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Alemanha, um dos alvos preferidos de Trump

12 de julho de 2018

Presidente americano aproveitou cúpula da Otan para criticar o país europeu e chegou a acusar os alemães de serem reféns da Rússia. Ataques à Alemanha, porém, já são praxe.

Karikatur Sergey Elkin - Donald Trump beim NATO-Gipfel - Englisch
Foto: DW/S. Elkin

A Alemanha é um dos alvos favoritos de Donald Trump. E, durante a cúpula da Otan, que terminou nesta quinta-feira (12/07) em Bruxelas, não foi diferente. O presidente americano acusou os alemães de serem reféns do gás russo e, em tom agressivo, cobrou do país maior apoio à Aliança Atlântica.

As críticas de Trump começaram logo após o início do encontro, ainda pela manhã: "A Alemanha, pelo que me consta, é refém da Rússia porque obtém grande parte de sua energia da Rússia", disse o presidente americano logo após a abertura da cúpula.

"Nós deveríamos estar nos protegendo contra a Rússia, e a Alemanha vai e paga bilhões e bilhões de dólares por ano à Rússia", disse Trump antes da cúpula, sobre o apoio alemão a um novo gasoduto de 11 bilhões de dólares no Mar Báltico. "Se você prestar atenção, a Alemanha é uma refém da Rússia. Eles se livraram de suas usinas de carvão, se livraram de seu programa nuclear, e estão recebendo boa parte do seu petróleo e gás da Rússia."

Esta não foi, no entanto, a primeira vez que Trump se voltou contra o país europeu. Já durante sua campanha eleitoral, o então candidato republicano fez duras críticas à política de refugiados na Alemanha, chegando a afirmar, em dezembro de 2015, que a chanceler federal alemã, Angela Merkel, estava "arruinando" o país.

Desde que assumiu o cargo, ele parece ter elevado ainda mais o tom.

Janeiro de 2017: Trump criticou a política de Merkel de abrir as fronteiras para os refugiados, especialmente numa ampla entrevista publicada em conjunto pelo jornal alemão Bild e pelo britânico The Times. "Acho que ela cometeu um erro muito catastrófico e que estava aceitando todos esses ilegais, você sabe, recebendo todas essas pessoas de onde quer que elas venham", disse Trump. "E ninguém sabe de onde vêm. Então, eu acho que ela cometeu um erro catastrófico, um erro terrível."

Maio de 2017: O presidente americano afirmou que os alemães são "muito maus", acusando Berlim de adotar políticas de comércio exterior injustas e renovando ameaças de aumento de tarifas. "Os alemães são maus, muito maus", teria dito o presidente, segundo reportagem da revista alemã Der Spiegel. "Vejam os milhões de carros que eles vendem nos Estados Unidos. Terrível! Nós vamos parar com isso", afirmou Trump, segundo fontes citadas pelo site do semanário.

Junho de 2018: Por meio do Twitter, o presidente americano contestou as estatísticas oficiais do governo alemão referentes aos índices de criminalidade e afirmou que o crime cresceu no país devido à chegada de refugiados.

"O crime na Alemanha subiu 10% (as autoridades de lá não querem relatar esses crimes) desde que os migrantes foram aceitos. Outros países estão, inclusive, pior. Sejam espertos, Estados Unidos", escreveu.

Ele disse ainda que os refugiados "mudaram de forma forte e violenta" a cultura europeia e que o continente cometeu um "grande erro" ao dar abrigo aos que fogem dos conflitos no Oriente Médio e na África. Sem citar a chanceler, ele culpou sobretudo a "liderança alemã". "O povo da Alemanha está se voltando contra sua liderança enquanto a migração está abalando a já tênue coalizão de Berlim".

Ao contrário do que Trump afirmou, porém, as estatísticas oficiais alemãs revelaram os menores índices de criminalidade em mais de 25 anos.

Julho de 2018: Em uma série de tuítes de Bruxelas, Tump também criticou o que aponta como uma baixa participação da Alemanha na aliança militar. Ele alegou que os Estados Unidos "pagam dezenas de bilhões de dólares em excesso para subsidiar a Europa" e exigiu que os países-membros cumpram a promessa de gastar 2% do PIB e que, no futuro, a elevem a 4%.

IP/ap/afp/ots

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