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Alta-comissária da ONU apreensiva com violência em Hong Kong

5 de outubro de 2019

Michelle Bachelet manifestou-se a favor da liberdade de reunião, mas contra tanto protestos violentos quanto repressão estatal ilegítima. Apesar de proibição de máscaras, ativistas foram às ruas de rosto coberto.

Polícia de Hong Kong utiliza gás lacrimogêneo contra ativistas
Polícia de Hong Kong voltou a utilizar gás lacrimogêneo contra ativistasFoto: Reuters/A. Perawongmetha

A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, expressou preocupação com o elevado nível de violência das últimas manifestações em Hong Kong, e frisou que todas as medidas para controlar a situação devem respeitar a lei.

Durante visita à Malásia, neste sábado (05/10), ela lamentou os ferimentos sofridos por policiais, manifestantes e jornalistas durante os distúrbios, acrescentando condenar "firmemente todos os atos de violência, venham de onde vierem".

A noite de sexta-feira e a madrugada de sábado foram marcadas por violentos distúrbios associados aos protestos contra uma lei que impede o uso de máscaras pelos manifestantes. Para impor a interdição, as autoridades de Hong Kong invocaram disposições de emergência de 1922, que não eram utilizadas há 52 anos.

Vandalismo forçou fechamento de estações de metrôFoto: AFP/P. Fong

Apesar da proibição de máscaras, aprovada na sexta-feira, numerosos manifestantes partiram para as ruas com os rostos cobertos, gritando palavras de ordem. Como vem acontecendo em outros atos, um grupo partiu para atos de vandalismo e violência.

Houve ataques incendiários, pilhagens, confrontos com a polícia e agressões, bloqueios de estradas, vandalização de estações de metrô e de bancos e estabelecimentos comerciais chineses ou ligados ao país. Mais uma vez, bandeiras da China foram queimadas, e a polícia utilizou gás lacrimogêneo.

No bairro de Tuen Mun, um grupo de manifestantes atacou um policial que não estava de serviço, dentro de seu próprio carro. O agente respondeu com um tiro, atingindo na coxa um adolescente de 14 anos.

Devido aos estragos no metrô, neste sábado foram suspensos temporariamente todos os serviços ferroviários de Hong Kong, inclusive a linha que liga ao aeroporto. A cidade está paralisada, com boa parte do comércio fechada.

Michelle Bachelet: "Não podemos aceitar que pessoas utilizem máscaras para provocar a violência"Foto: picture-alliance/AP Photo/S. di Nolfi

Questionada sobre a lei, Bachelet disse que "qualquer restrição deve ter um fundamento legítimo, respeitar a lei e ser proporcional": "Na medida do possível, a liberdade de se reunir pacificamente [...] deve ser exercida sem restrições. Mas, por outro lado, não podemos aceitar que pessoas utilizem máscaras para provocar a violência."

Uma polêmica proposta de emendas à lei da extradição é a origem da onda de protestos que atravessa a região administrativa especial chinesa desde o início de junho. A proposta foi retirada formalmente pelo governo local, mas os manifestantes exigem resposta a quatro outras reivindicações: libertação dos ativistas detidos; que as ações de protesto não sejam identificadas como motins; inquérito independente sobre violência policial; e demissão da chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam.

AV/efe,lusa,rtr,afp,dpa

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