Alemanha tem maior nível de pobreza desde a Reunificação
19 de fevereiro de 2015
Cerca de 12,5 milhões de alemães, ou 15,5% da população, são considerados pobres, aponta estudo. Trata-se do pior índice registrado desde 1990. Situação é particularmente grave entre os aposentados.
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A pobreza e o abismo entre os estados ricos e pobres da Alemanha estão aumentando, alertou a Associação alemã do bem-estar Social (Paritätischer Wohlfahrtsverband) nesta quinta-feira (19/02). Em 2013, o índice de pobreza no país chegou a 15,5%, o que equivale a cerca de 12,5 milhões de pessoas.
"A pobreza nunca foi tão grande e a disparidade regional nunca foi tão profunda" afirmou Ulrich Schneider, diretor da associação, se referindo aos 25 anos que se passaram desde a Reunificação da Alemanha, em 1990.
A associação define como "pobres" as famílias que têm renda 60% menor do que a média do país. Em 2012, 15% da população estavam nessa faixa.
Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira, os estados mais afetados pela pobreza são Bremen, Berlim e Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Na outra ponta, estão Baden-Württemberg e a Baviera, os estados mais ricos com base no PIB. As únicas unidades federativas em que se verificou um leve declínio nos índices de pobreza foram Saxônia-Anhalt e Brandemburgo.
"De modo geral, o ranking dos estados mostra uma república esfarrapada", disse Schneider. Para combater a crescente pobreza, seria necessária uma grande expansão do emprego público, entre outras medidas, afirmou.
A ministra alemã do Trabalho, Andrea Nahles, anunciou no mês passado a criação de milhares de empregos para os desfavorecidos no país até 2020. Para isso, seriam utilizados 2,7 bilhões de euros do Fundo Social Europeu, além de 4,3 bilhões de euros da Alemanha.
Quase 40% das verbas deverão ser investidas na "promoção da integração social e na luta contra a pobreza", afirmou a ministra.
Os grupos sociais mais ameaçados pela pobreza são os desempregados, as mães solteiras e as pessoas com baixo nível educacional. Schneider alertou que a pobreza também está aumentando significativamente entre os aposentados, grupo cuja renda mais diminuiu desde 2006.
A semana em imagens (16 a 22 de fevereiro de 2015)
Veja os acontecimentos que marcaram o noticiário internacional.
Foto: picture-alliance/dpa/Vennenbernd
Aniversário da revolução ucraniana
Presidente alemão, Joachim Gauck (c), e presidente ucraniano, Petro Poroshenko (e), participaram da Marcha de Dignidade, em memória às vítimas dos protestos da Praça da Independência, ocorridos há um ano. Aniversário da revolta que destituiu o ex-presidente Viktor Yanukovytch foi ofuscado por ataque a bomba em passeata em Kharkov, no leste ucraniano, que causou pelo menos duas mortes.
Foto: S. Gallup/Getty Images
Merkel e papa Francisco pela paz na Ucrânia
Em encontro no Vaticano, a chanceler federal alemã discutiu com o pontífice problemas internacionais, como o combate à pobreza e à fome, o tráfico de seres humanos, os direitos das mulheres e a proteção ao meio ambiente. Os líderes reiteraram a importância de se empreender esforços para obtenção de uma solução pacífica para a crise ucraniana. (21.02.2015)
Foto: Reuters/M. Brambatti
Acordo para a Grécia
Após semanas de tensas negociações, o governo grego e seu novo ministro das Finanças, Yanis Varoufakis (foto), chegaram a um acordo com o Eurogrupo para estender o programa de resgate financeiro a Atenas por mais quatro meses. No entanto, antes a Grécia deve apresentar detalhes de novas reformas até a próxima segunda-feira. (20.02.2015)
Foto: Reuters/Y.Herman
Tempestades no norte da Austrália
Dois fortes ciclones atingiram a Austrália, pegando o estado de Queensland de surpresa. Ventos de até 285 quilômetros por hora derrubaram árvores, destruíram casas e deixaram cerca de 48 mil pessoas sem energia. Não houve registro de mortos ou feridos. (20.02.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/K. Calvert
Críticas à prisão de prefeito de Caracas
A oposição venezuelana, organizações de direitos humanos, políticos latino-americanos e países como Estados Unidos e Espanha condenaram a detenção do prefeito da capital da Venezuela. ONGs acusam governo de cometer arbitrariedades para desviar atenção e calar vozes críticas. (20.02.2015)
