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Alemanha teme propagação descontrolada da covid-19

8 de outubro de 2020

País registra mais de 4 mil infecções em 24 horas, número mais alto desde abril. Governo alerta que rastreamento de cadeias de contágio pode ser impossibilitado com explosão de casos.

Em Colônia, passageiros saem de trem com e sem máscara
Apesar de obrigatoriedade, nem todos respeitam regra do uso de máscara no transporte público na AlemanhaFoto: Christoph Hardt/Geisler-Fotopress/picture-alliance

O aumento rasante de casos de covid-19 e a dificuldade de rastrear a propagação do vírus preocupam o governo da Alemanha. Nesta quinta-feira (08/10) foram registradas 4.058 novas infecções, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental de controle e prevenção de doenças infecciosas. Esse foi o maior número diário contabilizado desde o início de abril.

Em relação aos registros de quarta-feira, foram 1.230 casos diários a mais nesta quinta. Segundo o RKI, desde o início da pandemia o país soma 310.144 infecções e 9.578 mortes em decorrência da covid-19.

Diante do novo aumento de casos, o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, pediu à população que seja cuidadosa e reiterou que o avanço do número de infectados é preocupante. Cada vez mais jovens estão contraindo o coronavírus e muitos deles se acham invulneráveis, mas "não o são", disse o ministro, durante a apresentação do balanço diário nesta quinta-feira.

Spahn elogiou ainda as novas medidas adotadas por Berlim para tentar conter a expansão da epidemia na cidade e afirmou que houve na capital alemã "um comportamento despreocupado e ignorante" por parte de alguns. Berlim registrou bares lotados e festas clandestinas em parques nos últimos meses, e agora enfrenta uma explosão de casos em diversos bairros.

O presidente do RKI, Lothar Wieler, alertou contra a expansão descontrolada do coronavírus na Alemanha. "É possível que tenhamos mais de 10 mil novos casos por dia e que o vírus se espalhe sem controle. A atual situação me preocupa muito, e não está claro como ela evoluirá nas próximas semanas", destacou.

O governo alemão admitiu também estar preocupado com uma perda na rastreabilidade das infecções. "Temos visto números crescentes, especialmente em algumas grandes cidades, incluindo a capital", afirmou o porta-voz do governo, Steffen Seibert. Ele disse que os casos não podem mais ser atribuídos a surtos únicos, o que levanta o temor de que "o vírus possa continuar a se espalhar difusamente".

Seibert ressaltou que as autoridades sanitárias precisam ter condições de rastrear as cadeias de contágio para interromper rapidamente a circulação do vírus. "Com o aumento de casos, é fácil temer que as autoridades sanitárias cheguem à beira do abismo ou além de suas capacidades." O porta-voz destacou que a única maneira de conter a pandemia é "identificar e quebrar as cadeias de infecção".

Novas restrições de viagem

Como reação ao aumento dos casos no país, a maioria dos estados alemães decidiu que turistas vindos de regiões de risco de dentro da própria Alemanha só podem ser aceitos em hotéis e outros tipos de alojamento se apresentarem um resultado negativo de covid-19 realizado em no máximo 48 horas antes. Essa medida se aplica a viajantes de áreas que registraram mais de 50 novas infecções por 100 mil habitantes num período de sete dias.

Cinco estados contestaram inicialmente a decisão. A Turíngia afirmou que não pretende impor essa restrição. Já Berlim aguardará um pouco mais para decidir se adotará a medida. Baixa Saxônia e Bremen ainda estão avaliando, e Mecklenburgo-Pomerânia Ocidental quer regras mais rígidas de quarentena.

CN/dw

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