Versão digital poderá ser vista em breve no pátio do Museu de Pérgamo, em Berlim. Obra-prima do período helenístico e uma das principais atrações da Ilha dos Museus, altar está fechado para visitação até 2019.
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Uma escultura monumental, com mais de 113 metros de largura e dois mil anos de idade acaba de ganhar um modelo em três dimensões que permite conhecer seus detalhes em novos ângulos. O Altar de Pérgamo, principal atração do museu de mesmo nome, em Berlim, está fechado para visitas há dois anos devido a trabalhos de conservação que deverão durar até 2019.
Enquanto o altar passa por reformas, especialistas criaram um modelo exato em versão digital da obra-prima do período helenístico. "Com o modelo, um dos monumento mais importantes da Antiguidade poderá ser vivenciado de uma forma totalmente nova", explicou Hermann Parzinger, presidente da Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano, nesta terça-feira (24/05) em Berlim.
Duas semanas antes do fechamento parcial do Museu de Pérgamo, em setembro de 2014, profissionais fotografaram e escanearam detalhadamente com laser os relevos e colunas do monumento. O scanner foi posicionado em 51 lugares da sala que abriga a obra. O trabalho ficou a cargo do Instituto Fraunhofer de Computação Gráfica, localizado em Darmstadt e Rostock.
Antiguidade grega achada por alemães
Pérgamo foi uma cidade grega localizada onde hoje fica Bergama, na Turquia. O altar de mármore, com relevos que mostram deuses da mitologia, foi erguido na primeira metade do século 2 a.C e escavado por arqueólogos alemães entre 1878 e 1886. As peças escavadas foram enviadas a Berlim com o aval do Império Otomano.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o altar foi desmontado e armazenado num abrigo antiaéreo na capital alemã. Mais tarde, foi levado pelos soviéticos para Leningrado (atual São Petersburgo) e exposto no museu Hermitage. Só em 1958 as peças retornaram ao Museu de Pérgamo, uma das instituições localizadas na Ilha dos Museus, em Berlim.
Tecnologia a serviço da ciência
Fotografias de alta resolução e medições complexas deram origem a um modelo digital composto por 580 milhões de imagens triangulares, explicou o coordenador do projeto, Pedro Santos, do Instituto Fraunhofer. O resultado ainda não tem data para ser exibido no pátio do Museu de Pérgamo, mas já pode ser conferido no site do museu [link no final da matéria].
De acordo com a diretora-geral interina do museu, Christina Haak, a representação virtual mostra o altar de uma forma ainda mais precisa e abrangente do que quando os visitantes o veem no museu. "A não ser que nós oferecêssemos uma escada para eles", comenta.
A versão tridimensional também facilita a pesquisa, que pode ser feita sem o uso da obra de arte original. Mesmo peças suspeitas de pertencer ao altar podem ser encaixadas eletronicamente, como se fossem partes de um quebra-cabeças, para conferir se fazem mesmo parte do conjunto original.
O Museu Pérgamo, construído para receber o altar, é um dos maiores e mais famosos de Berlim, com cerca de 1 milhão de visitantes por ano. Desde 2013, algumas alas estão fechadas para reforma. A expectativa é que o todo o complexo seja reaberto entre 2025 e 2026. Antes disso, a sala onde fica o Altar de Pérgamo reabre em 2019.
Dez museus diferentes de Berlim
Além da renomada Ilha dos Museus, a capital alemã tem cerca de 200 instituições repletas de atrações, que vão do curioso ao excêntrico.
Foto: picture-alliance/dpa/K.-D. Gabbert
Museu Gay
Um cartoon do artista Ross Johnston mostra o Super-Homem e o Robin se beijando enquanto tematizam a "traição" ao Batman. Para homens que gostam de homens, mulheres que gostam de mulheres e também para aqueles que curtem os dois, o Museu Gay, no bairro Tiergarten, é uma experiência reveladora e especial. O lugar oferece visitas guiadas gratuitas.