Foto: AP
Cataratas do Niagara congeladas
A onda de frio glacial que atingiu os Estados Unidos gerou uma bela imagem, das Cataratas do Niagara congeladas. Com a temperatura a 31 graus negativos, a espuma provocada pela queda d'água deu lugar a gelo. (19.02.2015)
Foto: Reuters/Lindsay DeDario
Governo francês ganha voto de confiança
O governo francês ganhou um voto de confiança, e a polêmica reforma econômica entrou em vigor. As medidas, que liberalizam economia francesa, dividiram o Partido Socialista e levaram o premiê Manuel Valls (foto) a invocar um dispositivo pouco usado para aprová-las sem votação parlamentar. (19.02.2015)
Foto: Reuters/C. Platiau
Beija-Flor é campeã com apoio de ditador
Duramente criticada pelo suposto patrocínio de uma ditadura, a escola de samba Beija-Flor de Nilópolis foi a vencedora do Carnaval do Rio de Janeiro com um enredo homenageando a Guiné Equatorial. O governo do país africano negou ter bancado o desfile. (18.02.2015)
Foto: Reuters
Nepal muda rota do Everest
Autoridades nepalesas anunciaram que vão mudar a rota utilizada pelos alpinistas no Monte Everest, após a avalanche que matou 16 guias locais no ano passado, no acidente com mais mortes na história das escaladas do pico mais alto do mundo. (18.02.2015)
Foto: Reuters
Tropas ucranianas se rendem
Centenas de soldados ucranianos se renderam às forças separatistas em Debaltsevo, no leste da Ucrânia. A cidade, um importante centro ferroviário localizado entre Donetsk e Lugansk, bastiões dos rebeldes, foi palco de violentos combates nos últimos dias, apesar do cessar-fogo decretado no fim de semana. (18.02.2015)
Foto: Reuters/G. Garanich
Museu de cadáveres abre as portas em Berlim
Após ser alvo de controvérsia há meses, o polêmico Menschen Museum (Museu Humano) foi aberto nesta quarta-feira em Berlim. Esta é a primeira exposição permanente dos corpos do anatomista alemão Gunther von Hagens, preservados pela técnica conhecida como plastinação. (18.02.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/A. Heimken
Governo francês opta por decreto
O primeiro-ministro Manuel Valls anunciou à Assembleia Nacional que o governo da França vai recorrer a um dispositivo pouco usual para aprovar a polêmica reforma econômica: o decreto. Com isso, evita-se o risco de a reforma ser rejeitada pelos legisladores. O governo, porém, precisa se submeter a uma moção de confiança, mas observadores afirmam que o risco de derrota é mínimo. (17.02.2015)
Foto: Getty Images/P. Kovarik
Armas pesadas na Ucrânia
Soldados ucranianos e rebeldes separatistas afirmaram que não vão remover as armas pesadas do leste do país, como estava previsto no acordo de paz assinado em Minsk na semana passada. Ambos os lados dizem que só vão começar a retirar as armas quando a trégua for respeitada. Tensão continua em Debaltsevo. (17.02.2015)
Foto: Reuters/G. Garanich
Absolvição de Strauss-Kahn
Um promotor francês pediu que o ex-diretor do FMI fosse absolvido de acusação de proxenetismo por falta de provas. Strauss-Kahn, que já foi cotado para ser candidato à presidência da França, admitiu ter participado de orgias, mas disse não saber que as mulheres envolvidas eram prostitutas. (17.02.2015)
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vojinovic
Vigília em Copenhague
Dezenas de milhares de pessoas reuniram-se no centro de Copenhague para homenagear as vítimas de dois ataques terroristas ocorridos na capital dinamarquesa no fim de semana. Os incidentes deixaram o país em choque e aumentaram o temor por uma nova onde de violência antissemita. (16.02.2015)
Foto: Reuters/Hanschke
Sem acordo com a Grécia
Uma reunião do Eurogrupo em Bruxelas terminou antes do previsto, depois que a Grécia rejeitou uma proposta de estender o atual programa de resgate por seis meses, chamando-a de "absurda" e "inaceitável". O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem (foto), deu um ultimato a Atenas, que deve apresentar um pedido de extensão até o fim da semana. (16.02.2015)
Foto: Reuters/Lenoir
Carnaval e política na Alemanha
No tradicional desfile carnavalesco de Rosenmontag (Segunda-feira das Rosas) em Colônia, dois carros alegóricos tematizaram o recente ataque terrorista ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo". Sobre um deles, um lápis simbolizava a liberdade de imprensa (foto). (16.02.2015)