Federação Alemã de Futebol apresenta camisa reserva, que remete ao uniforme usado na Copa do Mundo de 1990. Cor verde tem origem enfadonha, mas esteve em quase todas as grandes conquistas da Nationalelf.
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O verde é a cor da esperança e, com a cor, a Alemanha espera conquistar na Rússia o tão sonhado pentacampeonato mundial. Para tal, a seleção alemã voltou às origens: o uniforme reserva será verde, com design semelhante ao usado na Copa do Mundo de 1990, vencido justamente pela Nationalelf.
O novo uniforme foi apresentado nesta terça-feira (20/03) em Düsseldorf. Assim como a camisa titular, revelada em fevereiro, a versão reserva remete visivelmente ao uniforme utilizado na Copa do Mundo da Itália, em 1990, com mosaicos em diferentes tons de verde. A estreia do novo uniforme será justamente contra a Espanha, na sexta-feira, em Düsseldorf.
A cor verde começou a ser usada como uniforme reserva pela Alemanha após o fim do banimento imposto ao país depois da Segunda Guerra. A Nationalelf ficou de fora do Mundial de 1950 e retornou às Copas em 1954, na Suíça.
A Alemanha alcançou vitórias memoráveis com a camisa verde: 6 a 1 contra a Áustria na semifinal do Mundial de 1954; 3 a 1 contra a Inglaterra nas quartas de final da Eurocopa de 1972, em Wembley; e na classificação à final da Copa do Mundo de 1990, depois de eliminar a Inglaterra nas penalidades.
Em todas as grandes conquistas da Alemanha, Copas do Mundo (1954, 1974 e 1990) e Eurocopas (1972, 1980 e 1996), a Nationalelf atuou com o uniforme reserva em cor verde – única exceção: Mundial do Brasil, quando usou uma camisa inspirada no uniforme principal do Flamengo.
A origem da cor verde é pouco emocionante. Verde é a cor do brasão da Federação Alemã de Futebol (DFB). Circula na internet, em alguns fóruns, a lenda de que a Alemanha escolheu o verde para seu uniforme reserva porque a Irlanda foi o primeiro país que aceitou enfrentar a seleção alemã depois da Segunda Guerra. No entanto, as duas primeiras partidas da Nationalelf no pós-guerra foram contra a Suíça, em novembro de 1950 e em abril de 1951.
O uniforme tradicional da Alemanha é branco e preto, embora a bandeira alemã seja composta por faixas horizontais em preto, vermelho e amarelo (dourado). A explicação é histórica: branco e preto são as cores da Prússia e também da Ordem Teutônica (ordem militar cruzada vinculada à Igreja Católica, formada em 1190 para auxiliar germânicos feridos nas Cruzadas). O vermelho, usado como uniforme reserva na Copa do Mundo de 2006, por exemplo, remete ao complemento das cores da bandeira do Império Alemão (preto, branco e vermelho).
A Copa do Mundo de 1998, na França, foi a última em que a Alemanha jogou de verde. Já em Eurocopas, a Nationalelf se apresentou de verde pela última vez em 2016, também na França. Ambas as competições não levaram à conquista.
Na Copa do Mundo da Rússia, a Alemanha está posicionada como visitante no confronto com a Suécia – a terceira partida da Nationalelf pelo Grupo F. Muito provavelmente, a Alemanha usará seu uniforme verde, repetindo a constelação da Copa do Mundo de 1974, quando derrotou a Suécia por 4 a 2 na segunda fase de grupos.
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Os 10 maiores jogadores de futebol da Alemanha
Com quatro títulos mundiais e três Eurocopas, a Alemanha é uma das nações mais fortes do futebol. Muitos craques vestiram a camisa da "Nationalelf". Relacionamos os 10 mais importantes da história. Concorda com a lista?
Foto: picture alliance/dpa/W. Baum
#10: O matador dos gols bonitos
Jürgen Klinsmann não conquistou tantos títulos na carreira, mas foi talvez o atacante mais completo do futebol alemão. Seu arranque era fenomenal, marcava belos gols com ambas as pernas e subia de cabeça como poucos. Em três Copas do Mundo, balançou 11 vezes as redes. Foi campeão mundial em 1990 e europeu, como capitão, em 1996.
