Homem que esteve recentemente na Guiné é internado em Hospital Universitário de Düsseldorf, no oeste do país. Autoridades garantem que estação de isolamento é segura e que não há ameaça para a população.
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Um homem com suspeita de ebola foi levado de Bochum para o Hospital Universitário de Düsseldorf, no oeste da Alemanha, na madrugada desta segunda-feira (04/05). O transporte, ao longo de cerca de 40 quilômetros, foi feito de acordo com procedimentos especiais de segurança, afirmaram as autoridades locais.
O paciente foi internado numa estação de isolamento com alto padrão de segurança. "Está descartada uma ameaça à população no transporte ou na internação", diz um comunicado emitido pelo hospital e pelo governo municipal.
O paciente com suspeita do vírus retornou recentemente da Guiné, que, ao lado de Serra Leoa e Libéria, é um dos países mais afetados pela atual epidemia da doença no oeste da África. Os primeiros resultados dos exames aos quais o homem foi submetido devem sair ainda nesta segunda-feira.
O Hospital Universitário de Düsseldorf dispõe de uma estação moderna, capaz de ser totalmente isolada do mundo exterior. Além disso, um dispositivo para captação e esterilização de esgoto proveniente da estação impede que organismos patogênicos, como o vírus do ebola, sejam liberados na rede de esgoto.
Mais de 10 mil pessoas morreram em decorrência da atual epidemia de ebola. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou recentemente que o risco de contágio fora dos três países mais afetados havia diminuído.
Hospitais alemães já trataram outros casos da doença, incluindo um médico senegalês, que foi internado em Hamburgo, e outro de Uganda, que recebeu assistência em Frankfurt. Em outubro do ano passado, um funcionário da ONU morreu em Leipzig, no leste da Alemanha, após ter sido infectado pelo vírus na Libéria.
LPF/rtr/afp
Ebola: luta contra o vírus mortal
Apesar das medidas preventivas, algumas pessoas já se contaminaram com o vírus na Europa e Estados Unidos. Cuidadores utilizam trajes para prevenir a propagação, mas na África a proteção ainda deixa a desejar.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Traje de proteção
Na luta contra o ebola, roupas de proteção adequadas para médicos e enfermeiros são essenciais. Toda a pele deve ser coberta com material impenetrável pelo vírus. Mas trajes apenas não bastam, também é necessário seguir corretamente as prescrições de segurança.
Trabalho em conjunto
Os profissionais de saúde devem treinar a colocação correta dos trajes protetores. Como aqui, na unidade especial de isolamento de Düsseldorf. Novos trajes são utilizados a cada vez, para que não haja risco de contaminação no processo. Dessa forma, cuidadores sem proteção também podem ajudar os colegas a se vestir.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Isolamento total
Os quartos dos pacientes na unidade de isolamento em Düsseldorf são completamente protegidos do mundo exterior. O ar é filtrado e as águas residuais são tratadas separadamente. As vestes de proteção, que os cuidadores trajam permanentemente, são pressurizadas. Essas medidas de segurança vão além do necessário: o ebola pode ser transmitido por objetos contaminados, mas não pelo ar.
Após o tratamento dos pacientes, todo o traje é aspergido por fora com desinfetante, a fim de eliminar potenciais contaminações viróticas. Somente após essa ducha as vestimentas podem ser removidas, cuidadosamente.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastian Kahnert
Ajuda externa
Durante a remoção dos trajes protetores, os profissionais de saúde devem ser extremamente cautelosos. Luvas de proteção permanentemente instaladas nas aberturas da câmara permitem ajuda externa sem contato direto com o traje. Após o uso, estes são imediatamente descartados e incinerados.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Enfermeiras contaminadas
Apesar dos altos padrões de segurança, , na Espanha e Estados Unidos três enfermeiras contraíram a doença. As circunstâncias da contaminação ainda não foram esclarecidas. As residências das profissionais (na foto, Texas) foram isoladas e desinfetadas após a descoberta do contágio.
Foto: Reuters/City of Dallas
Proteção na África
Agora, médicos e enfermeiros da África Ocidental também foram equipados com trajes protetores. No entanto, estes nem sempre obedecem as normas para uma proteção efetiva. Por vezes, pequenas áreas da pele ficam descobertas ou o material usado é permeável. Além disso, colocar e retirar o traje pode ser arriscado.
Foto: picture alliance/AP Photo
Isolando os mortos
Os funerais das vítimas do ebola também requerem cuidados extremos. Na África Ocidental, a tradição de os familiares de lavarem os corpos dos mortos resultou em numerosas novas infecções. Para família e amigos, costuma ser difícil compreender e acatar as rigorosas medidas de isolamento.
Foto: Reuters/James Giahyue
Isolamento em barracas
Numa região onde os cuidados médicos são extremamente precários, uma epidemia das atuais proporções representa um enorme desafio. Os infectados são tratados em barracas improvisadas, como se vê na foto feita na Libéria. No entanto, até mesmo um país como a Alemanha ficaria sobrecarregado nessas circunstâncias. No momento, há apenas 50 leitos nas unidades de isolamento alemãs.
Foto: Zoom Dosso/AFP/Getty Images
Incineração em vez de sol
Em algumas regiões afetadas na África Ocidental, os trajes contaminados são pendurados para secar ao sol, numa tentativa de desinfetá-los para reutilização. No entanto, é muito mais seguro as roupas serem imediatamente incineradas após o uso, como ocorre na Guiné. Escassez e altos custos dos trajes dificultam essa medida: as roupas de proteção custam entre 30 e 200 euros.
Foto: Cellou Binania/AFP/Getty Images
Controles nos aeroportos
As viagens aéreas são a maior ameaça na transmissão de longa distância do vírus. Por esse motivo, a temperatura dos passageiros está sendo monitorada em alguns aeroportos. Entretanto, o método não oferece garantia absoluta, já que o período de incubação do ebola é de 21 dias.