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Alemanha vai acelerar análise de pedidos de asilo

5 de novembro de 2015

Merkel e líderes de partidos da coalizão de governo chegam a acordo para mudar estratégia perante crise migratória. Medidas incluem centros especiais para registrar requerentes com poucas chances de obter asilo.

Seehofer, Merkel e Gabriel chegam a acordo sobre crise migratóriaFoto: Reuters/F.Bensch

A chanceler federal Angela Merkel e líderes dos partidos que formam a coalizão de governo na Alemanha chegaram a um acordo nesta quinta-feira (05/11) sobre uma nova estratégia para lidar com o crescente fluxo de refugiados.

As medidas preveem acelerar o processo de requerimento de asilo com a criação de entre três e cinco centros de registro para migrantes de países seguros e com poucas chances de conseguir refúgio na Alemanha.

"No geral, avançamos um passo bom e importante", afirmou Merkel, após a reunião, em Berlim, com o vice-chanceler federal e líder do Partido Social Democrata (SPD), Sigmar Gabriel, e o líder da União Social Cristã (CSU), Horst Seehofer.

As novas instalações permitirão a realização em uma semana do processo de avaliação de pedidos de asilo, que atualmente pode se estender por meses.

Os dois primeiros centros de registros especiais serão instalados nas cidades de Bamberg e Manching, na Baviera. A chanceler também anunciou a criação de um documento de identidade unificado para refugiados e requerentes de asilo.

Além de acelerar o processo de análise, o governo alemão determinou que refugiados só terão direito a receber benefícios se permanecerem na região onde estão registrados. Em caso de violações, o direito ao benefício é perdido, e o pedido de asilo é suspendido.

Merkel disse ainda que o processo de deportação será acelerado, e as pessoas serão deportadas diretamente de abrigos de acolhimento. A chanceler reiterou também o combate às causas da crise migratória, a proteção das fronteiras europeias externas e o diálogo com a Turquia, país que acolheu cerca de 2 milhões de refugiados sírios.

Zonas de trânsito

Na coalizão governamental – formada pela União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, sua ramificação bávara, a CSU, e o SPD – há divergências sobre como administrar o intenso fluxo de migrantes na Alemanha.

A principal divergência era as controversas "zonas de trânsito". Essas áreas, propostas pela CSU, seriam espaços onde as autoridades poderiam recusar diretamente aqueles que não têm perspectivas de asilo político e impedir a entrada deles na Alemanha.

A proposta, no entanto, foi deixada de lado no encontro. O SPD era o principal opositor da medida. Após a reunião, Gabriel declarou estar feliz de que a solução encontrada não contemple as "zonas de trânsito", chamadas por ele de prisão para refugiados.

O vice-chanceler disse ainda que a conversa entre os parceiros da coalizão foi "difícil", mas construtiva, ressaltando que o objetivo entre eles é unânime: levar ordem à crise de refugiados.

CN/dpa/rtr

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