Alemanha vai estatizar maior importadora de gás do país
21 de setembro de 2022
A Uniper fornece gás para cerca de 40% dos consumidores alemães. Com o corte no fornecimento russo e o aumento nos preços da energia, gigante estava à beira da falência. Governo alemão vai passar a deter 99% da empresa.
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O governo alemão vai estatizar a Uniper, maior importadora de gás do país, segundo anunciou nesta quarta-feira (21/09) o grupo finlandês Fortum, que controlava a empresa. O congelamento do fornecimento degás da Rússia ameaçava levar a gigante à falência.
Nos termos de um acordo entre Berlim e o grupo estatal nórdico, a Alemanha vai comprar os 56% do capital detido pela Fortum por cerca de 500 milhões de euros e realizar um aumento de capital de 8 bilhões de euros, disse a empresa finlandesa em comunicado.
"Depois do aumento de capital e da compra de ações, o Estado alemão passará a deter cerca de 99% da Uniper", acrescentou a Fortum, cujo maior acionista é o governo finlandês.
O Ministério da Economia alemão confirmou que o governo está assumindo um total de 99% da Uniper, criando uma "estrutura de propriedade clara para garantir a Uniper e, assim, o fornecimento de energia para empresas, concessionárias municipais e consumidores".
A aquisição das ações será concluída após o cumprimento de vários requisitos regulatórios, juntamente com a aprovação na assembleia geral da Uniper e na Comissão Europeia.
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Os problemas de gás no inverno alemão
Com a proximidade do inverno, a Alemanha está fazendo todo o possível para garantir gás natural, muito importante para o aquecimento das casas e empresas. A estimativa é que, atualmente, os tanques de armazenamento estejam 90% cheios. O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, expressou otimismo de que o país conseguirá enfrentar as baixas temperaturas.
"Como um todo, lidamos muito bem com a situação", disse Habeck nesta quarta-feira. "Mas, para a Uniper, a situação se tornou significativamente mais dramática", acrescentou.
Habeck disse que, conforme planejado, uma sobretaxa de gás entrará em vigor em 1º de outubro. O custo será de 2,4 centavos de euro por quilowatt-hora.
O ministro afirmou na quarta-feira que a sobretaxa é necessária para garantir a integridade financeira da Uniper e de outros fornecedores de energia da Alemanha. Segundo ele, a sobretaxa de gás é um mecanismo que permite às empresas repassar custos mais altos antecipadamente.
No entanto, agora que a Uniper será uma empresa estatal, há dúvidas sobre se a taxa é legal – o que Habeck garante que está sendo analisado.
O ministro da Economia acrescentou que a estatização da Uniper deverá estar concluída em cerca de três meses.
Os motivos da compra
A Uniper, maior importadora de gás natural da Alemanha, atua como intermediária entre fornecedores russos e consumidores alemães. Ela fornece combustível para cerca de 40% dos consumidores de gás do país e, antes da guerra na Ucrânia, comprava cerca de metade de seu gás da Rússia.
No entanto, depois que Moscou invadiu o país vizinho e cortou o fornecimento de gás para a Europa após as sanções ocidentais, a empresa foi forçada a comprar gás de outros lugares, a preços mais altos, absorvendo os custos sem repassá-los aos consumidores.
A empresa foi uma das envolvidas na construção do gasoduto Nord Stream 2, que segue desativado por tempo indeterminado como parte das sanções impostas à Rússia.
A situação da Uniper ficou ainda mais complicada no início deste mês. A gigante de energia russa Gazprom, que fornecia gás para a Europa Ocidental através do gasoduto Nord Stream 1, parou completamente de enviar o combustível, alegando problemas nos equipamentos.
le/ek (Lusa, DPA, Reuters, AFP, AP)
Energia solar onde menos se espera
Painéis fotovoltaicos para coletar a luz do Sol estão sendo usados por todo o mundo, do deserto e do mar até o espaço: uma fonte de energia poderosa e totalmente verde.
