Alemanha vai reabilitar e indenizar militares homossexuais
25 de novembro de 2020
Discriminação institucionalizada nas Forças Armadas alemãs durou até 2000. Governo quer agora revogar sentenças impostas por tribunais militares e pagar uma indenização simbólica.
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O governo da Alemanha apresentou nesta quinta-feira (25/11) um projeto de lei para reabilitar soldados homossexuais e reconhecer o direito deles de serem indenizados por injustiças sofridas ao longo de décadas nas Forças Armadas.
"O projeto de lei é um passo importante para os afetados e um sinal importante contra a discriminação", disse a ministra da Defesa e presidente do partido União Democrática Cristã (CDU), Annegret Kramp-Karrenbauer.
O projeto ainda necessita da aprovação do Bundestag (Parlamento), onde o governo tem ampla maioria, para virar lei.
O plano prevê a revogação de sentenças impostas por tribunais militares, bem como sanções, registros ou outras formas de discriminação sexual, e contempla tanto militares da República Federal da Alemanha como da antiga República Democrática Alemã.
Para cada revogação será paga uma indenização simbólica de 3.000 euros à vítima. O Ministério da Defesa prevê que cerca de mil militares discriminados nas Forças Armadas venham a solicitar indenizações.
Longa história de discriminação
A homossexualidade foi crime na Alemanha Ocidental até 1969, um ano além do que foi na Alemanha Oriental. Foi um "crime" herdado do artigo 175 do código penal do século 19, que o regime nazista endureceu, além de incluir esse grupo de pessoas em seu programa sistemático de perseguição.
No pós-guerra, militares homossexuais podiam ser rebaixados ou afastados das Forças Armadas. Mais tarde, mesmo podendo permanecer, não recebiam mais tarefas de responsabilidade, pois uma resolução de 1984 proibiu homossexuais de ocupar cargos de comando ou de treinamento de soldados.
Essa regra só foi eliminada em 3 de julho de 2000, em resposta a uma decisão da Corte Constitucional, que instava o Parlamento a eliminá-la, marcando o fim da discriminação institucionalizada de homossexuais na Bundeswehr.
AS/efe/dpa
Dez espécies de animais que mostram como a homossexualidade é natural
Casais gays são frequentes no reino animal. Segundo estudos, ocorrem relações homossexuais entre indivíduos de cerca de 1.500 espécies – de girafas a cisnes e macacos.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Mestres do flerte
Entre as girafas, há mais relações entre o mesmo sexo do que entre sexos opostos. Estudos apontam que relações sexuais homoafetivas correspondem a mais de 90% de toda a atividade sexual da espécie. E as girafas não vão direto ao ponto. Machos da espécie sabem flertar, esfregando o pescoço no corpo do outro. Essas preliminares podem durar até uma hora.
Foto: imago/Nature Picture Library
Bissexualidade em baixo d'água
Fêmeas e machos da espécie golfinho-nariz-de-garrafa exibem comportamentos homossexuais, incluindo interações orais em que um golfinho estimula o outro com o nariz. Interações homossexuais entre os golfinhos da espécie ocorrem com mais ou menos a mesma frequência que as heterossexuais. Os machos são geralmente bissexuais, mas passam por períodos exclusivamente homossexuais.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Lealdade entre machos
A homossexualidade também é comum entre os leões. De dois a quatro machos costumam formar o que é conhecido como coalizão, trabalhando juntos para cortejar leoas. Para garantir lealdade, machos fortalecem seus laços fazendo sexo entre si. Muitos pesquisadores se referem a esse comportamento como um clássico "bromance".
Foto: ARTIS/R. van Weeren
Fêmeas difíceis
Entre bisões, interações homossexuais são mais comuns do que a copulação heterossexual. Isso ocorre, porque as fêmeas só acasalam com os machos uma vez por ano. Durante a temporada de acasalamento, os machos que sentem desejo interagem sexualmente com o mesmo sexo várias vezes ao dia. Mais da metade das relações sexuais entre bisões jovens acontece entre o mesmo sexo.
Foto: imago/Nature Picture Library
Só por uma noite
Entre macacos, tanto fêmeas quanto machos interagem sexualmente com o mesmo sexo. Enquanto machos costumam se envolver entre si só por uma noite, fêmeas estabelecem laços intensos entre si e geralmente são monogâmicas. Em algumas populações, o comportamento homossexual entre as fêmeas não é somente comum, mas é a regra. Quando não estão acasalando, elas ficam juntas para se defender de inimigos.
Foto: picture alliance/robertharding
Duas mães
O albatroz-de-laysan, comum no Havaí, é conhecido por seu grande número de parcerias homoafetivas. Cerca de 30% dos casais da espécie na ilha de Oahu são compostos por duas fêmeas. As aves são monogâmicas e geralmente ficam juntas por toda a vida, já que são necessários dois genitores para criar um filhote. Os filhotes normalmente são filhos de machos que já estão em outro relacionamento sério.
Foto: imago/Mint Images
Loucos por sexo
Também chamados de chimpanzés-pigmeus, os bonobos são considerados os parentes vivos mais próximos do homem e são conhecidos por buscar prazer sexual, inclusive com o mesmo sexo. Eles mantêm relações homossexuais por prazer ou para estabelecer laços afetivos e evitar conflitos. Cerca de dois terços dos relacionamentos homoafetivos ocorrem entre fêmeas, mas também são comuns entre machos.
Foto: picture-alliance/F. Lanting
Adoção por casais gays
Como muitos pássaros, cisnes também são monogâmicos e ficam somente com um parceiro por anos. Muitos escolhem parceiros do mesmo sexo. Cerca de 20% dos casais de cisnes são homossexuais e normalmente formam uma família juntos. Em alguns casos, eles adotam ovos abandonados. Em outros, um macho do casal gay acasala com uma fêmea e a repele após ela botar uma ninhada de ovos.
Morsas machos só atingem a maturidade sexual aos quatro anos de idade. Até lá, eles são quase exclusivamente homossexuais. Após atingir a maturidade, a maioria dos machos é bissexual e acasala com fêmeas apenas durante a temporada de reprodução. Mas não se trata apenas de prazer sexual entre os machos: eles também se abraçam e dormem juntinhos.
Foto: imago/Nature in Stock
Questão hormonal
Entre as ovelhas, estudos sugerem que até 8% dos machos preferem outros machos, mesmo quando fêmeas férteis estão por perto. No entanto, isso acontece apenas entre ovelhas domésticas. Foi descoberto nos estudos que as estruturas cerebrais das ovelhas homossexuais são diferentes daquelas das ovelhas heterossexuais e liberam menos hormônios sexuais.