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Alemanha vai retomar testes gratuitos de covid-19

12 de novembro de 2021

Com aumento de casos e vacinação estagnada em 67,4%, país retoma política de testagem encerrada em outubro. Chefe de agência de saúde adverte que 90% da população precisa estar vacinada.

Posto de testagem contra covid-19 na Alemanha
Postos de testagem gratuitos haviam sido desmantelados em outubroFoto: Christoph Schmidt/dpa/picture alliance

A Alemanha vai retomar os exames gratuitos para detectar covid-19 a partir do próximo sábado, disse o ministro da Saúde, Jens Spahn, nesta sexta-feira (12/10).

O anúncio ocorre em meio a uma alta recorde de novos casos da doença no país e à estagnação da vacinação entre os alemães.

A política de testes gratuitos, que eram realizados em farmácias, centros de testagem ou tendas instaladas em locais de grande movimento nas cidades, havia sido introduzida em março - em parte para compensar a inicialmente lenta distribuição de vacinas - e foi originalmente encerrada no mês passado, até como forma de incentivar que as pessoas se vacinassem.

O anúncio de Spahn sobre a reativação do sistema ocorre após o índice de infecções atingir um novo recorde pelo quinto dia consecutivo nesta sexta-feira. O Instituto Robert Koch (RKI), agência alemã de prevenção e controle de doenças, apontou que a taxa de incidência de casos de covid-19 em sete dias atingiu 263,7 para cada 100 mil pessoas.

Spahn também afirmou que apoia uma exigência no sentido da adoção de regras nacionais que fariam com que apenas pessoas vacinadas e/ou que se recuperaram da doença possam comparecer a eventos públicos. A regra excluiria pessoas não vacinadas, mesmo com a apresentação de um teste negativo para o vírus.

Vários estados alemães já adotam regras nesse sentido. A cidade-estado de Berlim, por exemplo, vai mais longe, e a partir da próxima semana vai aplicar esse mecanismo até mesmo para acessar restaurantes, academias e salões de beleza.

Vacinação estagnada

No momento, apenas cerca de 67,4% dos alemães estão totalmente vacinados, índice que só cresceu dois pontos percentuais nos últimos 30 dias.

"Precisamos fazer tudo que for necessário para conter este aumento", disse Spahn. "Caso contrário, será um dezembro amargo para todo o país."

Lothar Wieler, chefe do RKI, disse que é contra a realização de grandes eventos em geral, especialmente envolvendo festas de fim de ano, e alertou que a situação é séria.

"Ao menos 90% da população da Alemanha precisa ter imunidade contra o coronavírus. Caso contrário, não conseguimos controlar o vírus", disse Wieler em uma coletiva de imprensa em Berlim.

Na semana passada, o ministro Jens Spahn afirmou que o país já entrou na quarta onda da pandemia de covid-19 e que, no momento, o país vive uma "pandemia dos não vacinados".

Uma pesquisa recente aumentou essas preocupações, ao revelar que 65% dos não vacinados não pretendem receber a vacina contra o coronavírus nos próximos dois meses. Outros 23% afirmaram que "provavelmente não o farão". Apenas 2% disseram que planejam tomar a vacina, mas ainda não.

Situação dramática

Na quarta-feira, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, que em breve deixará o cargo, afirmou que a situação da pandemia no país é dramática e apelou por ações imediatas num vídeo divulgado nas redes sociais.

"O RKI havia afirmado que qualquer taxa de vacinação da população abaixo de 75% estaria ligada a um crescimento exponencial [das infecções], com ocupação alta demais dos leitos de UTI", prosseguiu a chanceler, afirmando serem necessárias, portanto, medidas para conter a alta de casos.

Nesta sexta-feira, Merkel afirmou que, além de ser um direito, tomar a vacina é um dever para proteger a si mesmo e os outros.

jps/lf (DPA, Reuters, DW, ots)

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