Foto: Halil Fidan/AA/picture alliance
Catamarã solar em giro pelo mundo
O Race for Water é o maior iate solar do mundo e prescinde inteiramente de combustíveis fósseis. Módulos fotovoltaicos no deque movimentam os motores elétricos e recarregam as baterias para a noite. Em vez de mastros e velas, o catamarã usa uma pipa para determinar sua direção.
Foto: Race for Water/Peter Charaf
Não é coisa de burro
Este pastor da Turquia carrega o telefone celular com um módulo solar portátil. Os dispositivos são muito populares entre excursionistas e campistas, também em versões para mochilas e tendas. Assim, quem viaja longe das redes elétricas está equipado para qualquer emergência.
Foto: Halil Fidan/AA/picture alliance
Voar sem combustível
O Solar Impulse deu a volta ao mundo em diversos estágios, voando totalmente sem combustível de jato. Painéis solares na fuselagem e nas asas alimentam os motores e carregam as baterias da aeronave. Com uma viagem em torno do planeta, os pioneiros do voo solar promoveram essa forma de energia verde e mostraram que nem mesmo o céu é o limite.
Foto: Solar Impulse/Revillard/Rezo.ch
No espaço, de vela solar
Módulos solares possibilitam voos espaciais mais longos, podendo ser desdobrados no espaço para abastecer estações como a EEI, ou satélites e cápsulas não tripuladas. Os cientistas até já cogitam construir parques fotovoltaicos no espaço. Sondas solares de exploração já voaram até Júpiter. Lá, porém, a radiação é 25 vezes mais fraca do que na Terra, devido à distância do Sol.
Foto: NASA SPACEX/HO/dpa/picture alliance
Primeiro telefonema com energia solar
Em 1955, o primeiro módulo fotovoltaico foi instalado no sul dos EUA, para alimentar amplificadores telefônicos. Depois, veio a revolução do uso da tecnologia nas viagens espaciais. Desde então, o Sol tem brilhado em praticamente todo tipo de aplicação de energia.
Foto: AP Images/picture alliance
Revolução na agricultura
O trabalho no campo é pesado e maçante. O Farmdroid, da Dinamarca, movido pelo Sol, faz tudo sozinho, automaticamente e sem prejudicar o meio ambiente. O robô é capaz de semear beterraba e colza, por exemplo, e arrancar ervas daninhas – e isso sem necessidade de tirar folga. Ele é controlado por GPS, e sua força vem dos módulos instalados no teto.
Foto: Nikolai Tuborg/Farmdroid
Captando o Sol sobre a água
Estes trabalhadores estão orgulhosos da primeira plataforma solar flutuante no Quênia. A planta abastece com eletricidade uma fazenda de flores ao norte da capital, Nairóbi. Os módulos foram instalados em pontões especiais. Em outros lugares, os módulos flutuantes sobre lagos são às vezes combinados com piscicultura.
Foto: ecoligo GmbH
Uma ilha com energia do Sol
Em 2019, painéis fotovoltaicos flutuantes foram instalados no mar das Ilhas Maldivas, a fim de fornecer eletricidade para uma estância turística. Gerando 680 quilowatts, o sistema pode ser modesto, mas é um dos maiores do gênero. Ainda é necessário pesquisa para otimizar as instalações "offshore", já que tormentas, ondas fortes e a água marinha atacam os módulos muito mais do que em terra firme.
Foto: Swimsol
A energia que gosta do frio
O Muttsee, perto da Basileia, é o maior reservatório da Suíça. Um grande sistema solar foi instalado na parede da barragem, gerando grande quantidade de energia, sobretudo no inverno, pois, além de os módulos serem mais eficientes no frio, a neve reflete luz natural. Além disso, a intensidade do Sol é muito maior no alto, já que a névoa permanece no vale.
Foto: Axpo
Eletricidade para todos
Não há rede elétrica no lugarejo de Tukul, no Sudão do Sul. Mas painéis solares geram energia localmente, para uso, por exemplo, em telefones celulares e lâmpadas. A pobreza energética é um enorme problema: em 2016, 840 milhões de pessoas no planeta não dispunham de eletricidade. Conta-se que até 2030 a cifra terá caído para 650 milhões, em grande parte devido a módulos solares descentralizados.