Acordo fechado com a QatarEnergy deve entrar em vigor em 2026 e durar 15 anos. Berlim busca alternativas para suprir a lacuna deixada com o corte da exportação da Rússia, que fornecia 55% do gás utilizado no país.
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A empresa estatal de petróleo e gás do Catar vai enviar à Alemanha dois milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) por ano, informou o CEO da QatarEnergy nesta terça-feira (29/11).
A Alemanha consome cerca de 100 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente, pouco mais da metade era proveniente da Rússia, até antes da invasão da Ucrânia. O acordo fechado com a QatarEnergy abrange cerca de 2,7 bilhões de metros cúbicos por ano.
"Consciente de que a Alemanha é o maior mercado de gás da Europa, o Catar pretende contribuir para os esforços de apoio à segurança energética na Alemanha e no continente", disse o ministro da Energia e CEO da QatarEnergy, Saad Sherida al-Kaabi.
O gás será enviado da cidade industrial de Ras Laffan, no Catar, até o terminal de GNL de Brunsbüttel, no estado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha.
O combustível será vendido para a empresa americana Conoco Phillips, que o entregará para a Alemanha. O fornecimento está previsto para começar em 2026 e se estenderá por pelo menos 15 anos.
As negociações entre Berlim e Doha enfrentaram algumas dificuldades, já que a Alemanha era reticente em assinar um acordo de longo prazo.
Segundo o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, embora Berlim não tenha nada contra a assinatura de um acordo de 20 anos ou mais, as empresas devem estar "cientes das metas climáticas de longo prazo da Alemanha".
China, Japão e Coreia do Sul são atualmente os principais mercados para o gás do Catar. Na semana passada, Doha fechou um acordo de 27 anos para enviar quatro milhões de toneladas de GNL por ano à China.
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Corte no fornecimento russo
Até 2021, a Rússia fornecia 55% do gás utilizado na Alemanha. Mas, desde que Moscou cortou o fornecimento aos países europeus por causa de seu apoio a Kiev após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Alemanha busca formas de suprir essa demanda.
O país está construindo, por exemplo, cinco terminais de GNL para substituir os suprimentos russos. Atualmente, grande parte do gás utilizado na Alemanha vem ou passa pela Noruega, Holanda e Bélgica. Berlim também reativou temporariamente velhas usinas movidas a carvão e petróleo e prolongou a vida útil das últimas três usinas nucleares do país.
Além disso, em setembro, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou um acordo com os Emirados Árabes Unidos para a compra de GNL. O acordo prevê a entrega de 137 mil metros cúbicos do combustível em dezembro, num dos novos terminais de GNL da empresa de energia alemã RWE, localizado próximo de Hamburgo. Novas entregas foram prometidas para 2023.
Apesar do volume relativamente pequeno, Scholz ressaltou que o acordo foi apenas um começo e que espera firmar novas parcerias para reduzir os preços de energia.
le/md (Reuters, AP, AFP, DPA)
Energia solar onde menos se espera
Painéis fotovoltaicos para coletar a luz do Sol estão sendo usados por todo o mundo, do deserto e do mar até o espaço: uma fonte de energia poderosa e totalmente verde.
Foto: Halil Fidan/AA/picture alliance
Catamarã solar em giro pelo mundo
O Race for Water é o maior iate solar do mundo e prescinde inteiramente de combustíveis fósseis. Módulos fotovoltaicos no deque movimentam os motores elétricos e recarregam as baterias para a noite. Em vez de mastros e velas, o catamarã usa uma pipa para determinar sua direção.
Foto: Race for Water/Peter Charaf
Não é coisa de burro
Este pastor da Turquia carrega o telefone celular com um módulo solar portátil. Os dispositivos são muito populares entre excursionistas e campistas, também em versões para mochilas e tendas. Assim, quem viaja longe das redes elétricas está equipado para qualquer emergência.
Foto: Halil Fidan/AA/picture alliance
Voar sem combustível
O Solar Impulse deu a volta ao mundo em diversos estágios, voando totalmente sem combustível de jato. Painéis solares na fuselagem e nas asas alimentam os motores e carregam as baterias da aeronave. Com uma viagem em torno do planeta, os pioneiros do voo solar promoveram essa forma de energia verde e mostraram que nem mesmo o céu é o limite.
Foto: Solar Impulse/Revillard/Rezo.ch
No espaço, de vela solar
Módulos solares possibilitam voos espaciais mais longos, podendo ser desdobrados no espaço para abastecer estações como a EEI, ou satélites e cápsulas não tripuladas. Os cientistas até já cogitam construir parques fotovoltaicos no espaço. Sondas solares de exploração já voaram até Júpiter. Lá, porém, a radiação é 25 vezes mais fraca do que na Terra, devido à distância do Sol.
Foto: NASA SPACEX/HO/dpa/picture alliance
Primeiro telefonema com energia solar
Em 1955, o primeiro módulo fotovoltaico foi instalado no sul dos EUA, para alimentar amplificadores telefônicos. Depois, veio a revolução do uso da tecnologia nas viagens espaciais. Desde então, o Sol tem brilhado em praticamente todo tipo de aplicação de energia.
Foto: AP Images/picture alliance
Revolução na agricultura
O trabalho no campo é pesado e maçante. O Farmdroid, da Dinamarca, movido pelo Sol, faz tudo sozinho, automaticamente e sem prejudicar o meio ambiente. O robô é capaz de semear beterraba e colza, por exemplo, e arrancar ervas daninhas – e isso sem necessidade de tirar folga. Ele é controlado por GPS, e sua força vem dos módulos instalados no teto.
Foto: Nikolai Tuborg/Farmdroid
Captando o Sol sobre a água
Estes trabalhadores estão orgulhosos da primeira plataforma solar flutuante no Quênia. A planta abastece com eletricidade uma fazenda de flores ao norte da capital, Nairóbi. Os módulos foram instalados em pontões especiais. Em outros lugares, os módulos flutuantes sobre lagos são às vezes combinados com piscicultura.
Foto: ecoligo GmbH
Uma ilha com energia do Sol
Em 2019, painéis fotovoltaicos flutuantes foram instalados no mar das Ilhas Maldivas, a fim de fornecer eletricidade para uma estância turística. Gerando 680 quilowatts, o sistema pode ser modesto, mas é um dos maiores do gênero. Ainda é necessário pesquisa para otimizar as instalações "offshore", já que tormentas, ondas fortes e a água marinha atacam os módulos muito mais do que em terra firme.
Foto: Swimsol
A energia que gosta do frio
O Muttsee, perto da Basileia, é o maior reservatório da Suíça. Um grande sistema solar foi instalado na parede da barragem, gerando grande quantidade de energia, sobretudo no inverno, pois, além de os módulos serem mais eficientes no frio, a neve reflete luz natural. Além disso, a intensidade do Sol é muito maior no alto, já que a névoa permanece no vale.
Foto: Axpo
Eletricidade para todos
Não há rede elétrica no lugarejo de Tukul, no Sudão do Sul. Mas painéis solares geram energia localmente, para uso, por exemplo, em telefones celulares e lâmpadas. A pobreza energética é um enorme problema: em 2016, 840 milhões de pessoas no planeta não dispunham de eletricidade. Conta-se que até 2030 a cifra terá caído para 650 milhões, em grande parte devido a módulos solares descentralizados.