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Alemanha registra recorde diário de casos de covid-19

15 de outubro de 2020

País contabiliza 6.638 novas infecções pelo coronavírus em 24 horas, maior número desde o início da pandemia. Autoridades ressaltam, porém, que mais testes estão sendo realizados do que no início do ano.

Pessoas embarcam e desembarcam de metrô em estação lotada. A maioria usa máscara.
Berlim é uma das cidades alemãs com maior número de casos de covid-19Foto: Christoph Soeder/dpa/picture alliance

A Alemanha registrou nesta quinta-feira (15/10) o maior número de casos diários de covid-19 desde o início da pandemia. De acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental para o controle e prevenção de doenças infecciosas, foram 6.638 casos, cerca de 1.500 a mais do que no dia anteriore 2.500 a mais do que na terça-feira.

Até então, o recorde havia sido registrado no fim de março, no auge da pandemia na Europa, com 6.294 casos em um dia.

No entanto, de acordo com as autoridades, os valores atuais não podem ser comparados com os do começo do ano, pois, agora, estão sendo realizados significativamente mais testes - e, portanto, mais infecções são descobertas.

Segundo o RKI, atualmente, a Alemanha registra um aumento acelerado no número de transmissões. Além disso, a proporção de casos de covid-19 está aumentando ligeiramente entre os idosos.

Embora os casos viessem aumentando há dias, na quarta-feira da semana passada, as autoridades de saúde relataram 4.059 novas infecções ao RKI. Foi a primeira vez desde abril que a marca de 4 mil casos diários foi ultrapassada.

Desde meados de agosto, o número de testes para detectar o novo coronavírus oscilou entre cerca de 1,1 milhão e 1,2 milhão por semana. De acordo com o RKI, a taxa de testes positivos aumentou significativamente na noite de quarta-feira da semana passada: de 0,74% no final de agosto para 2,48% na semana de 5 a 11 de outubro.

Vários laboratórios estão registrando atrasos nos resultados. Segundo o RKI, alguns relataram problemas na entrega de reagentes.

"Nas últimas semanas, o RKI tem recebido cada vez mais relatos de laboratórios que estão no limite de sua capacidade máxima", escreveu o instituto em um relatório na quarta-feira.

A demanda dos laboratórios aumentou ainda mais após a necessidade de que viajantes domésticos das chamadas zonas de risco apresentem testes negativos para se hospedarem em hotéis ou apartamentos de férias em outras regiões.

Apesar da alta dos casos, não há superlotação nos hospitais. Na terça-feira, de acordo com dados de registros da Associação Alemã Interdisciplinar para Terapia Intensiva e Medicina de Emergência (Divi), cerca de 620 pacientes com covid-19 estavam em UTIs. No total, porém, ainda havia quase 9 mil leitos de terapia intensiva disponíveis na Alemanha.

De acordo com o RKI, a Alemanha registra 341.223 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia e 9.710 mortes relacionas à doença.

Medidas mais duras

Na quarta-feira, a chancelar federal Angela Merkel chegou a um acordo com os líderes de governo dos 16 estados alemães para introduzir medidas mais duras para tentar frear o número de infecções. As regras incluem impor limites para aglomerações e uso obrigatório de máscara em locais de grande circulação quando o número de novas infecções em uma área chegar a 35 por 100.000 habitantes em sete dias. O limite anterior era de 50 por 100.000.

"Estou convencida de que o que fizermos agora nestes dias e semanas será decisivo para a questão de como sairemos desta pandemia", disse Merkel.

Pelas novas regras, se uma área registrar mais de 35 novas infecções por 100.000 pessoas em sete dias, as máscaras se tornarão obrigatórias em todos os lugares onde as pessoas têm contato próximo por um período prolongado - no momento, máscaras já são exigidas no transporte público e em lojas. O número de pessoas autorizadas a se reunir também será limitado a 25 em espaços públicos e 15 em espaços privados.

Uma vez que o limite de 50 novas infecções por 100.000 seja excedido, restrições ainda mais severas serão aplicadas. Isso inclui limitar as reuniões privadas a dez pessoas ou duas famílias e o fechamento de bares e restaurantes após às 23h. No momento, cidades como Berlim, que ultrapassaram a marca de 50 casos, já vêm impondo essas medidas, que incluem ainda a proibição da venda de álcool após 23h.

LE/ots

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