Aliado de Merkel planeja deixar governo da Baviera
3 de dezembro de 2017
Horst Seehofer, líder da CSU, deixará cargo antes da eleição regional de 2018, mas vai se manter como chefe do partido. Decisão abre caminho para a candidatura do principal rival interno, Markus Söder.
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O governador da Baviera, Horst Seehofer, influente aliado conservador da chanceler federal Angela Merkel, está disposto a deixar o cargo antes da eleição regional de 2018, de acordo com a imprensa alemã, que citou fontes próximas ao político.
De acordo com essas fontes, Seehofer deixaria o caminho aberto para um sucessor já no primeiro trimestre do próximo ano. Apesar dos planos de deixar o governo, o político pretende manter sua posição como chefe da União Social Cristã (CSU), aliada bávara da União Democrata Cristã (CDU), o partido de Merkel. Segundo a imprensa alemã, é esperado que Seehofer faça um anúncio oficial nesta segunda-feira (04/12).
A decisão de Seehofer foi tomada num momento de grande incerteza política na Alemanha. Há duas semanas naufragaram as tentativas de Merkel de formar uma nova coalizão de governo com os liberais e os verdes. Seehofer foi um dos mais influentes aliados da chanceler nessas negociações. Com o fracasso das conversações, a Alemanha arrisca ter que convocar uma nova eleição federal, a não ser que os atuais parceiros de coalizão, os social-democratas, mudem de ideia sobre passar para a oposição e resolvam ficar no governo.
A última eleição também teve um efeito devastador para o influente Seehofer, que viu parte do seu capital político erodir quando a CSU obteve 38,8% dos votos na Baviera – o pior resultado da legenda desde a eleição de 1949.
O eleitorado do partido encolheu mais de dez pontos percentuais em relação às eleições de 2013. A perda de votos coincidiu com o crescimento dos populistas de direita do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) e o aumento da preocupação de muitos eleitores com a chegada de mais de 1 milhão de refugiados à Alemanha entre 2015 e 2016.
O temor de que a CSU voltasse a ser castigada pelos eleitores, desta vez nas eleição regional de 2018, deu início, nas últimas semanas, a uma luta pelo poder no comando da legenda. O principal rival de Seehofer pela chefia do partido é o ministro das Finanças da Baviera, Markus Söder.
Seehofer, de 68 anos, governa a rica região do sul da Alemanha com uma maioria absoluta pelos últimos nove anos.
JPS/dpa
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Os principais partidos alemães
São eles: Partido Social-Democrata (SPD), União Democrata Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU), Partido Liberal Democrático (FDP), Alternativa para a Alemanha (AfD), Verdes, Esquerda e Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
Foto: picture-alliance/dpa
União Democrata Cristã (CDU)
Fundada em 1945, a CDU se considera "popular de centro". Seus governos predominaram na política alemã do pós-guerra. O partido soma em sua história cinco chanceleres federais, entre eles Helmut Kohl, que governou por 16 anos e conduziu o país à reunificação em 1990, e Angela Merkel, a primeira mulher a assumir o cargo, em 2005.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Dedert
Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD)
Integrante da Internacional Socialista, o SPD é uma reconstituição da legenda homônima fundada em 1869 e identificada com as classes trabalhadoras. Na Primeira Guerra, ele se dividiu em dois partidos, ambos proibidos em 1933 pelo regime nazista. Recriado após a Segunda Guerra, o SPD já elegeu quatro chanceleres federais: Willy Brandt, Helmut Schmidt, Gerhard Schröder e Olaf Scholz.
Foto: Thomas Banneyer/dpa/picture alliance
União Social Cristã (CSU)
Igualmente fundada em 1945, a CSU só existe na Baviera, onde a CDU não conta com diretório local. Os dois partidos são considerados irmãos. A CSU tem como objetivo um Estado democrático e com responsabilidade social, fundamentado na visão cristã do mundo e da humanidade. Desde 1949, forma no Bundestag uma bancada única com a CDU.
Foto: Peter Kneffel/dpa/picture alliance
Aliança 90 / Os Verdes (Partido Verde)
O partido Os Verdes surgiu em 1980, após três anos participando de eleições como chapa avulsa, defendendo questões ambientais e a paz. Em 1983, conseguiu formar uma bancada no Bundestag. Oito anos depois, o movimento Aliança 90 se fundiu com ele. Em 1998 participou com o SPD pela primeira vez do governo federal.
Foto: Christophe Gateau/dpa/picture alliance
Partido Liberal Democrático (FDP)
O Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão) foi criado em 1948, inspirado na tradição do liberalismo e valorizando a "filosofia da liberdade e o movimento pelos direitos individuais". O partido é tradicionalmente um membro minoritário de coalizões de governo federais
Foto: Hannes P Albert/dpa/picture alliance
A Esquerda (Die Linke)
Die Linke (A Esquerda, em alemão) surgiu da fusão, em 2007, de duas agremiações esquerdistas: o Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Socialista Unitário (SED) da extinta Alemanha Oriental, e o Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social (WASG, criado em 2005, aglutinando dissidentes do SPD e sindicalistas).
Foto: DW/I. Sheiko
Alternativa para a Alemanha (AfD)
Fundada em 2013, inicialmente como uma sigla eurocética de tendência liberal, a AfD rapidamente passou a pender para a ultradireita, especialmente após a crise dos refugiados de 2015-2016. Com posições radicalmente anti-imigração, membros que se destacam por falas incendiárias, a legenda tem vários diretórios classificados oficialmente como "extremistas" pelas autoridades
Foto: Martin Schutt/dpa/picture alliance
Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
A Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) é um partido fundado em janeiro de 2024 pela mulher que lhe dá o nome, uma ex-parlamentar do partido Die Linke (A Esquerda) que defende uma mistura de política econômica de esquerda e retórica social de direita. Nas suas primeiras eleições, o partido tomou boa parte do espaço que era ocupada pela Esquerda.
Foto: Anja Koch/DW
Os pequenos
Há numerosos partidos menores na Alemanha, como Os Republicanos (REP) e o Heimat (Pátria), ambos de extrema direita, ou o Partido Marxista-Leninista (MLPD), de extrema esquerda. Outros defendem causas específicas, como o Partido dos Aposentados, o das mulheres, dos não eleitores, ou de proteção dos animais. E mesmo o Violetas, que reivindica uma política espiritualista.