Foto: picture-alliance / dpa/dpaweb
#9: O polivalente
Capitão nas Copas de 2010 e 2014, além da Eurocopa de 2012, Philipp Lahm personifica as principais qualidades de um jogador alemão: disciplina tática, dedicação e excepcional condição física. Lahm atuou em ambas as laterais e no meio-campo defensivo – e sempre no mais alto nível técnico. Ele simboliza o renascimento e a nova mentalidade do futebol alemão.
Foto: Imago
#8: O capitão dos vices
Considerado um dos melhores jogadores da década de 80, Karl-Heinz Rummenigge conquistou todos os títulos possíveis com o Bayern de Munique. Com a seleção alemã, porém, não teve a mesma sorte. Até ganhou a Eurocopa de 1980 e foi eleito melhor jogador do torneio, mas perdeu as finais das Copa de 1982 e 1986 – ambas como capitão. Rummenigge marcou 45 gols em 95 partidas pela Alemanha.
Foto: Getty Images/Bongarts
#7: O maior artilheiro em Copas
Como deixar de fora o maior artilheiro em Copas? Nascido na Polônia, Miroslav Klose não se destacava por sua habilidade ou gols bonitos – ele era um daqueles centroavantes clássicos com excepcional posicionamento na grande área. Assim marcou 16 gols em Copas e lidera a artilharia da seleção alemã com 71 gols em 137 partidas. Impressionante: em quatro Copas, nunca terminou abaixo da 3ª colocação.
Foto: Reuters
#6: O craque sem títulos
Pode-se dizer que Uwe Seeler é o Zico da Alemanha. Grandioso jogador, carismático, leal e símbolo de uma geração excepcional, mas que não conseguiu conquistar um Mundial. Seeler foi capitão da Alemanha nas Copas de 1966 – quando perdeu a polêmica final para os ingleses – e 1970. O ex-atacante do Hamburgo foi também o primeiro esportista a receber o Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/Heidtmann
#5: O milagreiro de Berna
Helmut Rahn é considerado o autor do gol mais importante do futebol alemão – aquele que devolveu a autoestima depois da Segunda Guerra. Na final da Copa de 1954, frente a Hungria, Rahn anotou o gol do título, aos 39 minutos do 2º tempo, celebrado com a narração épica de Herbert Zimmermann que não parava de gritar "gol". A história de Rahn e daquele Mundial é contada no filme "O milagre de Berna".
Foto: AP
#4: O recordista
Lotthar Matthäus é recordista de partidas disputadas (150) e como capitão (75) pela seleção alemã. Conquistou a Eurocopa de 1980 e a Copa de 1990, além de dois vices nos Mundiais de 1982 e 1986. Somando ainda os de 1994 e 1998, Matthäus é o único jogador de linha a participar de cinco Copas. Matthäus foi o primeiro a ser eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, levando a Bola de Ouro em 1991.
Foto: AP
#3: O "Bomber da Nação"
Impressionantes 68 gols em 62 partidas pela Alemanha; artilheiro da Copa de 1970; 14 gols em Mundiais; máximo goleador em 18 competições distintas – a lista de recordes de Gerd Müller, o "Bomber da Nação", é extensa. Seus impressionantes 85 gols na temporada de 1971/1972 foram superados somente por Lionel Messi, em 2012. Müller marcou o gol decisivo do título mundial de 1974 da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/P.Robinson
#2: O gênio da chuva
Fritz Walter foi o primeiro grande craque – que alçou a Alemanha ao patamar das grandes nações do futebol. Meia cerebral, ele capitaneou a Alemanha contra a máquina húngara de Ferenc Puskas na Copa de 1954. Naquela final choveu – chamado na Alemanha de o "Clima Fritz Walter". Por ter contraído malária na Segunda Guerra, ele tinha dificuldades de jogar no calor e, portanto, preferia atuar na chuva.
Foto: picture alliance / dpa
#1: O Kaiser
Somente Mário Jorge Lobo Zagallo e Franz Beckenbauer conquistaram a Copa do Mundo como jogador e treinador. Beckenbauer liderou a geração que venceu a Eurocopa de 1972 e o Mundial de 1974 e treinou a Alemanha na Copa de 1990. Beckenbauer é sinônimo da posição de líbero, e sua liderança, inteligência tática e inconfundível elegância em campo lhe deram o apelido de Kaiser, o imperador alemão.