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Alemanha tem recorde de mortes diárias por covid-19

9 de dezembro de 2020

País registra 590 óbitos ligados ao coronavírus em 24 horas, cifra que supera em mais de 100 o recorde anterior, de uma semana atrás. Merkel defende endurecimento das restrições sociais.

Enfermeira examina um paciente em unidade de terapia intensiva num hospital na Baviera
Enfermeira examina um paciente com covid-19 sendo tratado numa unidade de terapia intensiva num hospital na BavieraFoto: Florian Bachmeier/imageBROKER/picture alliance

A Alemanha registrou nesta quarta-feira (09/12) um novo recorde diário de mortes relacionadas à covid-19, com 590 óbitos contabilizados em 24 horas.

Foram 103 mortes a mais do que o recorde anterior, de quarta-feira passada, comunicou o Instituto Robert Koch (RKI), a agência governamental alemã de controle e prevenção de doenças infecciosas.

O RKI contabilizou também 20.815 novas infecções em 24 horas – cerca de 3 mil a mais do que na quarta-feira passada, mas abaixo do máximo de 23.648 registrado em 20 de novembro.

O número total de pessoas já infectadas pelo novo coronavírus na Alemanha subiu para 1.218.524, das quais 19.932 morreram. O RKI estima que o número de pessoas que se recuperaram da doença está atualmente em torno de 902 mil.

A incidência acumulada nos últimos sete dias no país é de 149,1 novas infeções por 100 mil habitantes. O objetivo do governo é reduzir a taxa para 50 novos casos por 100 mil habitantes. O governo entende que somente abaixo desse limiar os novos casos podem ser rastreados e as cadeias de contágio, quebradas.

Lockdown radical a caminho?

O governo alemão considera que o número de novos casos diários se estabilizou, mas num nível "muito alto". A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, voltou a defender, nesta quarta-feira, restrições sociais mais rígidas para frear a propagação da doença. Na véspera, a Academia Nacional de Ciências Leopoldina recomendou um lockdown radicalem toda a Alemanha até no mínimo 10 de janeiro.

O governo federal, porém, esbarra na autonomia dos estados federados para conduzir questões sanitárias. Não há consenso nacional.

Alguns estados decidiram endurecer as restrições. A Saxônia – que no último fim de semana se tornou o principal foco da covid-19 na Alemanha, com algumas áreas registrando mais de 500 novas infecções por 100 mil habitantes em sete dias –, por exemplo, anunciou o fechamento de lojas, creches e escolas a partir da semana que vem.   

Merkel e os chefes de governo dos estados federais decidiram na semana passada prorrogar até 10 de janeiro o lockdown parcial que havia sido imposto no início de novembro.

Entre as restrições estão o fechamento de bares e restaurantes, a limitação de pessoas em lojas e os encontros nas residências foram limitados a no máximo cinco pessoas de dois lares diferentes. 

Durante as festividades de fim de ano está prevista uma flexibilização das medidas para permitir a celebração com a família ou amigos – será permitido o encontro de até dez pessoas.

A pandemia da covid-19 já provocou mais de 1,5 milhão de mortes e infectou mais 68 milhões de pessoas no mundo, segundo a compilação de dados feita pela universidade americana Johns Hopkins.

PV/lusa/ots

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