Meteorologistas nunca registraram um verão tão radiante como nos últimos três meses. Estação teve 817 horas de sol. Especialistas associam recorde a mudanças climáticas.
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A Alemanha teve neste ano seu verão mais ensolarado já registrado, de acordo com o Serviço Meteorológico Alemão (DWD).
Os meteorologistas registraram 817 horas de sol nesta estação, que inclui medições já realizadas e estimativas até o final de agosto, em um balanço preliminar do DWD. O recorde anterior do país era de 793,3 horas em todo o país, no verão de 2003.
"É o verão mais ensolarado desde que os períodos de sol são registrados – então, desde 1951", disse Andreas Friedrich, meteorologista do órgão. "O que estamos vendo é uma manifestação do aquecimento global."
O DWD anunciou seus resultados da avaliação de cerca de 2 mil estações meteorológicas na Alemanha nesta terça-feira (30/08), na véspera do início do outono, em 1º de setembro.
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Calor e falta de chuvas
Registros de temperatura e precipitação são mantidos há cerca de 140 anos na Alemanha. Embora este ano esteja provavelmente entre os mais quentes, não deve ser o mais quente já registrado, de acordo com Friedrich. Ele afirma que provavelmente este verão está entre o segundo e o quinto mais quentes desde o início dos registros alemães.
Apesar de o verão ter sido "claramente muito seco", também não chegou a ser classificado como um dos mais secos a nível nacional da Alemanha, segundo Friedrich. O verão deste ano foi o sexto mais seco, com precipitação média em torno de 145 litros por metro quadrado. Houve quase 40% menos precipitação do que a média para o período de referência de 1961 a 1990.
No entanto, devido à falta de chuva, este está sendo considerado o verão mais seco em algumas regiões, como nos estados alemães de Hessen, Renânia-Palatinado e Sarre.
Dados preliminares mostram que este ano teve o sexto junho mais quente da Alemanha desde o início dos registros e uma temperatura média de 19,2 graus Celsius em julho, 2,3 graus acima do anos de referência de 1961 a 1990.
Um dos últimos verões particularmente quentes no país foi o de 2019, que teve uma temperatura média de 19,2 graus, a terceira estação mais quente desde o início dos registros. Apenas os verões de 2003 (19,7 graus) e 2018 (19,3 graus) foram ainda mais quentes.
"O fato de esses registros estarem ocorrendo cada vez com mais frequência é claramente resultado das mudanças climáticas", avalia Friedrich.
O Instituto de Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam (PIK) afirma haver uma tendência devido às mudanças climáticas globais. "O verão de 2022 é outro sinal de alerta de que verões mais extremos já se tornaram norma”, explicou o meteorologista do PIK, Peter Hoffmann. Ele alerta especialmente para uma intensificação das secas, com um aumento simultâneo no risco de eventos extremos de chuvas torrenciais locais, devido ao aumento das temperaturas globais.
md/bl (dpa, ots)
As principais florestas do mundo precisam de proteção
Na COP26, 100 países se comprometeram a acabar com o desmatamento e revertê-lo até 2030. Quais são as ameaças às florestas mais importantes do mundo?
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