Alemanha se prepara para outono e inverno em meio à pandemia
21 de setembro de 2020
Ministro da Saúde, Jens Spahn, anunciou que clínicas especiais serão montadas para atender pessoas com sintomas de covid-19, com o objetivo de evitar que a doença se espalhe dentro do próprio sistema de saúde.
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Em meio à alta nos casos de covid-19 na Europa, a Alemanha anunciou nesta segunda-feira (21/09) novas medidas para tentar conter a disseminação da doença com a chegada do outono e dos meses mais frios. No último sábado, a Alemanha registrou 2.297 novos casos do novo coronavírus, maior índice desde abril no país.
O Ministro da Saúde, Jens Spahn, anunciou o plano de estabelecer novas clínicas, onde pessoas com febre ou outros possíveis sintomas de covid-19 poderão fazer testes para detectar a doença. Até o momento, a orientação era procurar o médico da família. Segundo Spahn, o objetivo dos novos ambulatórios, que devem funcionar em todo o país o mais tardar a partir de meados de outubro, é reduzir o número de infecções no próprio sistema de saúde.
"O objetivo é ter uma infraestrutura que garanta que as pessoas não se infectem na sala de espera. Isso faz sentido para o coronavírus e também para a gripe e uma possível onda de gripe", disse Spahn em Berlim.
Ao jornal Rheinische Post, Spahn afirmou que a Alemanha tem conseguido lidar muito bem com o aumento de casos nas últimas quatro semanas. No entanto, um novo pico poderia sobrecarregar os hospitais, reconheceu.
No começo da pandemia, alguns "ambulatórios de febre" foram instalados em cidades com grande incidência da doença, mas, com a diminuição dos casos, eles foram fechados.
Mais testes
Outra estratégia da Alemanha para controlar o vírus com a chegada do frio é a realização de testes em larga escala. Um terço de todos os testes de coronavírus feitos no país se concentraram nas últimas quatro semanas. Atualmente, os pacientes a caminho de testes são orientados a evitar o transporte público e incentivados a fazer o trajeto de carro, a pé ou de bicicleta – tarefa que ficará mais complicada com a chegada do frio.
Por isso, segundo Spahn, uma nova estratégia de testes para o inverno será discutida com os chefes dos 16 estados da Alemanha em outubro, que deve incluir testes rápidos e novas regras de quarentena para viajantes que retornarem de regiões classificadas como de risco. Outro objetivo é a realização de testes preventivos em lares de idosos.
"Estamos significativamente mais bem preparados do que no início do ano", destacou Spahn.
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Regras mais rígidas em Munique
A Baviera é o segundo estado da Alemanha com mais casos de covid-19. Desde o fim da semana passada, a capital, Munique, superou o limite de 50 novas infecções por 100 mil habitantes estabelecido para um endurecimento das medidas anticoronavírus. Embora a Oktoberfest de Munique tenha sido cancelada, várias pessoas se aglomeraram nas ruas no último fim de semana.
Nesta segunda-feira, o estado anunciou novas restrições. A partir de quinta-feira, serão permitidas reuniões de no máximo cinco pessoas em restaurantes e espaços públicos. Celebrações privadas, como casamentos, funerais, aniversários e formaturas, poderão reunir no máximo 25 pessoas em ambientes fechados e 50 pessoas ao ar livre. A redução, contudo, não se aplica a eventos culturais ou esportivos.
Além disso, será obrigatório o uso de máscara em alguns locais públicos de Munique, como as famosas praças Viktualienmarkt e Marienplatz. As regras valem inicialmente por sete dias.
E os mercados de Natal?
Se forem realizados neste ano, tradicionais mercados de Natal, que atraem milhões de turistas anualmente em toda a Alemanha, devem ocorrer de forma reduzida e sob regras rígidas. Alguns deles, como o em frente à catedral de Colônia, já foram cancelados. Uma possibilidade é que não sejam vendidas bebidas alcoólicas, já que muitos legisladores temem que o distanciamento social e o uso de máscaras sejam desrespeitados se as pessoas estiverem alcoolizadas.
Desde o início da pandemia, a Alemanha registrou 272.337 casos do novo coronavírus e 9.386 mortes, de acordo com dados do Instituto Robert Koch, órgão responsável pela prevenção e controle de doenças no país. O sistema de saúde não ficou sobrecarregado, e a Alemanha chegou a receber pacientes de outros países europeus para tratamento.
LE/afp,ots
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.