Número de casos diários também bateu o recorde no país. Em 24 horas, foram registradas 14.714 novas infecções. Alta nos contágios pressiona governo a adotar medidas mais rígidas de contenção em âmbito federal.
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A Alemanha ultrapassou neste sábado (24/10) a marca de 10 mil mortes por covid-19 desde o começo da pandemia. O Instituto Robert Koch (RKI), agência governamental responsável pelo controle e prevenção de doenças infecciosas, relatou 49 mortes em 24 horas, elevando o total para 10.003.
O país também registrou um novo recorde de casos diários, com 14.714 novas infecções em 24 horas. O alto número, segundo o RKI, se deve a falhas nos registros de quinta-feira. Sem o colapso técnico, o instituto teria apurado um valor maior na sexta-feira (quando foram reportados 11.242 casos) - o que faria com que o número de sábado fosse menor. No total, desde o começo da pandemia, a Alemanha contabiliza mais de 418 mil casos de coronavírus, com uma taxa de letalidade de cerca de 2,4% e uma taxa de mortalidade de 12 por 100 mil habitantes.
A alta dos casos também se reflete nos hospitais. Nas últimas duas semanas, o número de pacientes internados com covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) mais do que dobrou. Na sexta-feira, 1.122 pessoas estavam internadas em UTIs, de acordo com dados da Associação Alemã Interdisciplinar para Terapia Intensiva e Medicina de Emergência (Divi). Apesar de alto, o número é três vezes menor do que o registrado na primavera, auge da pandemia na Europa.
Uma das explicações é que, atualmente, mais jovens estão sendo infectados e, geralmente, eles desenvolvem formas menos graves da doença. Porém, o número de idosos contaminados está aumentando.
De acordo com o diretor-executivo da Sociedade Alemã de Hospitais, George Baum, atualmente, há cerca de 8 mil leitos disponíveis em UTIs e mais 10 mil leitos poderiam ser disponibilizados, em caso de necessidade, adiando tratamentos não urgentes. Segundo ele, hoje, há cerca de 6 mil pacientes em tratamento em hospitais devido à covid-19, um sexto deles em UTIs.
"As capacidades são suficientes por um longo tempo, antes de se tornarem preocupantes", destacou Baum ao jornal Mannheimer Morgen.
De acordo com estimativas do RKI, o valor R, fator que indica a capacidade de propagação da doença, era de 1,23 na Alemanha nesta sexta-feira. Isso significa que 100 pessoas infectadas contaminam outras 123 pessoas, em média.
A alta nos casos de coronavírus aumenta a pressão para que o governo federal adote regras padrão de restrição para todo o país. Atualmente, os estados têm bastante liberdade para impor suas medidas individualmente. Um novo encontro entre a chanceler federal, Angela Merkel, e os líderes dos 16 estados alemães está marcado somente para a próxima sexta-feira.
No último encontro, no dia 14 de outubro, foram adotadas medidas mais rígidas de controle, semelhante a um semáforo de alerta. Agora, se uma área registrar mais de 35 novas infecções por 100 mil pessoas em sete dias, as máscaras são obrigatórias em todos os lugares onde as pessoas têm contato próximo por um período prolongado - máscaras já são exigidas no transporte público e em lojas. O número de pessoas autorizadas a se reunir também se limita a 25 em espaços públicos e a 15 em espaços privados.
Uma vez que o limite de 50 novas infecções por 100 mil pessoas é excedido, reuniões privadas são limitadas a 10 pessoas ou duas famílias e há o fechamento de bares e restaurantes após as 23h.
Alguns governadores, como o da Sarre, Tobias Hans, defende que é necessário esperar até 14 dias para avaliar se as medidas implementadas surtiram efeito. "Devemos esperar por este tempo antes de tomarmos outras medidas", disse Hans em entrevista ao jornal Bild.
Por outro lado, a governadora de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Manuela Schwesig, considera preocupante o aumento dos casos. "É bom termos introduzido o sistema de 'semáforo'. Mas temos que discutir na próxima semana na conferência de governadores se outras medidas são necessárias", destacou ao Bild.
O ministro da Economia, Peter Altmaier, assim como o governador da Baviera, Markus Söder, se manifestaram a favor de transferir mais competências para o governo federal, se necessário.
"As decisões de um único estado federal podem ter impacto sobre todos os outros estados. Por isso, precisamos urgentemente de mais decisões conjuntas", afirmou Altmeier a jornais do Funke-Mediengruppe.
Neste sábado, a região de Hannover, na Baixa Saxônia, excedeu o valor limite de novas infecções e passará a adotar o nível mais rígido de regras de restrição. A Secretaria Estadual de Saúde de Hanover relatou 52,7 infecções por 100 mil habitantes em sete dias. No sábado, 14 dos 45 distritos do estado estavam acima do valor de incidência crítica de 50. A cidade de Delmenhorst foi a mais afetada, com 241,1 casos por 100 mil habitantes em uma semana.
Em Berlim, uma operação envolvendo cerca de mil policiais vai fiscalizar o cumprimento das regras neste final de semana.
LE/dpa/ots
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.