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Alemanices: Aulas suspensas por causa do calor

Karina Gomes
23 de junho de 2017

Se as temperaturas excedem os 26 graus, escolas podem decidir enviar todos os alunos para casa. A regra do "Hitzefrei" também vale para o ambiente de trabalho. Empresas podem reduzir a carga horária ou adaptar a escala.

A direção da escola pode decidir enviar todos os alunos para casa se a temperatura no interior da sala ultrapassar os 26 graus
A direção da escola pode decidir enviar todos os alunos para casa se a temperatura no interior da sala ultrapassar os 26 grausFoto: picture-alliance/dpa/S. Kahnert

Enquanto no Brasil todos "congelam" num frio de 15ºC, na Alemanha, as pessoas padecem com temperaturas acima dos 30ºC. Casas, restaurantes e ambientes de trabalho ficam quentinhos e aconchegantes com os aquecedores no inverno. Mas nos dias mais quentes do verão, não há ar condicionado que salve. Nem todos os locais dispõem de ventiladores ou climatizadores.

Karina Gomes, jornalista da Deutsche WelleFoto: privat

A legislação alemã permite que escolas e empresas decretem o Hitzefrei (livre do calor, em tradução livre) e libere alunos e funcionários. A regra é válida quando as temperaturas no interior da sala de aula ultrapassam os 26 graus. A direção da escola pode decidir suspender as aulas e enviar todos os alunos para casa. Se os pais não conseguem encontrar alguém que possa ficar com a criança, é possível que eles sejam liberados do trabalho. Mas isso só acontece em último caso.

O Hitzefrei é regulamentado de acordo com a lei de cada estado alemão. Na Baviera, a decisão cabe às escolas. Nenhum limiar de temperatura é estabelecido para que os alunos sejam liberados. No estado da Renânia do Norte-Vestfália, por exemplo, a medida vale apenas para alunos da Grundschule, equivalente no Brasil ao ensino fundamental. Caso algum aluno apresente mal estar ou qualquer outra complicação por causa do calor, pode ser liberado.

O mesmo vale para o ambiente de trabalho, mas em geral as empresas procuram fazer adaptações, como reduzir a jornada de trabalho, em vez de liberar os funcionários do expediente.

Uma sala de aula na floresta

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O Instituto Federal de Segurança e Medicina do Trabalho alemão recomenda que as empresas adaptem a escala permitindo que os funcionários realizem suas tarefas pela manhã, quando está mais fresco, ou no final da tarde, quando o sol já não está tão forte. Aumentar o número de pausas durante o expediente também é uma opção. Gestantes, mães que estão amamentando e funcionários que provem ter problemas de saúde devido ao calor podem tirar licença nos dias de calor extremo.

Assim como nas escolas, a temperatura dentro das salas e escritórios não deve exceder os 26 graus. Segundo diretivas do trabalho, empresas precisam ter protetores nas janelas para bloquear a entrada de luz solar. Se mesmo assim o calor é tão insuportável que é quase impossível trabalhar, os funcionários precisam alertar a chefia ou o sindicato de trabalhadores.

Todos ficam atentos ao termômetro.

Na coluna Alemanices, publicada às sextas-feiras, Karina Gomes escreve crônicas sobre os hábitos alemães, com os quais ainda tenta se acostumar. A repórter da DW Brasil e DW África tem prêmios jornalísticos em direitos humanos e sustentabilidade e vive há três anos na Alemanha.

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