Alemanha tem disputa acirrada na reta final da campanha
24 de setembro de 2021
Enquanto social-democrata Olaf Scholz permanece estagnado na liderança, candidato conservador apoiado por Merkel registra leve recuperação nas pesquisas e diminui desvantagem.
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Pesquisa eleitorais divulgadas nesta sexta-feira (24/09) mostraram que a disputa pela sucessão da chanceler federal Angela Merkel, a ser decidida no domingo, está longe de estar definida.
O Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), que concorre com o vice-chanceler Olaf Scholz, continua na liderança, mas sua vantagem vem diminuindo levemente nas últimas semanas, confirmam as novas sondagens divulgadas pelas emissoras ZDF e RTL.
Ambas colocam o social-democratas com 25% dos votos. Em seguida vem o candidato dos conservadores, o governador Armin Laschet, da União Democrata Cristã (CDU) e da União Social Cristã (CSU), que tem 23% na pesquisa da ZDF (um ponto a mais) e 22% na da RTL (também um ponto a mais).
A ZDF dá 16,5% dos votos para o Partido Verde, que tem 17% na pesquisa da RTL. Os verdes concorrem com a copresidente do partido Annalena Baerbock.
Ambas as pesquisas mostram uma tendência de estagnação nos números do SPD e de leve ascensão para o candidato conservador, que rondava os 20% algumas semanas atrás, com tendência de queda, sugerindo que ele pode estar recuperando terreno na reta final.
Além disso, a margem de erro, de 2,5 pontos percentuais nos dois casos, deixa claro que o resultado da disputa está totalmente em aberto.
As pesquisas indicam quatro opções de um futuro governo para a Alemanha: SPD, verdes e liberais (estes têm 11% na pesquisa da ZDF, 12% na da RTL), ou SPD, verdes e A Esquerda (que tem constantes 6% em ambas as pesquisas), uma aliança entre SPD e CDU/CSU ou uma coalizão liderada pela CDU/CSU, com liberais e verdes.
Laschet iniciou a campanha eleitoral na liderança, mas perdeu terreno sobretudo por gafes cometidas. Durante uma visita à região afetada pelas cheias no Oeste da Alemanha,ele foi flagrado às gargalhadas, ao fundo, enquanto o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, fazia um discurso para a população local, duramente atingida pela tragédia natural.
Já Scholz, que começou a campanha em terceiro lugar, atrás de CDU/CSU e Partido Verde, foi subindo consistente e lentamente à medida em que os dois concorrentes perdiam espaço, até se consolidar na liderança, no fim de agosto.
as (DPA, OTS)
Os candidatos a chanceler federal da Alemanha
Conheça os possíveis sucessores de Angela Merkel na chefia do governo alemão. Eles representam os seis partidos que devem ter representação no Parlamento após as eleições gerais de setembro, e sua eleição é indireta.
Annalena Baerbock (Partido Verde)
Annalena Baerbock, de 40 anos, é copresidente do Partido Verde desde 2018. Desde 2013, ela é deputada federal no Bundestag. Formada em Direito Internacional em Londres, é a mais jovem candidata a chanceler federal desde 1949. Seus apoiadores a veem como determinada, corajosa, ambiciosa, autoconfiante. Seus oponentes apontam para sua falta de experiência no governo.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
Armin Laschet (CDU)
Armin Laschet, de 60 anos, é o presidente do Partido Democrata Cristão (CDU, sigla do nome em alemão) e é governador da Renânia do Norte-Vestfália, o estado mais populoso da Alemanha. Ele representará os partidos conservadores CDU e CSU nas eleições parlamentares de setembro. Há mais de três décadas na política, ele é descrito por aliados como "um batalhador".
Foto: picture-alliance/dpa/G. Fischer
Olaf Scholz (SPD)
O atual vice-chanceler e ministro das Finanças tem a missão de recuperar a influência do Partido Social-Democrata (SPD), em declínio nos últimos anos. Segundo Lars Klingbeil, secretário-geral do SPD, Scholz, de 62 anos, representa quatro objetivos principais: neutralidade de carbono em 2045, um sistema de transporte mais moderno, soberania digital e um forte sistema de saúde.
Foto: Imago Images/R. Zensen
Christian Lindner (FDP)
Christian Lindner, de 42 anos, entrou para o Partido Liberal Democrático (FDP) aos 16 anos de idade e preside o partido desde 2013. O oficial da reserva e filho de professor é nascido no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália e estudou Ciências Políticas. Ele espera juntar-se a uma coalizão governista após as eleições de setembro, e a conservadora união CDU/CSU é sua preferência declarada.
Dietmar Bartsch, de 63 anos, e Janine Wissler, de 39, complementam-se. Bartsch vem do leste da Alemanha e é um pragmático que lidera seu partido no Parlamento desde 2015. Wissler vem do oeste alemão e é copresidente do partido desde fevereiro. Ela representa as posições mais radicais da esquerda, como o fim imediato das missões militares no exterior e de todas as exportações de armas.
O copresidente Tino Chrupalla, de 46 anos, juntou-se à Alternativa para a Alemanha (AfD) em 2015, atraído pela plataforma anti-imigração. O pintor e decorador da Saxônia é deputado desde 2017 e apoia a ala de extrema direita, mas defende uma linguagem de campanha moderada. Weidel, economista de 42 anos, é copresidente da bancada da AfD no Bundestag. Membros da AfD a acusam de não saber se impor.