Foto: picture-alliance/dpa/K.-D. Gabbert
Museu do Açúcar
A exposição permanente "É tudo açúcar!" repassa a trajetória que transformou a especiaria num produto cobiçado e com diversas utilidades, até mesmo servir de material para esta maquete do Portão de Brandemburgo. As peças do Museu do Açúcar original, aberto em 1904, foram transferidas para o Museu da Tecnologia, no bairro de Kreuzberg.
Foto: picture-alliance/dpa
Museu do Batom
Uma peça de luxo banhada em ouro, incrustrada com diamante e safira, este tubo de batom no estilo art déco, datado 1925, é apenas um dos destaques da exuberante coleção de René Koch. O maquiador mostra aos visitantes o seu museu particular no bairro de Wilmersdorf e, quando solicitado, dá até dicas individuais de maquiagem. É necessário combinar o horário antes.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Wabitsch
Museu Gründerzeit
Assim se parecia a sala de recepção de uma abastada família alemã nos idos entre 1870 e o início do século 20. Com 14 salas de estar mobiliadas no estilo Gründerzeit (época da fundação, logo após a unificação, em 1871), este museu fica numa casa senhorial no bairro de Mahlsdorf. O interior do Mulakritze é uma exposição à parte. Trata-se de um dos mais famosos pubs da época dourada de Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Stache
Anfiteatro da Anatomia Animal
Antigamente, estudantes dissecavam aqui animais em aulas de anatomia. Hoje o anfiteatro é uma das construções mais importantes entre os prédios acadêmicos de Berlim. O salão neoclássico foi projetado pelo arquiteto Carl Gotthard Langhans no século 18, na mesma época do Portão de Brandemburgo. Ele faz parte do Museu da História Médica de Berlim, no Hospital Universitário Charité.
Foto: picture-alliance/dpa/Hannibal
Museu dos Jogos Eletrônicos
O Museu dos Jogos Eletrônicos do bairro Friedrischshain foi o primeiro do gênero no mundo. Aberto em 2011, ele fascina os amantes dos jogos para computador e mostra aos visitantes a rápida evolução dos games – dos lendários Pong da pioneira Atari até os atuais jogos 3D, passando pelo Gameboy.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Pilick
Museu Unterwelten
Esta maquete mostra os planos megalomaníacos de Adolf Hitler para Berlim. Esta imensa cúpula no meio seria o "Salão do Povo", com lugar para mais de 150 mil pessoas. Em 24 de março, a exposição "O mito da Germânia – visões e crimes" será aberta ao público no Museu Unterwelten, na estação de bonde Gesundbrunnen.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Mehlis
Museu Teuto-Russo
A rendição incondicional da Alemanha aos aliados foi assinada em 8 (ou 9, dependendo do fuso horário) de maio de 1945 no cassino dos oficiais no bairro de Karlshorst. Assim terminava a Segunda Guerra Mundial na Europa. Durante o período da Alemanha Oriental, o prédio foi transformado no museu da rendição. Depois da Reunificação, o museu ganhou um novo nome e foca nas relações teuto-russas.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Pedersen
Museu Bröhan
O mecenas Karl H. Bröhan doou sua coleção privada de 16 mil objetos à cidade de Berlim. Este museu especial em frente ao Castelo Charlottenburg mostra peças de art nouveau, art déco e da Secessão de Berlim. Este conjunto de café e chá de Josef Hoffmann provocou furor em 1910, quando seu design foi considerado vanguardista.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Stache
Lanternas a gás
Berlim ainda tem várias áreas iluminadas pela luz suave e delicada das lanternas de gás – por exemplo a rua Sophie-Charlotte, ruas laterais da Kurfürstendamm e o largo Chamissoplatz. A associação Verein Gaslicht-Kultur se dedica a preservar essa iluminação pública histórica da cidade e oferece passeios guiados noturnos. Uma coleção de lanternas de toda a Europa pode ser vista no parque Tiergarten.