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Aleppo é alvo de "piores ataques desde início da guerra"

25 de setembro de 2016

Bombardeios em cidade síria deixam dezenas de mortos, e centenas de milhares continuam sitiados. ONU pede fim de ataques a estruturas de água. Opositores afirmam que ofensiva do regime anula processo de paz.

Crianças são resgatadas em Aleppo, na Síria
Foto: Reuters/S. Kitaz

Centenas de milhares de pessoas permanecem sitiadas neste domingo (25/09) na cidade síria de Aleppo, castigada por intensos bombardeios desde o início de uma ofensiva das forças sírias, há três dias, para tentar recuperar áreas controladas pelos rebeldes no leste da antiga capital econômica do país.

A organização Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou que ao menos 52 pessoas morreram neste sábado na cidade, incluindo 11 crianças. Neste domingo, o número de mortes até as 18h (hora local) era de 23.

Segundo a ONG, desde a última quinta-feira, quando o Exército sírio anunciou o início da operação no leste de Aleppo, ao menos 124 pessoas, a maioria civis, foram mortas em bombardeios sírios e russos. Os militares alertaram a população para que abandone as áreas próximas aos "quartéis e posições das gangues terroristas armadas".

O governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, classifica os grupos de oposição no país de terroristas, o que também se aplica aos rebeldes apoiados pelos Estados Unidos e ao grupo extremista "Estado Islâmico" (EI). 

"Bombardeio mais intenso desde 2011"

Mais de 250 mil civis estão sitiados no leste de Aleppo, onde o abastecimento de água foi interrompido após aviões russos bombardearem a principal estação de bombeamento da região. Os insurgentes retaliaram, desligando outra estação, que abastece cerca de 1,5 milhão de pessoas nas áreas controladas pelo governo.

A ONU apelou para que ambos os lados "cessem os ataques às infraestruturas hídricas", o que é considerado crime de guerra pela Convenção de Genebra.

Antes da reunião do Conselho de Segurança da ONU neste domingo, o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, condenou o que chamou de "o mais contínuo e intenso bombardeio desde o início do conflito na Síria [em 2011]". 

O ministro sírio do Exterior, Walid Muallem, afirmou à ONU que o envolvimento da Rússia, do Irã e do grupo xiita libanês Hisbolá demonstrou quem são os "verdadeiros amigos" do regime. "Nossa crença na vitória é ainda maior agora que o Exército Árabe Sírio realiza grandes avanços na guerra contra o terrorismo, com o apoio dos verdadeiros amigos do povo sírio", declarou Muallem. 

O ministro reiterou que um ataque aéreo da coalizão internacional liderada pelos EUA, que matou ao menos 62 soldados no último dia 17 de setembro, foi "intencional", apesar de Washington alegar que se tratou de um erro.

Rússia é "cúmplice do regime"

Os principais grupos rebeldes da Síria divulgaram neste domingo uma declaração conjunta afirmando que os bombardeios em Aleppo tornarão inúteis quaisquer tentativas de realizar um processo de paz – a não ser que os combates sejam interrompidos imediatamente e que o envio de ajuda humanitária da ONU seja permitido.

O texto, assinado por mais de 30 grupos rebeldes – incluindo os que recebem apoio da Turquia, países do Golfo Pérsico e do Ocidente – afirma que os bombardeios "sem precedentes" minam o processo de paz que a ONU, Washington e Moscou tentam retomar.

Os rebeldes acusam a Rússia de ser "cúmplice do regime [de Damasco] nos crimes contra nosso povo". Eles denunciam o uso por parte das forças sírias apoiadas por Moscou de napalm e outras armas químicas sem qualquer repreensão por parte da comunidade internacional. 

RC/afp/rtr/ots/ap/dpa

 

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