Alemanha vacinou mais do que registram os dados oficiais
7 de outubro de 2021
Instituto Robert Koch afirma que 80% da população adulta está totalmente vacinada, 5 pontos percentuais a mais que nas estatísticas oficiais. Diferença entre contagens deixava de fora cerca de 3,5 milhões de imunizados.
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Mais cidadãos da Alemanha foram vacinados contra a covid-19 do que indicam as estatísticas oficiais, informou nesta quinta-feira (07/10) o Instituto Robert Koch (RKI) a agência governamental alemã para o controle e prevenção de doenças.
Até esta terça-feira, um total de até 84% da população adulta do país recebeu ao menos a primeira dose de imunizante, enquanto 80% completaram o ciclo vacinal. Esses percentuais se baseiam em pesquisas e registros de dados feitos pelo RKI.
As estatísticas oficiais indicavam que a proporção dos maiores de 18 anos que receberam a primeira dose seria de quase 80%, e dos totalmente vacinados, 75%. Segundo o RKI, essa defasagem de cinco pontos percentuais em relação aos dados oficiais equivale a 3,5 milhões de habitantes, e que as estatísticas oficiais teriam falhado ao registrar uma parcela das vacinações.
O percentual mais baixo dos números oficiais se baseia em dados enviados pelos centros de vacinação ao sistema de registro digital do RKI. Para comparar os números, o instituto confere o status de vacinação dos cidadãos através de consultas telefônicas.
Vacinação teve mais êxito do que o esperado
O levantamento que resultou no percentual atualizado foi feito entre julho e agosto, com cerca de mil participantes. Os especialistas do RKI levam em conta diversos fatores que podem distorcer os resultados.
O ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, avalia que a campanha de vacinação teve mais êxito do que se esperava inicialmente, o que possibilitaria segurança adicional para os próximos meses, com a aproximação do inverno no Hemisfério Norte. "Voltaremos passo a passo à liberdade e normalidade”, afirma.
Spahn, porém, manteve a recomendação para a observação das medidas de higiene e o uso da máscara protetora em ambientes fechados, O alto índice de vacinação permitiu o relaxamento de algumas das restrições.
Ainda assim, a comprovação de vacinação, recuperação ou apresentação de teste negativo de covid-19 continuam sendo obrigatórias para o acesso a ambientes internos
rc/av (DPA, Reuters)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.