos. Apesar de a maioria dos adolescentes casados ter entre 16 e 18 anos, há 361 crianças com menos de 14 anos casadas na Alemanha. Do total, apenas 36 pessoas têm um visto de residência permanente, e 516 têm um visto temporário.
A legislação alemã permite o casamento a partir dos 18 anos, mas prevê exceções para adolescentes a partir dos 16 anos, desde que haja consentimento dos pais ou responsáveis e que um dos cônjuges seja maior de idade.
Segundo precedentes legais, um casamento prematuro pode ser considerado legítimo na Alemanha caso a prática seja legal no país de origem. Em maio, a Justiça de Bamberg, na Baviera, reconheceu o casamento de uma refugiada síria que havia se unido aos 14 anos com um primo.
O ministro da Justiça, Heiko Maas, formou um grupo de trabalho para criar uma legislação específica para resolver o impasse. Alguns legisladores defendem que casamentos precoces sejam totalmente proibidos na Alemanha.
KG/epd/kna/afp
Uma prisão como abrigo para refugiados
Shazia Lutfi, de 19 anos, não praticou nenhum crime. Ela somente fugiu. Seu alojamento agora é um antigo prédio de prisão na Holanda. Fotógrafo Muhammed Muheisen registra vida dos moradores na velha cadeia de Haarlem.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma cama, duas cadeiras, um teclado
Eles vêm do Afeganistão: Hamed Karmi (27) e sua esposa Farishta Morahami (25) se instalaram em "sua cela" na cidade holandesa de Haarlem. Enquanto ele faz música no teclado, ela escuta. Nenhuma guerra. Será que eles poderão permanecer na Europa?
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Pouca luz natural
Aqui se tem uma visão geral da prisão De Koepel em Haarlem. Ali estão abrigados centenas de refugiados. Um deles é Reda Ehsan (25), do Irã. Ele faz uma pausa sobre uma mesa no pátio – e pode ver seu novo lar a partir de outra perspectiva.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma prisão permanece uma prisão
Mesmo que o edifício seja tombado e as pessoas recebam bons cuidados: uma prisão continua a ser uma prisão. Isso é o que esta imagem documenta. A foto mostra ainda Mohammed Ben Salem (36, esq.) da Argélia e Amine Oshi (22) da Líbia numa pausa para fumar.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Chá no corredor
Em frente à porta de sua cela, Siratullah Hayatullah, do Afeganistão, prefere o chá ao café. Podem-se imaginar cantos mais acolhedores, mas ao menos pela expressão de seu rosto, o jovem de 23 anos parece estar contente com o lugar que escolheu para tomar uma xícara da bebida.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alojamento para solteiras
Mulheres solteiras estão alojadas numa ala separada. Por essa janela, o fotógrafo Muheisen descobriu uma mulher da Somália. Ijaawa Mohamed tem 41 anos e está diante, como muitos outros, de um futuro incerto. Ela deixou para trás a violência em seu país.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Microcosmo da crise
A antiga prisão na Holanda é um microcosmo do que na Europa se chama "crise migratória". Ali estão alojadas pessoas de regiões de crise em todo o mundo. Yassir Hajji (24) e sua esposa Gerbia (18) vêm do Iraque. Gerbia não vai ao cabeleireiro nem ao salão de beleza. Suas sobrancelhas são tratadas por seu marido.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Uma espécie de lavanderia
Os refugiados vivenciam aqui novamente um mundo em ordem. Sem guerra, sem caos, sem confusão, mas justamente o contrário: muitos nunca puderam usar uma lavanderia como essa em seus países.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Alívio e medo
Este jovem não quer dizer seu nome nem mostrar seu rosto. A razão poderia estar na sua homossexualidade. Mas sabemos que ele vem do Marrocos.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Rezar ajuda
Fatima Hussein, de 65 anos, é uma das refugiadas mais idosas que o fotógrafo Muhammed Muheisen conheceu em Haarlem. Hussein permitiu que ele desse uma olhada em sua cela e até mesmo a fotografasse enquanto rezava. Ela também vem do Iraque.
Foto: picture alliance/AP Photo/M. Muheisen
Passe livre
Naaran Baatar (40), da Mongólia, também veio para Haarlem. Ele joga basquetebol no pátio externo. Os gestores e administradores de abrigos como esse tentam fazer com que as pessoas se acostumem com uma vida em liberdade. Isso se elas puderem ficar e não forem deportadas.